Vanderlei Luxemburgo, por enquanto, evita o confronto. Não quer apagar o
incêndio do Flamengo com gasolina. A resposta ao que classificou como “Cala boca, Luxa” está
guardada para a entrevista depois do segundo jogo da pré-Libertadores,
contra o Real Potosí, dia 1º de fevereiro, no Rio. Em Sucre, na Bolívia,
onde a equipe se prepara para a partida de ida contra o time boliviano,
dia 25, em Potosí, o treinador tenta apaziguar.
Luxemburgo, à direita, com o preparador físico Antônio Mello no treino (Foto: Alexandre Vidal / Fla Imagem)
Em entrevista coletiva nesta quarta-feira, disse que estava triste na
primeira parte da pré-temporada, realizada em Londrina (PR). O clima
quente nos bastidores do Flamengo, com diretoria e departamento de
futebol sem falar a mesma língua, e os jogadores cobrando pagamentos de
atrasados tumulturam o ambiente que deveria ser exclusivamente de
concentração no futebol.
- Lá em Londrina estava chateado porque não fizemos uma pré-temporada
só no campo. Pipocava notícia de tudo que era lado. Você fica pensando
no que está acontecendo. Tem de puxar o freio, analisar muito, com muita
calma. Antigamente, saía chutando o balde. Você vai juntando para
chegar aqui e agora, que é o momento de decisão. Não dá para ficar
triste. Tenho de motivar o grupo para cumprir o compromisso de buscar a
classificação para a pré-Libertadores - disse o treinador.
Vanderlei frisou por mais de uma vez que não pensa em deixar o clube.
Pelo menos não antes da decisão se o time irá ou não para a fase de
grupos da Libertadores. Ele tem contrato até o fim deste ano:
- Depois dos dois jogos temos de sentar para conversar, tem a parte de
grupos da Libertadores, temos de realinhar o Flamengo, foram muitas
coisas que aconteceram. Uma coisa pode ter certeza: vim ao Flamengo para
concluir o trabalho. Sou rubro-negro, nunca escondi isso. O momento é
de somar, acrescentar ao Flamengo. Construir o Flamengo num momento
importante. Estou com este propósito e vou terminar. Não existe isso de
que o Vanderlei vai sair do Flamengo. Minha proposta é de somar, de
ajudar o Flamengo. Cabe a nós nos motivarmos, nos empenharmos ao máximo.
Eu, como rubro-negro, entendendo as exigências da torcida, vou me
empenhar ao máximo e cobrar o máximo do grupo. Existem muitas conversas
paralelas.
O ambiente é de desconforto, e Vanderlei não está satisfeito com o
pouco respaldo que tem recebido da presidente Patricia Amorim. Ainda em
Londrina, concedeu entrevista coletiva dando razão à cobrança de
atrasados por parte dos jogadores, mas viu a presidente se posicionar um
dia depois dizendo que é ela quem manda no clube e que cada um deveria
responder pelo seu departamento. Além disso, não foi atendido nos
pedidos por reforços. Há também a guerra com o vice de finanças Michel
Levy, seu maior desafeto no clube.
Contratado para aliar a função de técnico e manager, ele reconhece que seu papel no clube anda indefinido:
- Estou enxergando confuso como foi a pré-temporada (em Londrina).
A crise permanente e a confusão fazem o técnico deixar os problemas nas
mãos da diretoria. Como no caso do zagueiro Alex Silva, que decidiu não
viajar com a delegação para a Bolívia na segunda-feira e está afastado
enquanto o clube decide se irá emprestá-lo ou vendê-lo.
- Este caso foi passado para a diretoria também. A diretoria tomou a
decisão de um afastamento do jogador e cabe a diretoria uma decisão
maior. Nesse momento quero contar com os jogadores que estão aqui, que
querem estar aqui e focados para jogar. Se ele entendeu que não deveria
vir para cá, não há motivo para contar com ele. Quando voltarmos, vamos
repensar, vamos discutir tudo de novo. Nem tenho razão para pensar nele -
afirmou Luxembrugo.
O grupo rubro-negro treinou no estádio Patria, em Sucre, na manhã desta
quarta e volta a trabalhar na parte da tarde. A expectativa fica por
conta da participação de Ronaldinho Gaúcho. Por causa de uma diarreia,
ele ficou fora da primeira parte da atividade.
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