Se a Taça Guanabara foi dos garotos do Flamengo, com Rafinha, Rodolfo e
Nixon em alta, o time se despede do Carioca em um novo momento. Contra a
crise, Jorginho decidiu apostar em atletas mais experientes na equipe
titular, casos de Renato
Abreu, de 34 anos, e Marcos González, de 32. Ambos foram titulares na
vitória por 3 a 1 sobre o Fluminense, neste domingo, e tiveram atuações
de destaque. Principalmente Renato. O camisa 11 fez dois gols e foi um
dos organizadores do time ao lado de Gabriel. O apoiador reconquistou
seu espaço e acredita que a mescla de jogadores mais rodados com
promessas pode fazer com que Jorginho encontre o equilíbrio da equipe
para a sequência da temporada.
- Não adianta achar que os mais velhos estão cansados e que só os novos
darão sangue. É uma mescla que sempre dá certo. No clássico foi um bom
momento, consegui fazer os gols, os mais novos sempre vão ajudando de
alguma forma. O Rafinha acabou sofrendo o pênalti, o Gabriel muito bem.
Houve uma mescla de ajuda em campo, e estamos tendo resultado positivo.
Claro que muita coisa precisa ser ajustada, mas a mescla tem que existir
para dar certo - avaliou o camisa 11, que será mantido no time contra o
Remo, quarta-feira, pela Copa do Brasil.
Renato defende os veteranos e cita jogadores renomados que estão em
atividade para derrubar rótulos da idade mais avançada. Além disso, o
apoiador lembra que também contou com o amparo de atletas mais
experientes quando começou a carreira.
- No meu início, peguei jogadores mais experientes, que tinham a idade
que tenho hoje. Só que futebol brasileiro é sempre complicado. Você
passou dos 30 anos não presta mais, não serve mais. Alguns jogadores de
nível de Seleção, que jogaram muito tempo fora, muito tempo na Europa,
casos de Seedorf (de 37 anos, do Botafogo), Zé Roberto (de 38 anos, do
Grêmio) e Juninho (Pernambucano, de 38 anos, do New York Red Bulls-EUA)
provam para muita gente que estão sempre jogando em alto nível. Quando
eu tinha 15, 16 anos, joguei com jogadores experientes que ajudavam
muito. Às vezes não fisicamente, porque é uma covardia pegar um cara de
16 anos e colocar para dar um pique com um de 34, mas em campo,
arrumando o posicionamento da equipe, o passe, toque de bola, a palavra
de calma na hora do desespero. Ou até na hora em que está vencendo o
jogo, é uma coisa para se aprender e ajuda a ter resultado.
Apesar de ter começado os dois últimos jogos, Renato diz que não pode
se considerar titular e lembra que a disputa por posições está aberta,
já que Jorginho ainda busca o time ideal.
- Não dá para dizer que sou titular. O único titular é o Jorginho, as
vagas estão abertas, temos de brigar, mas uma briga saudável. Sabemos
que todos podem contribuir. Independentemente de estar jogando ou não,
quero ajudar de alguma forma. Me coloco novamente como um jogador que
pode ajudar a conseguir os resultados.
Renato Abreu tem quatro gols no Campeonato Carioca (Foto: Ivo Gonzalez/Agência O Globo)
Depois do Fla-Flu, o Flamengo volta a pensar em Copa do Brasil. Nesta
quarta-feira, em Volta Redonda, o time recebe o Remo, no Raulino de
Oliveira, para o jogo de volta. Como venceu em Belém por 1 a 0, tem a
vantagem do empate. A partida começa às 22h (de Brasília).
- A gente tem que usar a vantagem só quando o jogo estiver acabando. O
time do Remo é de grande expressão no Pará. Jogando aqui no Rio, vai
buscar o objetivo. Creio que vai ser um jogo difícil, eles têm um time
bem postado, dois atacantes fortes e rápidos, um meio que se movimenta
bastante. Tem muita gente achando que vai ser um jogo fácil, mas temos
que encarar como encaramos contra o Fluminense, com um olhar diferente,
com confiança.
A delegação rubro-negra é composta por 19 jogadores e está concentrada
no CT João Havelange, em Pinheiral, cidade vizinha a Volta Redonda. O
último treino antes de enfrentar o Remo será na tarde desta terça-feira.
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