O começo tardio no futebol poderia dar a Gabriel um certo receio em um
meio onde o crescimento nas categorias de base é regra. O baiano, no
entanto, parece gostar de ser exceção. Descoberto aos 19 anos pelo
presidente do Bahia em uma pelada em Salvador, o meia-atacante não
pensou duas vezes antes de se arriscar na primeira oportunidade. Quatro
anos depois, está no Flamengo. E nem mesmo o peso da histórica camisa 10
de Zico é capaz de inibi-lo.
Eleito da vez para vestir o número consagrado pelo maior ídolo do clube
- que já esteve com Nixon, Carlos Eduardo e Rodolfo neste ano -,
Gabriel garante não ver diferença no algarismo que carrega nas costas.
Sempre com as dificuldades do começo da carreira em mente, o baiano
parece ter riscado a palavra medo de seu dicionário.
- Tive a oportunidade de jogar futebol só com 19 anos. Saí de casa com o
pensamento de que o que sobrasse era lucro. Por isso, jogo livre e
leve. O Flamengo é um clube reconhecido mundialmente. O Galinho tem
história, mas procuro ver isso da melhor forma. Se jogar com ela ou
outra qualquer, o importante é estar com a camisa do Flamengo.
Gabriel observa instruções de Jorginho no treino do Flamengo (Foto: Ivo Gonzalez/Agência O Globo)
Apesar de honrado por vestir a 10 no momento, Gabriel abusa da
sinceridade ao admitir que historicamente este número não cabe para
jogadores com suas características.
- O 10 é um armador, meia-esquerda, jogador clássico. Não tenho tanto
esse perfil. Vou mais na vontade, tento sempre me movimentar. Enquanto
me derem a 10, para mim está bom. Gosto do Alex, que é clássico. O
Felipe foi um 10 clássico quando jogou aqui no Flamengo. Jogadores
canhotos, mais cadenciados têm esse perfil.
Titular desde a partida contra o Bangu, na terceira rodada da Taça Rio,
Gabriel foi o destaque do Flamengo na má campanha no Carioca. Na
vitória por 3 a 1 sobre o Fluminense, inclusive, foi eleito o melhor em
campo. Internamente, é apontado pela diretoria como a melhor aposta do
clube em 2013.
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