O
discurso é clichê e pauta praticamente todas as coletivas
neste início de temporada. Com o Carioca, a Copa do Brasil e o
Brasileirão pela
frente, todo mundo no Flamengo quer que 2015 seja melhor do que 2014.
Com
Wallace, no entanto, as palavras saem de maneira diferente: são
embasadas em argumentos que justifiquem a esperança de um ano promissor
ao Rubro-Negro.
Autor de críticas sinceras à falta de perspectivas no último
Brasileirão, o
zagueiro acredita que os baques do passado deixaram o time calejado e,
com a
chegada dos reforços, pronto para dar alegrias ao torcedor.
Se considerou a luta contra o rebaixamento e a eliminação na
semifinal da Copa do Brasil muito pouco para um time da grandeza do Flamengo,
Wallace acredita que os percalços ajudaram a moldar um time vencedor. Ao
analisar o 2014, o camisa 14 definiu em uma palavra o que pode fazer a
diferença em 2015: ambição.
- Não começamos do zero. Temos uma base do ano passado e,
visivelmente, o time está mais rápido. Acho que estamos muito mais maduros, até
pelo que aconteceu no ano passado. Precisamos criar a mentalidade de ambição,
mais do que no ano passado. Tivemos oscilações. O que aconteceu na Libertadores
é inadmissível. Faltou um pouco de ambição e me incluo nisso. No Brasileirão,
começamos mal, com pontuação para cair. Vanderlei (Luxemburgo, treinador) chegou sob pressão e demos um
'upgrade'. Poderíamos ter um ano mais tranquilo e até disputar a Libertadores
este ano - comparou o defensor.
Com uma semana de treinamentos em Atibaia, o zagueiro se
mostrou empolgado com o que viu em campo. Satisfeito com as chegadas de
Thallyson, Marcelo Cirino, Arthur Maia, Pará e Bressan, vê o Flamengo mais
encorpado e veloz:
- É perceptível (a diferença). O grupo do ano passado era
muito bom, mas já passou. Quem chegou, foi muito bem recebido. Aos poucos,
vamos mostrando a nossa cara. A característica da equipe deve mudar, até pelas
peças que vieram (...) É bom estar junto. Compartilhamos algumas coisas que no
Rio deixamos passar. Aqui, há aquela resenha, discutimos assuntos sobre os
treinos.
Em clima tranquilo e com a manutenção de todos os jogadores
que Vanderlei Luxemburgo quis do ano passado, o Flamengo larga com uma base capaz de defender o título estadual. Wallace não nega que, externamente, o panorama
rubro-negro é mais empolgante que o dos rivais, mas não vê isso como grande
diferencial dentro de campo.
- No futebol, não existe isso de vantagem, time mais
arrumado. Isso é só no papel. Todo mundo quer enfrentar e vencer o Flamengo. O
Botafogo caiu, está se remontando, o Fluminense e o Vasco também têm suas
questões, mas quando as camisas se enfrentam pesa quem tem mais alma para
vencer. Dos cariocas, teoricamente, quem está mais ajustadinho somos nós, mas
também somos os mais cobrados.
Capitão da equipe na ausência de Léo Moura, Wallace elogiou
o convívio no interior de São Paulo. Por outro lado, admitiu que nem tem muito
tempo para lazer com os companheiros. Com atividades em período integral
diariamente, não conseguiu nem mesmo ler um dos três livros que levou para
concentração. Na hora de lazer, a prioridade é outra.
- O Vanderlei está tirando o nosso couro. Aqui, virei baiano
mesmo e só tenho dormido (risos).
O Flamengo permanece em Atibaia até o próximo dia 17, quando
segue para Brasília. Na capital federal, pela frente o Shakhtar Donetsk, em
amistoso, antes de embarcar para disputar um torneio com Vasco e São Paulo em
Manaus. O retorno para o Rio de Janeiro acontece no dia 26, com a estreia no
Estadual marcada para o dia 31 de janeiro contra o Macaé, fora de casa.
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