terça-feira, 15 de julho de 2014

Olivinha vira a página, deixa de lado decepção e mira título Sul-Americano

A delegação brasileira já se encontra na Venezuela para a disputa do Sul-Americano de basquete na Ilha de Margarita, após duas semanas de treinos em São Paulo nos ginásios do Sírio e do Paulistano. Antes da estreia contra o Paraguai no dia 24 de julho, os comandados de José Neto ainda realizarão alguns amistosos em Barquisimeto para os últimos ajustes. Tendo apenas três jogadores acima dos 30 anos, o elenco apresenta uma baixa média de idade, 25 anos. Entre os "trintões" está Olivinha. Ao lado de Arthur e Jefferson, o ala/pivô será um dos responsáveis por conduzir a seleção na busca pelo tricampeonato consecutivo, que seria o seu primeiro no torneio. A vontade é ainda maior, já que este feito deveria ter vindo quatro anos atrás em Neiva, na Colômbia.

Convocado pelo técnico João Marcelo, o então atleta do Pinheiros viu o sonho da conquista do campeonato escorrer entre os dedos, literalmente. Um poça de sangue, uma dor fulminante, relatavam uma fratura no indicador da mão esquerda, após choque com Murilo em um treino na fase preparatória. O corte deixou marcas e nem todas visíveis.

Olivinha basquete Brasil treino (Foto: William Lucas / Inovafoto)Olivinha em treino com a seleção brasileira no Sírio (Foto: William Lucas / Inovafoto)

- Era um treinamento e acabei fraturando um dedo, após um lance com o Murilo. Até hoje, eu tenho uma marca na minha mão. Fiquei de fora da competição por conta dessa lesão. Na época, fiquei bastante chateado. Ficar de fora de uma seleção por causa de uma lesão é bem frustrante. A temporada toda eu batalhei pelo meu clube e no final dela veio a convocação. Foi toda aquela felicidade e na primeira semana de treinamento me machuquei. Foi um sentimento muito ruim - relembra o "lixeiro", que sabe que terá um papel fundamental em ajudar os mais novos.

- Eu já tenho uma carreira longa no basquete, esse tempo todo aprendi bastante coisas com os jogadores mais experientes e sabia que a minha hora ia chegar e chegou nessa seleção. Vou tentar passar um pouco da minha experiência para essa molecada e fazer o melhor trabalho possível para ajudar a seleção a fazer uma boa campanha no Sul-Americano.

Agora a história parece ser diferente. Passada a primeira fase de atividades, Olivinha sobreviveu entre os 12 escolhidos numa pré-lista inicial de 16, que contara com Pilar, Jonathan, Lucas Mariano, Humberto, que veio como convidado, e Ricardo Fischer, cortado por lesão. Se o fantasma de 2010, de vez em quando, ainda assombra sua mente, seu corpo parece ser imune a um novo temor.

- Assim que eu soube da convocação, lógico que lembrei da lesão, de tudo que passei. Não cheguei a comentar com ninguém sobre isso. Mas, nos treinamentos, não fugi de nenhuma dividida, pelo contrário, estava sempre em todas, pois é meu estilo de jogo. Acredito que tudo acontece por algum motivo. Se naquela oportunidade me lesionei, era porque não era para eu ter ido. Esse ano, apareceu a oportunidade novamente e, graças a Deus, deu tudo certo - disse.

Felício, Benite, Gegê e Olivinha no treino da seleção brasileira (Foto: Reprodução Instagram)Olivinha e outros 11 companheiros entrarão em quadra com dois objetivos principais: o primeiro a busca do título, o segundo, um lugar em uma das duas vagas restantes no time principal de Rubén Magnano, que vai disputar o Mundial da Espanha entre 30 de agosto e 14 de setembro. Só que para isso, o elenco terá que fazer melhor do que a seleção que caiu de maneira vexatória na Copa América do ano passado, quando perdeu todos os quatro jogos. O "lixeiro" do NBB não crê que o time entra mais pressionado por conta da tragédia de 2013.

- Não acredito nisso. O que passou, passou. Não podemos ficar pensando no que aconteceu, temos que viver o presente e pensar em fazer o melhor trabalho possível e colocar o nome do nosso país e a nossa modalidade sempre no topo. não importa que campeonato iremos disputar o pensamento sempre tem que ser esse - afirmou.

Rubro-negros unidos: Felício, Benite, Gegê e Olivinha na seleção (Foto: Reprodução Instagram)


Acostumado a usar a camisa 16, Olivinha terá que voltar a usar a camisa 7. O motivo: a Fiba só aceita numeração entre 4 e 15. Incomodado? De jeito nenhum. Para tirá-lo do sério é preciso muito mais do que isso.

- Não me incomoda muito. Durante a minha carreira, joguei com muitos números e não foi só com a 16. Aqui na seleção irei jogar com a 7, 1+6=7, o mesmo número de quando fui campeão da Copa América em 2009. Vamos ver se consigo mais um título com a seleção e com a camisa 7 - completou, lembrando seu título de maior expressão com a camisa canarinho.

O Brasil se encontra no grupo A do Sul-Americano ao lado de Paraguai (24 de julho), Equador (25) e a Argentina (26). Do outro lado, Chile, Peru, Uruguai e Venezuela duelam. Os três primeiros lugares se classificam para os Jogos Pan-Americanos de Toronto, no Canadá, em 2015. Os quatro primeiros garantem vaga no Torneio Pré-Olímpico das Américas do próximo ano.


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