Pressão. Seis vezes pressão. No Flamengo, a cobrança em cima de Ney Franco
é proporcional ao número de partidas sem vitórias desde que retornou ao
clube. Contratado para o lugar de Jayme de Almeida após a derrota no
Fla-Flu da quarta rodada, o treinador viu piorar um cenário que já se
desenhava sombrio com o comandante anterior. Pouco mais de dois meses
após sua chegada, são três empates, três derrotas e uma amarga última
colocação no Brasileirão. Retrospecto que coloca o técnico contra a
parede, e ele sabe disso.
Com a experiência de quem já perdeu
o cargo no próprio Rubro-Negro por pressão na luta contra o
rebaixamento, em 2007, Ney Franco aponta a situação como natural, mas
ainda precoce. Dividindo o trabalho entre antes e depois da Copa do
Mundo, o treinador pede tempo para que o time demonstre em campo tudo
que trabalhou durante o Mundial e sabe que vencer é determinante para
tirar a corda de seu próprio pescoço e do clube.
- A cobrança é
natural por resultados. Em qualquer lugar, não só no Flamengo, com uma
sequência negativa, o trabalho pode ser colocado em dúvida. Só não
gostaria que este jogo do Atlético-PR fosse a única avaliação para o
período de 30 dias. Temos o jogo com o Internacional, um clássico com o
Botafogo, e sabemos que nosso trabalho é sempre visto pelo resultado em
campo. Não estamos conseguindo neste início, mas a expectativa é de
continuar trabalhando e insistindo.
Ney Franco é o principal alvo da ira dos rubro-negros no momento (Foto: Cezar Loureiro / Agência O Globo)
O
comandante rubro-negro lembrou que outras equipes também tropeçaram no
retorno do Brasileirão e disse que alguns erros apresentados na derrota
para o Atlético-PR só poderão ser corrigidos no decorrer dos jogos.
-
O Internacional treinou 30 dias e perdeu para o Corinthians, o
Palmeiras para o Santos, e por aí vai. Acho que é muito precoce
avaliarmos 30 dias de trabalho em apenas um jogo. Logicamente, que se
for uma sequência de dois, três, quatro, até chegaremos a uma situação
de conversar abertamente sobre isso. Mas ainda é muito precoce. Há
detalhes, ajustes que fazemos nos jogos. Nosso desafio é fazer essa
sintonia fina.
Ney Franco não nega que a realidade apresentada
pela tabela ao Flamengo assusta. Por outro lado, o técnico se mostra
seguro do trabalho que tem desenvolvido e tenta evitar desespero.
-
É uma situação preocupante, mas estamos trabalhando para sair. Temos
potencial para sair, pelo elenco e pelo trabalho. Em alguns momentos, a
bola bate na trave, não entra, mas não justifica. Não podemos ter
desespero. Temos um norte para o trabalho e a expectativa é jogarmos
melhor. Contra o Atlético-PR, não merecíamos uma derrota. Esperamos
jogar melhor diante do Inter e ter a competência para fazer os gols. O
momento não é o melhor, mas temos que juntar forças.
No
caminho, o Flamengo terá um rival duro pela frente. Como o próprio Ney
Franco faz questão de frisar, o Colorado tem um dos elencos mais
completos do país e não são poucos os pontos fortes listados pelo
rubro-negro.
- É um dos melhores elencos do futebol
brasileiro. Se formos fazer uma avaliação, no início do campeonato todo
mundo colocaria o Inter como time em condição de ser campeão. Contra o
Corinthians, o Aránguiz fez falta. É um time que tem um meia como o D'
Alessandro, que faz a diferença. O Fabrício é um dos melhores laterais
do Brasil. Tem a experiência do Juan e do Dida. O Rafael Moura evoluiu
muito com o Abel. O Willians é quem mais desarma, além do Abel, que é
vitorioso. Vai ser um jogo difícil contra um candidato ao título.
Flamengo e Internacional se enfrentam no domingo, às 16h (de Brasília), no Beira-Rio, pela 11ª rodada do Campeonato Brasileiro.
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