Enquanto o time B do Flamengo vencia o Bonsucesso, no Engenhão, por 4 a
0, na estreia rubro-negra no Campeonato Carioca, a equipe principal
trabalhou em Sucre por uma hora e meia. No estádio Patria, o técnico
Vanderlei Luxemburgo comandou uma atividade intensa. Primeiro, os
jogadores realizaram um treinamento físico com bola. Em seguida, em
metade do campo, os atletas foram separados em dois grupos e realizaram
um exercício técnico de dois toques.
O clima entre os jogadores que estão na Bolívia foi de total
descontração. Eles também se empenharam durante o trabalho que tinha
como prioridade a rápida troca de passes. O goleiro Felipe deu voltas na
pista de atletismo, e Cesar ficou no gol.
ogadores do Flamengo treinam em Sucre (Foto: Richard Souza / Globoesporte.com)
Após a atividade, o volante Muralha, que completa 19 anos neste sábado,
e o atacante Itamar, recém-chegado, tiveram de passar por um corredor
polonês. Com as camisas nas mãos, os demais não perdoaram na brincadeira
e “surraram” a dupla.
Alguns atletas e o técnico Vanderlei Luxemburgo conseguiram
acompanharam parte do primeiro tempo do jogo contra o Bonsucesso por
rádio. Os jornalistas ouviam a transmissão à beira do campo e informavam
o que se passava no Rio. O grupo comemorou os dois primeiros gols,
marcados por Jael.
Itamar passa pelo corredor polonês e não escapa de R10 (Foto: Alexandre Vidal / Fla imagem)
Departamento médico controla efeitos da altitude
Após o treinamento, um a um os jogadores passaram pela medição da
saturação de oxigênio. Antes e depois das atividades, os médicos Marcio
Tannure e Luiz Baldi também aferem a pressão e controlam a frequência
cardíaca dos rubro-negros. Os exames diários apontam que o grupo está
respondendo bem aos treinamentos nos 2.800 metros de altitude em Sucre.
- As cidades no nível do mar têm uma pressão barométrica de 760 ml de
mercúrio, já em Potosí, que fica a cerca de 4 mil metros, essa pressão é
em torno de 400 ml. Isso influencia na saturação. Nossa hemoglobina,
que é o que carrega o oxigênio em nosso sangue, precisa de pressão para
funcionar. Quanto maior a pressão, mais oxigênio nosso corpo terá. Na
altitude, o corpo aumenta a frequência cardíaca para compensar a
diminuição de oxigênio sendo transportado pelo sangue. No nível do mar, a
saturação fica entre 95 e 100 e aqui em Sucre a queda foi bem baixa. Os
atletas estão apresentando resultados entre 93 e 95. Todo o elenco está
bem – explicou o médico Luiz Baldi, ao site oficial do clube.
Junior Cesar é examinado pelo departamento médico (Foto: Richard Souza / Globoesporte.com)
A preocupação do departamento médico é de que quando a saturação do
oxigênio é menor que 85, os sintomas da altitude começam a se manifestar
mais forte. Principalmente a falta de ar, deixando o atleta ofegante.
Na teoria, sem fazer esforço físico, a saturação de uma pessoa normal
não adaptada em Potosí é de 86.
Neste domingo, o grupo fará um treino no estádio Victor Agustín Ugarte,
em Potosí, local do jogo contra o Real Potosí, quarta-feira, na estreia
do time na pré-Libertadores. A atividade será às 15h (17h de Brasília).
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