Juntos
e em alta velocidade. Assim, Marcelo Cirino e Everton brilharam
com a camisa do Atlético-PR, em 2013. A fórmula é a mesma que confiam
para
repetir o sucesso no Flamengo dois anos depois. Amigos inseparáveis
durante a
pré-temporada do time, em Atibaia, os dois são as principais apostas
ofensivas do comandante Vanderlei Luxemburgo para a temporada de 2015.
Confiando no entrosamento que trazem de
Curitiba, o treinador montou o Rubro-Negro mais leve na frente, pautado
na
intensidade e na movimentação. E, no que depender da afinidade da dupla,
dentro
e fora de campo, os torcedores podem acreditar em um futuro promissor.
Principal reforço do Fla para temporada, Marcelo encontrou em Everton
um porto seguro no Rio de Janeiro. Logo no reencontro, no Ninho do Urubu, a
parceria foi refeita para corridas em volta do gramado. A impressão que se
tem é que, desde então, os atacantes não se desgrudaram mais. Escalados juntos
por Luxa até mesmo em trabalhos de campo reduzido, dividem quarto na
concentração e têm tempo de sobra para afinar uma sintonia que surgiu de
forma imediata no período no Atlético-PR.
- Quando o Everton chegou, eu já está há um tempo e foi aquilo de amor
à primeira vista. Só de olhar, já sabíamos que íamos nos dar bem. Foi o que
aconteceu. Começamos a jogar juntos e a amizade fortaleceu ainda mais. Ele é
tranquilo fora de campo, divertido, uma cara que sempre tenta alegrar o grupo.
É uma amizade que quero levar para o resto da vida - relembrou Marcelo.
Marcelo e Everton jogaram juntos no Atlético-PR em 2013 (Foto: Cahê Mota)
Em postagem de foto em rede social, o novato externou já no primeiro
dia de clube a alegria por reencontrar o amigo. Marcelo revelou ainda uma
profecia de que voltariam a jogar juntos na época da transação de Everton para
o Rubro-Negro carioca. O camisa 22 não deixou por menos e foi só elogios para
Cirino, recordando que o atacante era a válvula de escape daquele Furacão que
terminou 2013 como vice-campeão da Copa do Brasil e terceiro colocado no
Brasileirão.
- Dentro de campo, o Marcelo é fumaça. Vai para cima mesmo. É um
jogador que dispensa comentários por tudo que fez no Atlético-PR. Será muito
importante para nós. Se jogar o que jogou lá, tem tudo para ser ídolo. Quando
jogamos juntos, um já sabia onde o outro ia estar. Ele jogava aberto pela
direita. Eu e o Paulo Baier sabíamos que era só joga a bola nele. A fase era
excelente.
Everton dá o recado: “No Fla, é
pressão”
No período distante, Everton revelou que Marcelo brincava a respeito da
possibilidade jogarem na mesma equipe novamente. O destaque rubro-negro em
2014, no entanto, não acreditava que o clube teria cacife para desembolsar os
mais de R$ 16 milhões que o Furacão pedia. Até que um grupo de investimentos
entrou na história...
- Conversávamos e ele me falava: "Me leva para jogar aí!". Eu
respondia: "Não dá, não. Você é muito caro". Acabou que deu certo
(risos).
Everton diz que, no Flamengo, há bastante pressão (Foto: Cahê Mota)
A receptividade, por sua vez, veio acompanhada de um choque de
realidade. Com a experiência de quem já está em sua segunda passagem pela Gávea
e foi campeão brasileiro em 2009, Everton deixou Cirino em alerta:
- No Flamengo, é pressão. Já conversei com o Marcelo sobre isso. A fase
muda. Quando fazemos gols, somos muito elogiados, mas se não faz, é muito
difícil. Vamos manter os pés no chão. O Vanderlei está montando um time rápido,
que não fica preso na marcação, e espero que tudo dê certo. É um estilo
importante para o futebol brasileiro hoje.
Marcelo responde: “Vou fazer
valer todo esforço do clube”
O reforço entendeu o recado. Escalado de cara por Vanderlei Luxemburgo
no time titular, Marcelo tem papel tão importante em 2015 que foi o principal
responsável pela mudança da maneira de atuar da equipe. Apostando em sua
explosão e força física, o treinador o colocou no centro de um ataque que
promete primar pela movimentação. Responsabilidade que o jogador encara de
peito aberto, mas deixando claro que se vê no mesmo patamar dos
companheiros.
- Apesar do valor da transação, não me considero mais importante. Posso
ser uma peça-chave dentro do grupo, mas não a mais importante. Vou fazer valer
todo esforço. Esse ano, nada de pensar em zona de rebaixamento, ficar lá atrás.
Vamos pensar em títulos e Libertadores, que é o que o Fla merece.
Ao lado do próprio Everton, de Gabriel, Nixon e Paulinho, a chegada de
Marcelo faz do Flamengo um dos times mais velozes do país. Ciente dessa
característica, o atacante revelou um apelido dos tempos de Furacão e garantiu:
seu repertório vai muito além da rapidez.
- Sempre fui rápido, desde pequeno, mas nunca tive isso na cabeça. No
Atlético-PR, o pessoal me chamava de Bolt pela passada, porte físico. Eu não
acho. Sei que tenho uma velocidade que pode fazer a diferença, mas
espero ajudar com gols e assistências.
Absolutos no time de Vanderlei Luxemburgo neste início de temporada,
Marcelo e Everton vestirão a camisa do Flamengo juntos pela primeira vez no
próximo domingo. O prova de fogo será contra o Shakhtar Donetsk, da Ucrânia, às
17h (de Brasília), no Mané Garrincha, na capital federal. E a expectativa da
torcida rubro-negra é que a sintonia entre os amigos a faça também se apaixonar
à primeira vista.
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