O sonho de Botafogo, Fluminense e vasco finalmente começarem a
construir seus centros de treinamento ganhou um obstáculo. A Ambev,
parceria em diversas ações nos últimos anos, recuou e não entrará mais
com o aporte financeiro para iniciar as obras ainda este ano. A verba
seria de 50% do orçamento, mas dois fatores primordiais afastaram o
investimento: a demora da cessão dos terrenos, a saída da Prefeitura do
acordo que fecharia os outros 50%. Assim, os clubes terão de encontrar
uma nova solução para não atrasar os planos.
O caso do Flamengo é semelhante, embora já tenha um CT erguido. A
diretoria contava com pelo menos R$ 5 milhões da empresa transnacional
para finalizar as melhorias necessárias para o Ninho do Urubu, em Vargem
Grande, na Zona Oeste do Rio de Janeiro. Os outros três rivais deveriam
receber R$ 6,5 milhões, de acordo com a previsão de custo de R$ 13
milhões para deixar o local (hoje recheado de mata alta) em condições de
começar a receber treinos.
Local de Botafogo e vasco ainda conta com mata alta (Foto: André Durão / Globoesporte.com)
Desde que a Prefeitura se afastou da transação, mesmo que ainda de
forma extraoficial, a Ambev passou a ter o receio de injetar dinheiro em
projetos que poderiam ficar emperrados, como em todas as tentativas dos
clubes cariocas até hoje. Todos estão endividados, com dificuldades
para pagar salários em dia, e a situação do vasco, em especial, é de
grave crise há oito meses, a ponto de ter as receitas penhoras pela
Fazenda Nacional.
Flamengo e vasco desconhecem decisão
O atraso na definição dos detalhes consequente assinatura dos
documentos também teria feito com que a cervejaria redirecionasse parte
de seus recursos no período. Após o aval do prefeito Eduardo Paes, o Diário Oficial publicou a cessão das áreas
de Vasco e Botafogo apenas no último dia 2 de abril. Ambos dividirão o
espaço, também em Vargem Grande, de 58 mil metros quadrados. Já o Flu
tem seu terreno separado, em Jacarepaguá.
No entanto, a diretoria cruz-maltina, por exemplo, desconhece a mudança
e garante ter um contrato registrado com a parceira, válido por cinco
anos, para a exploração do CT com sua marca, em relação a placas de
publicidade, anúncios gerais e exclusividade em itens do tipo. O Fla é
outro que não sabe do provável afastamento. O vice de patrimônio do
Rubro-Negro, Alexandre Wrobel, disse que almoçará com um representante
da empresa nesta terça.
Não está descartado, porém, o auxílio por novas maneiras, como a
co-participação no investimento de outros eventuais parceiros, na
infraestrutura após a construção ou até a entrada como fiador caso
empréstimos privados sejam aprovados posteriormente.
Terreno para o CT do Flu em 2012, entre a Barra e Jacarepaguá (Foto: André Durão / Globoesporte.com)
Nenhum comentário:
Postar um comentário