Uma reação meteórica, que destruiu uma atuação promissora do Flamengo nos 50 minutos iniciais de jogo. Para Mano Menezes,
a velocidade com que o Coritiba buscou o empate após sair perdendo por 2
a 0 - dois gols num intervalo de oito minutos - foi determinante para
que sua equipe se perdesse em um caminho que parecia tranquilo no Mané
Garrincha, em Brasília. No fim, o 2 a 2 pela sexta rodada, com o líder
do Brasileirão, foi encarado com naturalidade.
Cáceres ampliou a vantagem para o Fla logo aos três minutos da segunda
etapa - Moreno fez o primeiro. Apenas quatro minutos depois, porém,
Chico diminuiu, com Alex colocando a igualdade no placar aos 15. Mano
Menezes analisou o desenrolar da partida da seguinte maneira:
- Sabíamos da dificuldade do jogo e as que ainda vamos passar. Temos
uma consciência grande disso. Fizemos 2 a 0 e tomamos dois gols muito
rápido. Quando se faz uma vantagem dessas, é preciso de cinco a dez
minutos para assentar o jogo e propor uma alteração tática. Tomamos o
gol do Chico muito cedo, em uma jogada que já tinha acontecido no
primeiro tempo, mas acontece. O cobrador (Alex) é de alta qualidade,
coloca a bola onde é difícil de marcar. Sofremos o 2 a 2, e a equipe
entrou no lugar novamente.
Com o empate, o Coritiba passou a comandar as ações ofensivas e deu
espaços para contragolpes. O Flamengo até teve oportunidades, mas se
perdeu em passes errados, dribles mal executados ou chutes sem direção.
Para Mano, mais do que vacilos defensivos em bolas aéreas, este foi o
grande problema de sua equipe. Sobre o pênalti perdido por Marcelo
Moreno, ele evitou colocar o peso do tropeço nos ombros do boliviano.
- Talvez o pecado que tenhamos cometido foi não aproveitar bem o
contra-ataque, que estava à disposição. Aí, é tomada de decisão,
concluir com qualidade... O Coritiba está confiante e se arriscou. Esse
foi nosso pecado. Se olharmos os goleiros, vemos que o Felipe fez poucas
defesas, Vanderlei fez mais. Perder a penalidade dói um pouco, mas não
foi por isso que deixamos escapar o resultado. Foi em um contexto geral.
Vamos analisar depois, com a cabeça fria, para seguirmos melhorando.
Ao contrário do que aconteceu diante do São Paulo, o treinador não
reclamou de altos e baixos do time e admitiu que o Coritiba soube
conduzir à sua maneira o desenrolar da partida.
- Nosso problema não foi tanto de oscilação. Em alguns momentos,
tivemos dificuldade para controlar o adversário, que controlou a bola no
meio-campo. Nosso posicionamento não esteve bom, eles variaram muito.
Na retomada das jogadas, dávamos muito campo para o Coritiba. Você não
pode estar posicionado sempre para contra-ataque, é preciso às vezes
controlar o jogo.
No fim, Mano testou uma nova formação de meio-campo, com Elias mais
avançado e Val, que substituiu Carlos Eduardo, atuando como segundo
volante. O primeiro apareceu bem ao lado de Moreno e Paulinho e agradou
ao treinador.
- A alteração tática que fizemos foi colocar Val no lugar de Carlos
Eduardo. Quando acontece isso, Elias tem mais liberdade para atacar. E
isso funcionou bem. Elias chegou bem duas ou três vezes.
Com seis pontos em seis jogos pelo Brasileirão, o Flamengo permanece em
Brasília até terça-feira, quando segue para Alagoas, onde encara o Asa
de Arapiraca, pela Copa do Brasil. Neste domingo, o elenco treina às 10h
no CT do Brasiliense.
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