As decisões já foram tomadas e comunicadas, mas diretoria e Jorginho
seguem com posições diferentes quando o assunto é a origem das mesmas.
Depois do vice de futebol, Wallim Vasconcellos, dizer em entrevista
coletiva, na última terça-feira, que dispensas, como as de Ibson e Alex Silva,
eram decisões de Jorginho e não tinham relação com a questão
financeira, nesta sexta o treinador foi quem entrou no contêiner que
recebe a imprensa no Ninho do Urubu para dividir a responsabilidade.
Questionado se a dupla não teria condições técnicas de vestir a camisa
do Flamengo, o comandante foi claro ao afirmar que tanto zagueiro quanto
volante não deram a resposta esperada nas vezes que entraram em campo
sob seu comando. No discurso, no entanto, ficou evidente que a relação
custo-benefício foi levada em conta. Se outros atletas do grupo podem
não ter o mesmo nível de Ibson e Alex Silva, a saída dos dois vem a
calhar diante da necessidade de desafogar a folha salarial visando a
chegada de reforços.
- Toda decisão é técnica, mas nunca é sozinha. Está em conjunto com a
diretoria. Quando cheguei, tínhamos a necessidade de reforços. Isso foi
falado pela diretoria. Principalmente falando da realidade atual, temos
que nos ajustar. Não podemos pensar em contratar o Neymar, é impossível.
Diante dessa colocação, falei de algumas posições carentes. Foi
colocado por eles (dirigentes) que para jogadores chegassem,
naturalmente é preciso abrir espaço, porque há um limite em termos
financeiros. E na área técnica esses jogadores não me deram a resposta
que esperava. Se for ver direitinho, testei todos os jogadores, com
exceção do Matheus. É uma determinação técnica em conjunto com a
diretoria. Se permanecermos com todos, vamos acabar subindo para um
número de 35 no elenco, o que é inviável.
Jorginho garantiu ainda ter resolvido os problemas expostos por Alex
Silva em entrevista ao GLOBOESPORTE.COM, na última quinta-feira. Na
ocasião, o zagueiro se disse decepcionado com o treinador. Um bate-papo
logo após a publicação das declarações, porém, parece ter selado a paz.
- O Alex é um cara que eu tenho um respeito muito grande. Não foi à toa
que o coloquei como capitão e o entendo muito bem. Toda determinação
foi passada ao empresário dele pelo Pelaipe, e nisso eu não me meto.
Conversei olho no olho com ele ontem (quinta-feira), batemos um papão.
Entendi (o lado do jogador). Não era para ele ir a imprensa, sempre fui
aberto ao diálogo. Tanto ele quanto o Ibson são fantásticos, cumprem com
o que devem e são profissionais, além de grandes jogadores. No momento,
não contamos com eles para Copa do Brasil e Brasileiro, mas têm
mercado. Foi muito bom conversar com ele. Tudo está muito bem entre nós.
Fora dos planos, Ibson fez um trabalho a parte ao lado de Matheus, que
também está de saída, na manhã desta sexta-feira, no Ninho do Urubu. Já
Alex Silva participou do coletivo, uma vez que González, de volta após
enfrentar o Brasil pela seleção chilena, realizou atividades físicas.
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