O goleiro Bruno, que passou a noite da última quarta-feira na Delegacia de Homicídios na Zona Oeste do Rio, estava tranquilo e conversou com policiais sobre futebol. As informações são de um dos delegados (veja no vídeo ao lado as declarações do goleiro sobre a preocupação com o futuro profissional).
Bruno e seu amigo Luiz Henrique Romão, conhecido como Macarrão, são suspeitos de envolvimento no desaparecimento da ex-amante do jogador, Eliza Samudio.
Ele informou ainda que, enquanto eram feitos os procedimentos de praxe, Bruno falou sobre futebol e contou histórias de viagens junto com o time. O goleiro também reclamou de dores nas costas por causa da confusão na saída dele da Polinter, no Andaraí, na Zona Norte do Rio, para a Delegacia de Homicídios. Já Macarrão ficou calado.
O delegado disse também que Bruno passou a noite em uma cela grande, de aproximadamente cinco metros quadrados, mas a dormida dele e de Macarrão foi improvisada porque não havia nada no local. Na delegacia, ainda existem três celas já que no local funcionava a antiga 16ª DP (Barra da Tijuca). Durante a noite de quarta foram levados colchonetes e cobertores para o local. Bruno e seu amigo Macarrão não comeram nada após chegar à delegacia na quarta-feira. O delegado não soube informar se eles tomaram café. Não há direito de visitas, apenas dos advogados.
Os dois ficaram em celas vizinhas onde haveria a possibilidade deles conversarem, mas o delegado não confirmou se isso aconteceu.
Segundo o delegado, os dois fizeram exame de corpo de delito ao chegar na Polinter, na quarta-feira. Caso a Justiça do Rio autorize a transferência dos dois para Minas Gerais ou se eles forem para alguma Polinter no Rio será feito novo exame.
O Ministério Público do Rio de Janeiro (MP-RJ) denunciou os dois, na quarta, pelos crimes de sequestro e lesão corporal. Eles tiveram o pedido de prisão temporária decretada na manhã de quarta.
Preocupação com o futuro profissional
O goleiro Bruno demonstrou preocupação com o futuro profissional após se entregar à polícia do Rio. Ainda na Polinter, no Andaraí, Zona Norte, Bruno fala para Macarrão. “Agora eu acho que as coisas ficaram muito mais difíceis. No Brasil, para mim (...) se eu tinha esperança de disputar a Copa de 2014, acabou. Isso sou eu falando”, disse o atleta.
Bruno nega as acusações
Michel Assef Filho, advogado de Bruno disse que o atleta negou, na noite desta quarta-feira (7), acusações contra ele feitas por um menor de idade. Ele disse que o goleiro está "estarrecido" e afirmou desconhecer os fatos contados em depoimento pelo menor ouvido na terça.
As declarações do advogado foram dadas em frente à DH pouco antes das 22h de quarta. Cerca de 40 minutos depois, um inspetor que trabalha na DH falou com os jornalistas. O inspetor disse que Bruno se negou a responder a qualquer pergunta durante o depoimento e afirmou que só falará sobre o caso em juízo.
Segundo havia dito o advogado de Bruno, o goleiro conversou apenas com o delegado Felipe Ettore, da DH, que acompanha o inquérito que o acusa de sequestro. Ele ainda deve ser ouvido pela polícia mineira sobre o inquérito que investiga o sumiço de Eliza Samudio.
"Ele respondeu a todas as perguntas, mas se limitou a dizer que desconhece os fatos e não tem nada a dizer sobre o inquérito que está instaurado aqui. Sobre o de Belo Horizonte, vou tomar conhecimento dos autos amanhã", disse Assef. Ele disse ainda que o goleiro deverá ser levado para Minas Gerais. Segundo o advogado, o menor morava na casa de Bruno na Barra da Tijuca.
Pedido de transferência para Minas Gerais
A Polícia Civil mineira aguarda autorização da Justiça do Rio para transferir o mais rápido possível o goleiro Bruno e seu amigo Macarrão, para Minas Gerais, onde se investiga o desaparecimento de Eliza, informou no início da madrugada desta quinta-feira (8) Alessandra Wilke, delegada-adjunta da Delegacia de Homicídios de Contagem.
A transferência só será decidida a partir de 11h desta quinta-feira (8). Segundo informou a assessoria do presidente do Tribunal de Justiça do Rio, Luiz Zveiter, o juiz de plantão que recebeu o pedido alegou incompetência para julgar e encaminhou o pedido para a vara comum, que só abre às 11h.
Prisão temporária
A delegada disse ainda que há um mandado de prisão temporária contra Bruno expedido em Minas Gerais, e que as transferências dos dois suspeitos podem ocorrer a qualquer momento. “Temos um mandado de prisão temporária expedida pela vara do Tribunal de Justiça de Contagem com prazo de 30 dias, prorrogáveis por mais 30 dias”, afirmou.
Denúncia
Segundo o Ministério Público do Rio de Janeiro (MP-RJ), se condenados, Bruno e Macarrão podem pegar de dois e a oito anos de prisão, pelo crime de sequestro e cárcere privado, agravado pelos maus-tratos contra a vítima, e de três meses a um ano, por lesão corporal.
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