As tatuagens dos pais, Alex e Jaqueline, no braço direito, são o
reconhecimento a quem manteve Lucas na linha durante 13 anos para não
deixar escapar a oportunidade de jogar no Flamengo, clube do coração.
Mais antigo integrante da base ainda vestindo a camisa rubro-negra, o
jovem atacante está completando 13 anos na Gávea e, finalmente, terá a
chance de brilhar. Em 2011, chegou a ser o artilheiro do time no título
da Copa São Paulo de Futebol Júnior, mas sofreu com uma série de lesões
que colocaram em xeque seu aproveitamento.
Segundo Lucas, provável dupla de Jael na estreia do Campeonato Carioca,
sábado, diante do Bonsucesso, no Engenhão, a aceleração de seu retorno
aos campos foi o maior vilão nas vezes em que estava prestes a se
recuperar.
- Na final da Copinha levei uma pancada na perna que me deixou 45 dias
parado. Depois, na decisão do Carioca de juniores, tentei voltar e tive
um estiramento na parte posterior da coxa esquerda, que se repetiu duas
vezes ainda, uma durante a Libertadores sub-20. Ou seja, não consegui
jogar, só fiquei bem na final do Torneio OPG, no fim do ano. Acho que
atuei bem, o Luxemburgo me viu, e só na véspera da reapresentação é que
fui confirmado entre os profissionais. Foi tudo muito rápido, mas sempre
estive pronto para a oportunidade - contou Lucas, que recém-completou
20 anos, e esteve na pré-temporada, em Londrina.
Além deste período difícil, a infância e adolescência sem poder se
dedicar a outra atividade que não o Flamengo e os estudos foi obra do
incentivo da família, que sempre apostou em seu sucesso como jogador no
futuro.
- Cheguei em 1999, para o futebol de salão, e desde lá estou aqui,
passando por todas as categorias. A responsabilidade que tive foi
fundamental, e mais broncas do meu pai (risos). Não podia ir às
festinhas com os amigos, se desse uma brecha de erro ele já ficava em
cima. Mas eu já tinha um objetivo na cabeça e uma vontade muito grande,
senão teria ficado pelo caminho. E acho que 70% dessa conquista devo aos
meus pais - disse.
Tatuagem de Lucas, com os nomes dos pais: Alex e Jaque (Foto: André Casado / Globoesporte.com)
Um dos exemplos citados por Lucas é Paulo Sérgio, atacante que não
correspondeu às expectativas na equipe profissional e foi emprestado
algumas vezes. Segundo ele, o amigo "fazia coisas com a bola que ele
admirava". Portanto, sabe que as dificuldades agora são maiores e o
nível de pressão, também. Por isso até não conseguiu descansar direito
desde que foi escalado pelo auxiliar Júnior Lopes no coletivo de segunda-feira.
- Essa noite foi difícil dormir, fiquei pensando no jogo, ansioso,
claro. É normal mentalizar as jogadas. Devo ter apagado lá pelas 3h e
deitei às 23h. Mas isso não vai me atrapalhar. Mesmo assim, preciso
tentar dormir mais para não perder noite de sono até o jogo (risos) -
ressaltou.
Se com o time B Lucas mal pode esperar para entrar em campo, nem faz
ideia de como tabelar com Ronaldinho Gaúcho. Ainda que, fora de campo,
já tenham se entendido bem.
- Tive um contato legal com ele, conversou comigo... mais até sobre
pagode, porque eu toco cavaquinho (risos). O grupo todo recebeu bem a
garotada, foi legal, não dá nem tempo para falar de um por um - celebrou
o atacante, que nasceu em Mesquita e cresceu na Taquara.
Atividade mais leve
Na manhã desta terça-feira, o treino foi mais leve do que o de segunda.
Apenas uma atividade física e menos bola. À tarde, o grupo volta aos
campos do Ninho do Urubu para mais uma movimentação. A tendência é a de
mais um coletivo até quinta-feira, antevéspera da estreia. Jogadores
jovens somados reforçados por Magal, Maldonado, Bottinelli e Jael estão
nesta relação. O restante do elenco já está reunido em Sucre, na
Bolívia, de onde parte para Potosí para o enfrentar o rival local, pela
preliminar da Libertadores, dia 25.
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