
Principal reforço do Fla para temporada, Marcelo encontrou em Everton
um porto seguro no Rio de Janeiro. Logo no reencontro, no Ninho do Urubu, a
parceria foi refeita para corridas em volta do gramado. A impressão que se
tem é que, desde então, os atacantes não se desgrudaram mais. Escalados juntos
por Luxa até mesmo em trabalhos de campo reduzido, dividem quarto na
concentração e têm tempo de sobra para afinar uma sintonia que surgiu de
forma imediata no período no Atlético-PR.
- Quando o Everton chegou, eu já está há um tempo e foi aquilo de amor
à primeira vista. Só de olhar, já sabíamos que íamos nos dar bem. Foi o que
aconteceu. Começamos a jogar juntos e a amizade fortaleceu ainda mais. Ele é
tranquilo fora de campo, divertido, uma cara que sempre tenta alegrar o grupo.
É uma amizade que quero levar para o resto da vida - relembrou Marcelo.

Marcelo e Everton jogaram juntos no Atlético-PR em 2013 (Foto: Cahê Mota)
Em postagem de foto em rede social, o novato externou já no primeiro
dia de clube a alegria por reencontrar o amigo. Marcelo revelou ainda uma
profecia de que voltariam a jogar juntos na época da transação de Everton para
o Rubro-Negro carioca. O camisa 22 não deixou por menos e foi só elogios para
Cirino, recordando que o atacante era a válvula de escape daquele Furacão que
terminou 2013 como vice-campeão da Copa do Brasil e terceiro colocado no
Brasileirão.
- Dentro de campo, o Marcelo é fumaça. Vai para cima mesmo. É um
jogador que dispensa comentários por tudo que fez no Atlético-PR. Será muito
importante para nós. Se jogar o que jogou lá, tem tudo para ser ídolo. Quando
jogamos juntos, um já sabia onde o outro ia estar. Ele jogava aberto pela
direita. Eu e o Paulo Baier sabíamos que era só joga a bola nele. A fase era
excelente.
Everton dá o recado: “No Fla, é
pressão”
No período distante, Everton revelou que Marcelo brincava a respeito da
possibilidade jogarem na mesma equipe novamente. O destaque rubro-negro em
2014, no entanto, não acreditava que o clube teria cacife para desembolsar os
mais de R$ 16 milhões que o Furacão pedia. Até que um grupo de investimentos
entrou na história...
- Conversávamos e ele me falava: "Me leva para jogar aí!". Eu
respondia: "Não dá, não. Você é muito caro". Acabou que deu certo
(risos).

A receptividade, por sua vez, veio acompanhada de um choque de
realidade. Com a experiência de quem já está em sua segunda passagem pela Gávea
e foi campeão brasileiro em 2009, Everton deixou Cirino em alerta:
- No Flamengo, é pressão. Já conversei com o Marcelo sobre isso. A fase
muda. Quando fazemos gols, somos muito elogiados, mas se não faz, é muito
difícil. Vamos manter os pés no chão. O Vanderlei está montando um time rápido,
que não fica preso na marcação, e espero que tudo dê certo. É um estilo
importante para o futebol brasileiro hoje.
Marcelo responde: “Vou fazer
valer todo esforço do clube”
O reforço entendeu o recado. Escalado de cara por Vanderlei Luxemburgo
no time titular, Marcelo tem papel tão importante em 2015 que foi o principal
responsável pela mudança da maneira de atuar da equipe. Apostando em sua
explosão e força física, o treinador o colocou no centro de um ataque que
promete primar pela movimentação. Responsabilidade que o jogador encara de
peito aberto, mas deixando claro que se vê no mesmo patamar dos
companheiros.
- Apesar do valor da transação, não me considero mais importante. Posso
ser uma peça-chave dentro do grupo, mas não a mais importante. Vou fazer valer
todo esforço. Esse ano, nada de pensar em zona de rebaixamento, ficar lá atrás.
Vamos pensar em títulos e Libertadores, que é o que o Fla merece.
Ao lado do próprio Everton, de Gabriel, Nixon e Paulinho, a chegada de
Marcelo faz do Flamengo um dos times mais velozes do país. Ciente dessa
característica, o atacante revelou um apelido dos tempos de Furacão e garantiu:
seu repertório vai muito além da rapidez.
- Sempre fui rápido, desde pequeno, mas nunca tive isso na cabeça. No
Atlético-PR, o pessoal me chamava de Bolt pela passada, porte físico. Eu não
acho. Sei que tenho uma velocidade que pode fazer a diferença, mas
espero ajudar com gols e assistências.
Absolutos no time de Vanderlei Luxemburgo neste início de temporada,
Marcelo e Everton vestirão a camisa do Flamengo juntos pela primeira vez no
próximo domingo. O prova de fogo será contra o Shakhtar Donetsk, da Ucrânia, às
17h (de Brasília), no Mané Garrincha, na capital federal. E a expectativa da
torcida rubro-negra é que a sintonia entre os amigos a faça também se apaixonar
à primeira vista.
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