sábado, 26 de dezembro de 2009

RETROSPECTIVA 2009: Flamengo domina o Rio e conquista o Brasil

Títulos na raça. Parece lugar-comum, mas o ano do Flamengo está intimamente ligado ao adjetivo que a torcida mais gosta. Seja no Campeonato Carioca seja no Campeonato Brasileiro, o Mengão soube impor-se aos adversários nos momentos decisivos e sai de 2009 como a equipe mais vitoriosa do país.

Houve um momento no Campeonato Carioca em que o Mengão foi dado como carta fora do baralho. No fim, levantou o tricampeonato e conquistou a hegemonia (31 títulos contra 30 do Flu) pela primeira vez na história.

O enredo praticamente se repetiu no Brasileiro. Depois de mudar o comando do departamento de futebol e o treinador – saiu Cuca e entrou Andrade – no meio da competição, o Mengão ultrapassou os obstáculos e também ficou com a taça.


A revelação


Há quem diga que Petkovic, aos 37 anos, foi a grande revelação do Flamengo em 2009. Mas, brincadeiras e efetividade do gringo à parte, Willians leva o prêmio com louvor. Contratado do Santo André, ele ganhou a posição no meio-campo na pré-temporada e não a abandonou. Apesar da “marra” fora de campo, o jogador brilhou nos desarmes e foi o principal ladrão de bolas do Brasileirão. Ele tem sondagens da Europa, mas, por enquanto, fica no Mengão em 2010.




O personagem



Adriano reuniu a imprensa em abril para dizer que, por falta de motivação, pararia temporariamente de jogar futebol. Mas o Flamengo o acolheu e, como ele mesmo diz, transformou-se em seu psicólogo. Menos de um mês e meio depois, estreou de forma triunfal contra o Atlético-PR.

Os gritos de “Imperador voltou” se multiplicaram, ganharam força e obtiveram resposta. Apesar das regalias, ausências em treinos e outros pequenos deslizes, o atacante foi decisivo. Foram 19 gols que garantiram a artilharia ao lado de Diego Tardelli, do Atlético-MG, e o título do Brasileiro no clube do coração. O choro do vencedor – na vida e no campo – no gramado do Maracanã após a vitória sobre o Grêmio resumiu um ano sofrido e brilhante do camisa 10 da Gávea.

A imagem

Andrade ainda era técnico interino quando comoveu o Brasil, em julho, ao chorar após a vitória por 2 a 1 sobre o Santos. Mais do que o fim de um jejum histórico – o Flamengo jamais havia vencido na Vila Belmiro – as lágrimas do comandante tinham outro motivo: dois dias antes, o amigo e ex-goleiro Zé Carlos morreu vítima de câncer.



O depoimento

Andrade, técnico do Flamengo:

“Esse título teve sabor especial. Muita gente não acreditava, disseram que eu era incapaz, e provei o contrário para eles. Lógico que Adriano e Petkovic foram importantes, mas o grupo foi quem ganhou esse campeonato. Só posso agradecê-los por terem ficado ao meu lado e levarem ao Flamengo a essa conquista. Mas agora é pensar à frente. A Libertadores vem aí. É um novo desafio e não podemos nos acomodar”.


O dia chave


O Flamengo ainda estava fora do G-4 quando foi ao Palestra Itália enfrentar o líder Palmeiras. E foi naquele domingo ensolarado que a equipe, como revelou o próprio Andrade, sentiu que dava para lutar pelo troféu. Petkovic deu show e fez os dois – belos – gols da vitória por 2 a 0.

Aposta 2010

A principal aposta para o próximo ano será a presidente Patrícia Amorim. Primeira mulher alçada ao cargo, a ex-nadadora assume um time campeão, mas com graves problemas financeiros. No discurso de posse, ela prometeu tornar o “Flamengo ainda maior do que ele é”.

Dentro de campo, ao contrário do usual, o clube não deve se valer da máxima “craque o Flamengo faz em casa” em 2010. As divisões de base passam por reestruturação, com expectativa de investimento no CT. Os jogadores que subiram dos juniores recentemente, a princípio, devem ser emprestados para adquirir experiência. Caso, por exemplo, de Erick Flores.

Adeus

Ibson e Emerson... Os dois partiram e deixaram saudade. No entanto, ambos podem voltar. Já Fábio Luciano - ou melhor, o Capitão - só será visto novamente com a camisa rubro-negra em VT. O zagueiro anunciou a aposentadoria na reta final do Campeonato Carioca. Era o combustível que um grupo abatido pelo mau relacionamento com Cuca precisava para reagir e conquistar o tricampeonato carioca. E assim Fábio se despediu como gostaria: levantando a taça no clube que aprendeu a amar.


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