Panorama nacional das torcidas pela pesquisa Pluri Stochos
Somente ontem tivemos a divulgação das
maiores torcidas na Região Sudeste, fechando o quadro das torcidas
brasileiras por regiões. Infelizmente, a Pluri/Stochos optou por
divulgar as informações em doses homeopáticas, a conta-gotas, o que
acaba gerando descontentamento junto aos leitores. Não foram divulgados
os dados sócio-econômicos, etários e divisão por estados (embora essa
última não seja comum), fundamentais para termos uma visão mais apurada
das torcidas em uma pesquisa.
O quadro abaixo é somente uma
compilação do que já foi publicado, permitindo uma visão total das
torcidas no Brasil, por regiões.
* Estimativa IBGE para 1º de Julho de 2012 em Milhões de habitantes
* População total; a pesquisa é válida para população com 16 anos e mais de idade
A margem de erro dessa pesquisa,
conforme divulgada pelos autores, é de 0,68%. A margem de erro é
variável, mudando conforme os valores se aproximam de pontos extremos.
Para um percentual de 50%, por exemplo, a margem de erro se aproxima do
valor máximo estimado, ao passo que nos valores próximos de 100% ou 1%
ela diminui consideravelmente.
O primeiro ponto a chamar a atenção
nessa pesquisa, como não poderia deixar de ser, é a virtual consolidação
das três maiores torcidas nacionais. Todas elas têm torcedores em bom
número em todas as regiões brasileiras e se distanciam das demais, mesmo
a torcida do São Paulo na terceira posição. O estreitamento da
diferença entre as torcidas de Flamengo e Corinthians confirma outros
resultados dos últimos anos e aponta um crescimento da torcida
corintiana. Apontar crescimento não significa, necessariamente, que vá
ultrapassar, o que dependeria, por exemplo, de alguns anos seguidos de
más campanhas do Flamengo. O impacto das conquistas do Corinthians em
2012, desde que o time mantenha uma regularidade de boas performances,
será visível somente a , partir de 2016, talvez 2017.
Contrariando resultados de todas as
pesquisas nacionais nos últimos sete anos, pelo menos, a pesquisa Pluri
Stochos mostra a torcida do Vasco à frente da torcida do Palmeiras,
embora a diferença de um décimo de ponto percentual configure,
claramente, um empate técnico. Outros pontos que chamam a atenção: a
presença da torcida do Cruzeiro em quinto lugar, com folga maior que a
margem de erro para a sétima colocada, a torcida do Grêmio.
Muito provavelmente, a presença da
torcida do Santos na sexta colocação é um dos primeiros sinais da fase
Robinho/Diego. Ainda é prematuro falar em efeito Neymar, uma vez que o
universo pesquisado foi o de brasileiros com 16 anos e mais de idade. O
crescimento da torcida provocado pelo atleta começará a aparecer nas
pesquisas em 2015 ou 2016, sempre considerando o mesmo universo etário
dessa pesquisa. Caso o Ibope realize nova pesquisa nacional considerando
o público de 10 anos e mais de idade, acredito que o resultado de
Neymar já seria visível nesse ano mesmo.
Fiquei um pouco surpreso, mais uma vez,
pela ausência de menções significativas aos times do Grêmio e
Internacional na Região Centro-Oeste. Digo isso por conhecer a região
profundamente, sobretudo nas áreas agrícolas, onde sempre encontrei bom
número de torcedores dos dois times gaúchos, o que mostra que nossa
percepção do universo é sempre limitada e condicionada por fatores
diversos. Mesmo na Região Centro-Oeste as populações urbanas de cidades
mais antigas superam amplamente a população das novas fronteiras
agrícolas e, assim, a minha percepção baseada no mundo agrícola se perde
em relação ao conjunto da população.
Espero que a Pluri/Stochos divulgue
pelo menos as informações por faixa etária e por estados, que são
fundamentais para se ter uma boa visão do status de cada torcida e, tão
ou mais importante, para onde caminham.
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