terça-feira, 19 de dezembro de 2017

"Futebol não pediu mais dinheiro. Temos que nos virar", diz vice de planejamento


Flamengo entra no último ano da gestão de Eduardo Bandeira de Mello (Foto: Fred Gomes)
Com orçamento aprovado na semana passada, o Flamengo prevê receita de R$ 477 milhões e investimento na compra de direitos econômicos de R$ 15 milhões. Para usar todo este valor, porém, o departamento de futebol precisa cumprir à risca o orçamento. O que significa vender atletas e arrecadar R$ 10 milhões com repasse de direitos econômicos até o fim de 2018. Este é o resumo do que mais a torcida quer saber, que é a capacidade de investimento no futebol.

Com altas aquisições em 2016 e 2017, o Flamengo ainda tem conta alta a pagar em 2018. É o que explica o vice-presidente de planejamento do clube, Pedro Almeida. São R$ 68 milhões previstos para amortizações e pagamentos de parcelas de compras anteriores. Neste caso, estão dentro Marcelo Cirino (vai custar quase R$ 20 milhões), Mancuello, Cuéllar, Berrío, Rhodolfo, entre outros jogadores contratados recentemente. 
 
Os valores menos em investimento, nas entrelinhas, fazem com que o Flamengo busque atletas livres - ou em fim de contrato ou que rescindam com suas equipes. Por isso, Fred, atacante do Atlético-MG, é uma alternativa, caso se livre do compromisso com o Galo de maneira amigável. O clube carioca consultou recentemente o Vitória sobre o jovem atacante David, mas a pedida de 3 milhões de euros - mais de R$ 11 milhões - inviabilizou as conversas. 

Sem entrar em detalhes - deixa o assunto com o vice de futebol, Ricardo Lomba, mas também cobra: "Deveria ter resultados melhores", o vice de planejamento, que atendeu o GloboEsporte.com por telefone, afirma que o investimento no futebol continua alto. E reforça com a folha salarial a cada dia crescente - do meio de 2017 para o fim do ano aumento de 15% do custo mensal do futebol.

Confira a entrevista com o vice de planejamento do Flamengo:

Por que no ano seguinte a maior arrecadação da história do clube (R$ 632 milhões) o investimento em compras de atletas vai ser menor, de R$ 15 milhões?
Não é que o investimento é menor. A gente vai manter o padrão de elenco que temos. Obviamente que para chegar nesse elenco temos que ter adquiridos direitos econômicos. Foi o que fizemos antes. Só tivemos esse investimento enorme em 2017 por que conseguimos vender. Só trouxemos Éverton Ribeiro por que vendemos Vinicius Júnior. 

Se em 2018 acontecer isso novamente (vendas), falamos para o futebol: vai lá e pega esse dinheiro e contrata, investe. Só não vou tirar dinheiro que não tenho em função de melhorar mais ainda o time. O time já está muito bom. Deveria ter resultados melhores. 

Mas há outros custos que vão priorizar neste momento depois de investimentos de 2016 e 2017 no futebol?
Não, a prioridade sempre é o futebol. É o que recebe mais dinheiro. E a folha salarial do futebol cresceu muito. O futebol come grande parte do orçamento. O orçamento anual do futebol de 2018 é maior que o de 2017. A folha é de cerca de R$ 11 milhões mensais. No ano passado a folha média deve ter sido de R$ 9,5 milhões, R$ 10 milhões. Então houve aumento da folha, do investimento no futebol, com jogadores foram sendo incorporados ao longo do ano. 

Nesta conta, também incluem as altas luvas? O balanço fala em quase R$ 60 milhões a quitar de luvas e direitos de imagens.
Sim, a gente ainda está pagando investimentos do passado. Esse ano vamos ter R$ 68 milhões para pagar de direitos econômicos, por que há coisas anteriores a acertar. O dinheiro está aí. Não está sobrando dinheiro. Estamos pagando R$ 68 milhões – Cirino está nessa conta, Berrío, Mancuello. E a folha está maior. Isso que estou falando não deu estresse. O futebol entendeu. Não pediram mais dinheiro. Temos que nos virar com o que temos aqui. Precisamos fazer mais com o que temos aqui. O desafio maior é de desonerar a folha. Desafio para o Caetano, para o futebol.


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