A delegação brasileira já se encontra na Venezuela para a disputa do
Sul-Americano de basquete na Ilha de Margarita, após duas semanas de
treinos em São Paulo nos ginásios do Sírio e do Paulistano. Antes da
estreia contra o Paraguai no dia 24 de julho, os comandados de José Neto
ainda realizarão alguns amistosos em Barquisimeto para os últimos
ajustes. Tendo apenas três jogadores acima dos 30 anos, o elenco
apresenta uma baixa média de idade, 25 anos. Entre os "trintões" está
Olivinha. Ao lado de Arthur e Jefferson, o ala/pivô será um dos
responsáveis por conduzir a seleção na busca pelo tricampeonato
consecutivo, que seria o seu primeiro no torneio. A vontade é ainda
maior, já que este feito deveria ter vindo quatro anos atrás em Neiva,
na Colômbia.
Convocado pelo técnico João Marcelo, o então
atleta do Pinheiros viu o sonho da conquista do campeonato escorrer
entre os dedos, literalmente. Um poça de sangue, uma dor fulminante,
relatavam uma fratura no indicador da mão esquerda, após choque com
Murilo em um treino na fase preparatória. O corte deixou marcas e nem
todas visíveis.
Olivinha em treino com a seleção brasileira no Sírio (Foto: William Lucas / Inovafoto)
-
Era um treinamento e acabei
fraturando um dedo, após um lance com o Murilo. Até hoje, eu tenho uma
marca na minha mão.
Fiquei de
fora
da competição por conta dessa lesão. Na
época, fiquei bastante chateado. Ficar de fora de uma seleção por causa
de uma lesão é bem frustrante.
A temporada toda eu batalhei pelo meu clube e no final dela veio
a convocação. Foi toda aquela felicidade e na primeira semana de
treinamento
me machuquei. Foi um sentimento muito ruim - relembra o "lixeiro", que
sabe que terá um papel fundamental em ajudar os mais novos.
- Eu
já tenho uma carreira longa no basquete, esse tempo todo aprendi
bastante coisas com os jogadores mais experientes e sabia que a minha
hora ia chegar e chegou nessa seleção.
Vou tentar passar um pouco da minha experiência para essa molecada e
fazer o melhor trabalho possível para ajudar a seleção a fazer
uma boa campanha no Sul-Americano.
Agora a história parece ser
diferente. Passada a primeira fase de atividades, Olivinha sobreviveu
entre os 12 escolhidos numa pré-lista inicial de 16, que contara com
Pilar, Jonathan, Lucas Mariano, Humberto, que veio como convidado, e
Ricardo Fischer, cortado por lesão. Se o fantasma de 2010, de vez em
quando, ainda assombra sua mente, seu corpo parece ser imune a um novo
temor.
- Assim
que eu soube da convocação, lógico que lembrei da lesão, de tudo que
passei. Não cheguei a comentar com ninguém sobre isso. Mas, nos
treinamentos, não fugi de nenhuma dividida, pelo contrário, estava sempre
em todas, pois é meu estilo de jogo.
Acredito que tudo acontece por algum motivo. Se naquela oportunidade
me lesionei, era porque não era para eu ter ido. Esse ano, apareceu a
oportunidade novamente e, graças a Deus, deu tudo certo - disse.
Olivinha
e outros 11 companheiros entrarão em quadra com dois objetivos
principais: o primeiro a busca do título, o segundo, um lugar em uma das
duas vagas restantes no time principal de Rubén Magnano, que vai
disputar o Mundial da Espanha entre 30 de agosto e 14 de setembro. Só
que para isso, o elenco terá que fazer melhor do que a seleção que caiu
de maneira vexatória na Copa América do ano passado, quando perdeu todos
os quatro jogos. O "lixeiro" do NBB não crê que o time entra mais
pressionado por conta da tragédia de 2013.
- Não acredito nisso. O que passou, passou. Não podemos ficar pensando no que aconteceu, temos que viver o presente e pensar em fazer o melhor trabalho possível e colocar o nome do nosso país e a nossa modalidade sempre no topo. não importa que campeonato iremos disputar o pensamento sempre tem que ser esse - afirmou.
Rubro-negros unidos: Felício, Benite, Gegê e Olivinha na seleção (Foto: Reprodução Instagram)
Acostumado a usar a camisa 16, Olivinha terá que voltar a usar a camisa 7. O motivo: a Fiba só aceita numeração entre 4 e 15. Incomodado? De jeito nenhum. Para tirá-lo do sério é preciso muito mais do que isso.
- Não acredito nisso. O que passou, passou. Não podemos ficar pensando no que aconteceu, temos que viver o presente e pensar em fazer o melhor trabalho possível e colocar o nome do nosso país e a nossa modalidade sempre no topo. não importa que campeonato iremos disputar o pensamento sempre tem que ser esse - afirmou.
Rubro-negros unidos: Felício, Benite, Gegê e Olivinha na seleção (Foto: Reprodução Instagram)
Acostumado a usar a camisa 16, Olivinha terá que voltar a usar a camisa 7. O motivo: a Fiba só aceita numeração entre 4 e 15. Incomodado? De jeito nenhum. Para tirá-lo do sério é preciso muito mais do que isso.
- Não me incomoda muito.
Durante a minha carreira, joguei com muitos números e não foi só com a
16.
Aqui na seleção irei jogar com a 7, 1+6=7, o mesmo número de quando fui
campeão da Copa América em 2009.
Vamos ver se consigo mais um título com a seleção e com a camisa 7 -
completou, lembrando seu título de maior expressão com a camisa
canarinho.
O Brasil se encontra no grupo A do Sul-Americano ao
lado de Paraguai (24 de julho), Equador (25) e a Argentina (26). Do
outro lado, Chile, Peru, Uruguai e Venezuela duelam. Os três primeiros
lugares se classificam para os Jogos Pan-Americanos de Toronto, no
Canadá, em 2015. Os quatro primeiros garantem vaga no Torneio
Pré-Olímpico das Américas do próximo ano.
Nenhum comentário:
Postar um comentário