O arbitral convocado pelo presidente da Federação de Futebol do Rio de
Janeiro (Ferj), Rubens Lopes, abriu a discussão para encontrar soluções
pela volta do público aos estádios no Campeonato Carioca. A fórmula de
disputa, o número de clubes e até a proibição da cerveja estarão entre
os dez itens de uma pesquisa contratada pela entidade para descobrir o
motivo que leva o torcedor a não ir aos locais dos jogos.
Rubens Lopes, presidente da Ferj, ao lado e Patricia Amorim, mandatária do Flamengo, no arbitral (Foto: Thales Soares/GLOBOESPORTE.COM)
Em 2013, a fómula de disputa e o número de clubes participantes serão
mantidos, pois o regulamento deste ano já contém acesso e descenso
previstos, o que impossibilitaria a mudança o formato de um ano para o
outro. Qualquer decisão das próximas reuniões para essas situações só
será colocada em prática em 2014.
Rubens Lopes também pediu aos representantes dos clubes presentes que
enviem propostas para mudanças na competição. Os de menor investimento
entregaram um manifesto pedindo para que a fórmula e o número de clubes
sejam mantidos.
- Não podemos rejeitar as mudanças. Peço aos clubes que reflitam e não
sejam impermeáveis a isso. Queremos mudar para melhor, mas com um estudo
criterioso. Não cabe um "acho que" num problema tão sério e importante
como esse - explicou Rubinho.
Durante a reunião, o presidente da Ferj apresentou uma série de
gráficos, tentando provar o sucesso do Campeonato Carioca. Havia
comparações no desempenho de público dos clubes na competição e no
Campeonato Brasileiro. Representante do Fluminense, o advogado Mário
Bittencourt contestou.
- Em 1999, num campeonato de dez clubes, a média de público foi de 27
mil pagantes. Havia uma promoção, em que você comprava o ingresso na
banca de jornal. Esses números foram dos times campeões ou que chegaram à
final. O que nós precisamos é de uma pesquisa de publicidade para saber
quanto vale o campeonato. Claro que com três clubes na Libertadores, o
Carioca fica mais desinteressante. Mas esse é um mérito da federação -
comentou Mário.
Representantes de todos os clubes estiveram presentes. Dos quatro
grandes, apenas o presidente do Fluminense, Peter Siemsen, não
compareceu. Dos pequenos, a voz ativa foi de Elias Duba, presidente do
Madureira, um dos que estão há mais tempo no cargo.
- Já jogamos com diversas fórmulas desde 1992, vi todo tipo de
discussão. Sempre vinha um presidente com a nova descoberta. Passamos a
16 clubes porque os grandes estavam com dificuldades de chegar às
semifinais com 12. A TV pagou a eles para colocar esses quatro
participantes a mais. O que não pode é um funcionário de clube ou um
jogador ficar querendo bancar uma fórmula ou reclamando de higiene -
condenou Duba.
Há previsão de uma nova reunião em breve para discussão do resultado da
pesquisa e a apresentação de sugestões. A presidente do Flamengo,
Patrícia Amorim, também cobrou uma maior ajuda do Governo do Estado, uma
das maiores reclamações dos clubes pequenos.
- A gratuidade nos estádios não é paga aos clubes pelo Governo. Deveria
haver uma lei sobre isso. Peço ao presidente Rubens Lopes que encampe
essa ideia. O clube é conteúdo do espetáculo. Dar ingresso dá muito voto
- questionou Patrícia.
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