Após sete rodadas e quase três meses, o Flamengo deixou,
enfim, a zona de rebaixamento do Campeonato Brasileiro. A vitória contra o
Coritiba, neste domingo, por 1 a 0, no Couto Pereira, tirou o clube das últimas
quatro posições. Além disso, foi o primeiro triunfo do Rubro como visitante e o
primeiro gol fora de casa na competição. Fatores festejados pelo técnico
Vanderlei Luxemburgo que, no entanto, prega cautela.
- Estamos trabalhando, mas não aconteceu nada. Se perdermos mais
na frente, voltamos para a confusão de novo. Não terminou a competição. Estamos
buscando um percentual que nos dê tranquilidade para sair (da zona). Se terminasse
hoje, estaríamos fora. Mas temos que continuar trabalhando. Temos um jogo em
casa agora e foi importante vencer fora. Tinha a história de não fazer gol, não
vencer fora do Rio, e já matamos dois coelhos com uma porrada só. Isso é muito
bom, dá tranquilidade.
A primeira vitória como visitante foi festejada por
Luxemburgo. Para ele, os três pontos conquistados contra o Coritiba podem fazer
a diferença lá na frente. No entanto, o treinador pede pés no chão, lembra que
a briga do Flamengo continua sendo contra o rebaixamento e tratar de brecar,
pelo menos momentaneamente, ambições maiores no Campeonato Brasileiro.
- O que faz a diferença é conseguir algo fora de casa. Mas nossa
competição continua a mesma: sair da confusão. Estamos na parte de baixo (da
tabela) e nossa briga é ali. Não adianta pensar em Cruzeiro, Corinthians,
Inter... Eles estão em outro mundo.
Luxemburgo: No Couto Pereira, Fla conseguiu a primeira vitória como visitante neste Campeonato Brasileiro
(Foto: Agência Getty Images)
(Foto: Agência Getty Images)
A entrevista de Luxemburgo na íntegra
Saída da zona
- Estamos trabalhando, mas não aconteceu nada. Se perdermos
na frente, voltamos para confusão de novo. Não terminou a competição. Estamos
buscando um percentual que nos dê tranquilidade para sair (da zona). Se
terminasse hoje, estamos fora, mas temos que continuar trabalhando. Temos um
jogo em casa agora e foi importante vencer fora. Tinha a história de não fazer
gol, não vencer fora do Rio, e já matamos dois coelhos com uma porrada só. Isso
é muito bom, dá tranquilidade. Perder fora de casa é complicado. O que faz a
diferença é conseguir algo fora de casa. Nossa competição continua a mesma: é
sair da confusão. Estamos na parte de baixo e nossa briga é ali. Não adianta
pensar em Cruzeiro, Corinthians, Inter... Eles estão em outro mundo.
Bom momento da defesa
- Fechamos a casinha e não deixamos nenhum visitante entrar,
só com a minha permissão (risos). Quando estamos vivendo um momento difícil,
não é por ser o Flamengo que vou jogar para cima. No momento difícil, é preciso
fechar, jogar por uma, duas bolas. Quando estiver tudo tranquilo, as coisas
começam a fluir. Mudamos algumas coisas defensivamente, posicionamento, e a
coisa funcionou. É importante começar a marcação lá na frente, fechando a
casinha, e trazendo o adversário para o nosso campo marcado.
Realidade do Flamengo
- O futebol é falado com muita mentira. Estou sendo
verdadeiro. Qual é a competição do Flamengo hoje? É sair da confusão. Eu tenho
que passar isso para o torcedor, não posso ficar enganando. E falei isso para
meus jogadores: "Rapaziada, quero que vocês entendam que nossa competição
é na parte de baixo, temos que lutar aqui para sair desse negócio". Agora,
o importante é o torcedor comparecer quarta-feira em grande número, o
sócio-torcedor seguir acreditando, participar das ações. São coisas
importantes. Colocamos a cara para fora, mas não saímos totalmente.
Copa do Brasil
- Vai sair o sorteio agora. Ninguém vai abdicar da Copa do
Brasil, mas a preferência é o Brasileiro. Isso é uma verdade, para não chegar
lá na frente e ter o questionamento. Não vamos abrir mão, mas o foco é o
campeonato. Se conseguirmos seguir nas duas competições, ótimo. Se não der,
vamos em uma só.
Aproveitamento de 75%
- No geral, o aproveitamento ainda é ruim. Não posso
esquecer o que aconteceu para trás e que nos trouxe a este momento aqui. Temos
que melhorar para recuperar. Temos 75% da minha participação, mas é preciso
aumentar. Nós entramos em campo podendo ser o último colocado se perdesse e
saímos na 13ª colocação. Muitos jogadores que não prestavam vão começar a
prestar, as pessoas começam a acreditar nas coisas que são criadas. Não quero
isso. O Flamengo briga na parte de baixo. Não adianta pensar que temos um
elenco com excelentes jogadores, com número grande.... Não temos, se tivéssemos
estaríamos em uma posição melhor. Essa é a nossa realidade. Vamos com calma.
Élton
- Contratação é assunto interno. Vocês são repórteres,
buscam a informação e eu fico no interno. Se contratar mesmo, depois eu falo o
que achei.
Evolução defensiva
- Se achar que está bom, vem porrada, vem confusão. Vamos
continuar trabalhando, vamos fazer as coisas acontecerem.
Vitória fora de casa após quase cinco meses
- Ganhar é sempre muito bom. A gente vai comemorar com os
familiares, o pós-jogo é melhor. Perder é duro, é ruim para caramba.
Estilo Luxa no Flamengo
- Temos que seguir trabalhando, fazendo o que tem que fazer.
Quis transformar o ambiente em ambiente bom de trabalho. Se o cara não chegar
feliz para trabalhar, não vai produzir. Mesmo na zona, o ambiente era de
confiança, de seriedade, responsabilidade, e leve, descontraído, feliz. Assim,
coisas boas acontecem. Se o cara vai trabalhar rancoroso, revoltado, não vai
produzir. O cara sai de casa indo para o treino sabendo que vai ser legal.
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