terça-feira, 13 de janeiro de 2015

Sem trauma, Alecsandro projeta gol de cabeça para o filho como batismo

Uma testa novinha em folha e louca para ser batizada. A grave lesão que afastou Alecsandro da reta final da temporada passada já não assusta mais. Recuperado clinicamente, o atacante também não sofre mais de qualquer abalo psicológico que o impeça de executar os movimentos normais para um jogador. Cabecear, então, é o que o atacante mais tem feito nos treinos. Uma forma de afiar a pontaria para mostrar da melhor maneira aos filhos que está plenamente recuperado: marcando gols.

Artilheiro do Flamengo no ano passado, com 21 gols, Alecsandro tem um desejo especial para esse início de 2015: estufar as redes com uma testada certeira. Escorando a bola bem ali, onde, após se chocar com o zagueiro Cléber, do América-RN, em 15 de outubro, teve que colocar placas e pinos para corrigir a fratura na órbita superior do olho direito. O temor natural para atacar a bola com a cabeça foi superado com partidas de futevôlei em Bauru-SP durante as férias.

Alecsandro treino Flamengo (Foto: Gilvan de Souza/Flamengo) 
Alecsandro planeja cabeçada certeira para espantar os traumas (Foto: Gilvan de Souza/Flamengo)

- A lesão foi um susto muito grande que fui superando no dia a dia. Foi difícil ficar fora do final da temporada. Na minha maneira de ver, vinha tendo boas apresentações. Era meu melhor momento no Flamengo e ficar fora foi muito difícil profissionalmente e pessoal. Superei com meus familiares, amigos, fãs... Você pensa em tudo, até em parar. Fiquei praticamente sem cicatriz. Hoje, cabeceio a bola tranquilo. O futevôlei me deu confiança nas férias e me sinto preparado para 2015. Quero fazer um gol de cabeça para mostrar para o meu filho. Ele perguntou se eu ia ter que parar e me deu vontade de voltar.

O período fora dos gramados, no entanto, parece ter custado a Alecsandro um lugar no time titular. No primeiro coletivo do ano, Vanderlei Luxemburgo escalou o Flamengo com Marcelo Cirino, Everton e Gabriel no ataque. Aos 33 anos, o atacante não se abala com a situação e lembra que também teve que brigar por espaço quando chegou à Gávea, há um ano.

- Foi um primeiro trabalho, mas, pela experiência que o Vanderlei tem, não vai jogar só com um esquema. A escolha foi jogar com o Marcelo mais avançado. Começar o ano como titular é sempre bom, mas não teve ainda nenhuma partida oficial. Vou trabalhar para que isso aconteça respeitando a posição do treinador e do jogador que possa ocupar essa vaga. Quando vim para o Flamengo, tudo era contra por conta do Hernane, que era o xodó. Vi como um desafio e tudo deu certo.

Alecsandro treino Flamengo (Foto: IVan Raupp)Alecsandro lembrou ainda que a função de centroavante não é a única que é capaz desempenhar. Se o Fla de Luxa busca uma característica de velocidade em 2015, ele expôs toda sua versatilidade:

- Já joguei em várias posições. Quando falo que sou centroavante, é por ter atuado a maior parte da carreira nessa função. No Sporting, tinha o Nani pela esquerda, o Liedson centralizado e eu na direita, como o Gabriel hoje. No Atlético-MG, já fui um 10 quando o Ronaldinho não pôde jogar. Tenho essa facilidade também.

Por fim, o atacante lembrou que mudanças são normais durante uma temporada e buscará espaço nos treinamentos:

- A foto do primeiro jogo nunca é a foto do último. Com certeza, esse não vai ser o time que, de repente, sairá na foto de campeão carioca.

O Flamengo de Alecsandro entra em campo na tarde de quarta-feira para o primeiro jogo-treino da temporada, contra o RB Brasil, a partir de 16h (de Brasília), no hotel onde realiza pré-temporada, em Atibaia.



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