Mano faz análise dura da derrota, mas contemporiza: ‘Não é hora de destruir’

Mano Menezes demorou quase 45 minutos para conceder entrevista coletiva após a derrota por 1 a 0 para o Grêmio, em Brasília, pela 16ª rodada do Brasileirão. Antes de começar a responder as perguntas, deixou clara a insatisfação com o resulta da partida. Sobretudo com o desempenho do time.

- Tinha que vir, né? Não pode fugir. Senão fugiria – disse, em tom de brincadeira.

Depois, ao ser cumprimentado por um jornalista com um “boa noite” e um “tudo bom”, interrompeu.

- Bom só se for para você, né? – afirmou, novamente em tom descontraído.

Mano não gostou nada do que viu da equipe dele no Mané Garrincha. Apesar da demora para aparecer na sala de entrevistas, disse que não houve bronca no vestiário. Ela vai ficar para o treino de segunda-feira, o primeiro após a volta ao Rio.  

- Eu não tenho por hábito falar em cima de um jogo, acho que todos estamos sempre da pior maneira para fazer uma análise mais justa. Prefiro fazer isso no treinamento que faremos na segunda. Até lá todos vamos raciocinar melhor. Não é hora de destruir, porque estamos passando por dificuldades, temos um jogo decisivo na quarta, vamos precisar estar fortes para tentar passar.

Na quarta, o adversário será o Cruzeiro, no Maracanã, às 21h50m,  pelas oitavas de final da Copa do Brasil. Derrotado por 2 a 1 em Belo Horizonte, o Rubro-Negro precisa vencer. O placar de 1 a 0 basta.

O treinador analisou o jogo contra o Grêmio como dentro do esperado. Sabia que o adversário tinha um sistema defensivo forte, num esquema com três zagueiros e três volantes. O que ele não contava era sofrer o gol tão cedo, nem com os incontáveis erros da equipe. Pará, aos sete minutos do primeiro tempo, fez de falta e decretou a vitória gremista.

 - Sabíamos que o Grêmio criaria dificuldades, sabíamos que seria muito duro se saíssemos atrás do marcador. Foi esse o grande pecado do jogo, quando cometemos um erro primário. Um último defensor não dribla o atacante, está na Bíblia do defensor, tivemos de fazer a falta, abrimos a barreira e tomamos o gol. A partir daí, a equipe ficou nervosa, sentiu a pressão vindo da arquibancada, e o torcedor tinha razão em ficar insatisfeito. Ficamos óbvios, e o Grêmio teve facilidade para nos marcar. No segundo tempo estivemos um pouco melhor, mas não muito. Tivemos muita dificuldade de armação. Ainda estamos num momento de dificuldades, foi um dos dias em que produzimos muito abaixo. Não poderíamos, pela ordem natural do futebol, construir um resultado melhor.

Mano Menezes não acredita que o resultado deste sábado vai influenciar o desempenho da equipe contra o Cruzeiro. Aliás, espera um adversário bem diferente do Grêmio e, principalmente, que sua equipe seja outra.

- Não acho que o Cruzeiro terá a mesma postura do Grêmio. Quando você joga contra uma equipe que propõe jogo, não tem tantas dificuldades. O jogo contra o Cruzeiro é outro jogo e nossa postura vai ser diferente.

A delegação volta ao Rio na manhã deste domingo, e os jogadores serão liberados para a folga. O Rubro-Negro é o 13º na tabela, com 19 pontos. Neste domingo, no entanto, pode perder duas posições no complemento da 16ª rodada. Será preciso torcer para que Fluminense e Atlético-MG não vençam São Paulo e Portuguesa, respectivamente.