Uma testa novinha em folha e louca para ser batizada. A
grave lesão que afastou Alecsandro da reta final da temporada passada já
não assusta mais. Recuperado clinicamente, o atacante também não sofre
mais de qualquer abalo psicológico que o impeça de executar os
movimentos normais para um jogador. Cabecear, então, é o que o atacante
mais tem feito nos treinos. Uma forma de afiar a pontaria para mostrar
da melhor maneira aos filhos que está plenamente recuperado: marcando
gols.
Artilheiro do Flamengo no ano passado, com 21
gols, Alecsandro tem um desejo especial para esse início de 2015:
estufar as redes com uma testada certeira. Escorando a bola bem ali,
onde, após se chocar com o zagueiro Cléber, do América-RN, em 15 de
outubro, teve que colocar placas e pinos para corrigir a fratura na
órbita superior do olho direito. O temor natural para atacar a bola com a
cabeça foi superado com partidas de futevôlei em Bauru-SP durante as
férias.
Alecsandro planeja cabeçada certeira para espantar os traumas (Foto: Gilvan de Souza/Flamengo)
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A lesão foi um susto muito grande que fui superando no dia a dia. Foi
difícil ficar fora do final da temporada. Na minha maneira de ver, vinha
tendo boas apresentações. Era meu melhor momento no Flamengo e ficar
fora foi muito difícil profissionalmente e pessoal. Superei com meus
familiares, amigos, fãs... Você pensa em tudo, até em parar. Fiquei
praticamente sem cicatriz. Hoje, cabeceio a bola tranquilo. O futevôlei
me deu confiança nas férias e me sinto preparado para 2015. Quero fazer
um gol de cabeça para mostrar para o meu filho. Ele perguntou se eu ia
ter que parar e me deu vontade de voltar.
O período
fora dos gramados, no entanto, parece ter custado a Alecsandro um lugar
no time titular. No primeiro coletivo do ano, Vanderlei Luxemburgo
escalou o Flamengo com Marcelo Cirino, Everton e Gabriel no ataque. Aos
33 anos, o atacante não se abala com a situação e lembra que também teve
que brigar por espaço quando chegou à Gávea, há um ano.
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Foi um primeiro trabalho, mas, pela experiência que o Vanderlei tem,
não vai jogar só com um esquema. A escolha foi jogar com o Marcelo mais
avançado. Começar o ano como titular é sempre bom, mas não teve ainda
nenhuma partida oficial. Vou trabalhar para que isso aconteça
respeitando a posição do treinador e do jogador que possa ocupar essa
vaga. Quando vim para o Flamengo, tudo era contra por conta do Hernane,
que era o xodó. Vi como um desafio e tudo deu certo.
Alecsandro
lembrou ainda que a função de centroavante não é a única que é capaz
desempenhar. Se o Fla de Luxa busca uma característica de velocidade em
2015, ele expôs toda sua versatilidade:
- Já joguei
em várias posições. Quando falo que sou centroavante, é por ter atuado a
maior parte da carreira nessa função. No Sporting, tinha o Nani pela
esquerda, o Liedson centralizado e eu na direita, como o Gabriel hoje.
No Atlético-MG, já fui um 10 quando o Ronaldinho não pôde jogar. Tenho
essa facilidade também.
Por fim, o atacante lembrou que mudanças são normais durante uma temporada e buscará espaço nos treinamentos:
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A foto do primeiro jogo nunca é a foto do último. Com certeza, esse não
vai ser o time que, de repente, sairá na foto de campeão carioca.
O
Flamengo de Alecsandro entra em campo na tarde de quarta-feira para o
primeiro jogo-treino da temporada, contra o RB Brasil, a partir de 16h
(de Brasília), no hotel onde realiza pré-temporada, em Atibaia.
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