Contudo, a adaptação precisará de tempo. “Querem transformar o estádio em uma igreja”, afirmou um vascaíno, durante reunião entre o Grupamento Especial de Policiamento em Estádios (Gepe) e as torcidas organizadas para o clássico.
As mudanças vão mexer com a forma de torcer do carioca. Já sem poder consumir bebidas alcoólicas, os torcedores terão que organizar a venda de ingressos aos associados também longe do estádio. Caso haja envolvimento com cambistas, os policiais são orientados a levar todos para a delegacia.
“As torcidas estão ficando criminalizadas. Com essas mudanças, vai haver mais transparência”, defende o presidente da força jovem do vasco, luiz cláudio carmo. “Pela Copa, essa cultura vai ter que pegar”, admite André Bocão, da torcida Urubuzada do Flamengo.
Na arquibancada, além da limitação de artefatos luminosos, as bandeiras só poderão ser esticadas antes, no intervalo e depois dos jogos. Quem atrapalhar a visão levantando toda hora da cadeira pode ser ‘convidado’ a se retirar.
Caso o torcedor da organizada descumpra o estatuto, será punido com a proibição de entrar nos jogos por até três anos. A medida ficará facilitada com a identificação através de um cadastro, com foto, CPF, endereço, profissão e outros dados.
Se efeitos visuais com pólvora estão proibidos, os tradicionais ganharão força. A torcida pode ter de volta elementos como papel higiênico, que eram restritos, muito pela combinação explosiva. “A preocupação com o incêndio diminuiu. Eles sempre escolhiam entrar com fogos. Mas vai estar liberado balão de gás, faixas e bandeiras”, lembra o comandante do Gepe, Major Marcelo Malheiros.
PM enérgica
A Polícia Militar chama a atenção para torcedores infiltrados nas organizadas e para membros de facções que se descaracterizam para arrumar briga. A ideia é o cadastro auxiliar nesse ponto. “O cara que faz o cadastro quer me ajudar. Quem não fizer e arrumar tumulto tem que ser punido mesmo”, diz Anderson Macula, presidente da Raça Rubro Negra.
A atuação da PM na escolta para o estádio é um ponto crítico. Por isso a importância da nova lei, que pune o baderneiro no raio de cinco quilômetros do estádio e no trajeto para o jogo. “Todos sabem como funciona lá fora”, avisa um oficial do 6° BPM, que acompanha as torcidas.
“Não haverá segurança para brigões nas ruas que não são de organizadas”, reforça o Major Malheiros. Mesmo assim alguns membros reclamam da truculência. “Eles agem de forma muito enérgica”, diz um rubro-negro.
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