É difícil entrevistar o homem. Ele quer atender todo mundo. Tem que esperar Ronaldo Angelim dar autógrafos, posar para fotos e acenar para os fãs. A gratidão rubro-negra é enorme. Para alguns torcedores, o zagueiro virou um... grande atacante. Para outros, o fato de ser bom cabeceador o torna um jogador completo. Fato é que, depois de cinco anos de Flamengo, a timidez do atleta diminuiu.
Nada que se compare quando ele ouve seu ritmo musical preferido. O forró, sim, deixa Ronaldo Angelim soltinho e parece embalar o zagueiro dentro de campo. Dos 17 gols pelo clube, 12 foram de cabeça.
- O Juan me chamava de cabeça chata porque eu cabeceio bem. Isso é por causa da cabeça que é grande. Apesar de eu ter 1,79m, acho que me destaco pela boa impulsão. Você precisa estar bem colocado na área. Na maioria dos gols, eu saio de trás. Vou lá na frente e acaba cabeceando. Essa é uma dificuldade que você impõe ao seu adversário - disse.
Ele também é pontual. Gosta de aparecer na hora certa para decidir. Foi o autor do tento contra o Grêmio que garantiu o hexacampeonato brasileiro ao Flamengo. No domingo passado, voltou a surpreender com uma cabeçada certeira diante do Botafogo, pela semifinal da Taça Guanabara. Modesto como sempre, Angelim minimiza a fama de herói.
- O gol do hexa foi de um lado que eu não cabeceio muito bem. Foi do lado direito. Esse último desviei com o lado esquerdo (da cabeça). O posicionamento foi praticamente o mesmo, assim como o movimento de pescoço. Gols parecidos, mas de lados invertidos - afirmou, sem falar no tento que marcou a favor do Fortaleza, em cima do Avaí, e que deu ao Tricolor de Aço o direito de voltar à Série A em 2004. Outra facanha foi balançar a rede do vasco(2ª divisão), na semifinal do Carioca.
Além de ter a cabeça abençoada, Ronaldo Angelim chama a atenção pela autenticidade. Enquanto a boleirada não abre mão de morar na Barra da Tijuca, ele reside em Copacabana. Transformou-se em ídolo sem mudar a rotina. É querido tanto pelos donos de quiosque do bairro como pelos garçons das redondezas. Para alguns dá gorjeta, para a torcida do Flamengo, alegria.
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