segunda-feira, 28 de julho de 2014

Líder do Bom Senso FC, Paulo André é contra a aprovação da atual LRFE



Paulo André, china (Foto: Rodrigo Faber)O zagueiro Paulo André, um dos líderes do movimento Bom Senso FC e que atualmente atua no Shangaï Shenhua, da China, usou uma rede social nesta segunda-feira (28) para explicar os motivos pelos quais é contra o atual modelo do projeto de lei de responsabilidade fiscal do esporte (LRFE), que propõe parcelar as dívidas dos clubes. Segundo ele, os dirigentes e a chamada "bancada da bola" só estão apressados na sua aprovação, pois a proposta exige apenas uma vez por ano a apresentação da Certidão Negativa de Débito (CND) como garantia total de uma gestão transparente no futebol nacional. O jogador também critica a possibilidade de ninguém ser punido por apropriação indébita, caso a medida seja implantada da forma está. 

- No caso específico dos débitos de que trata a LRFE, se o Governo aceitar parcelar a dívida, os dirigentes que cometeram irregularidades não mais poderão ser acionados por crime de apropriação indébita. Traduzindo burramente, se alguém deve dinheiro ao banco e a entidade, sabendo da dificuldade do devedor em quitar a dívida, resolver parcelá-la, assunto encerrado. Basta a pessoa cumprir as condições propostas e o pagamento em dia que ninguém poderá acusá-la posteriormente. Dói só de pensar que mais de R$ 4 bilhões sumiram no futebol e nenhuma alma será punida, com dos torcedores que são punidos diariamente por verem seus times capengando por aí.

Caso o Congresso Nacional e a Presidente Dilma, que representam o povo nesse debate, optarem por tomar o caminho de parcelar a dívida e consequentemente isentar os dirigentes pela infração, Paulo André espera que a decisão seja tomada com a plena garantia de que medidas severas e eficazes serão tomadas para punir os clubes e dirigentes infratores de forma direta, através de uma fiscalização rigorosa. Ele também pede para os cidadãos não acreditarem na promessa de alguns dirigentes que dizem lutar por uma punição mais dura que a do Bom Senso FC.

- Não caiam no papo do Sr. Vilson de Andrade, espertalhão, que diz que eles (dirigentes de clubes) defendem uma punição mais dura do que a que propõe o Bom Senso. “90% da proposta deles (jogadores) está incluída na dos clubes. Eles falam em perda de pontos, nós falamos em rebaixamento. Essa é a grande diferença”, disse, com gigantesca cara de pau, o atual presidente do Coritiba. Ele sabe que, do jeito que está, a LRFE não punirá ninguém. Dizer que há severidade em apresentar a CND uma vez por ano para garantir que os clubes que não pagarem em dia as parcelas do “financiamento” sejam rebaixados de divisão é coisa de quem está mal intencionado. E achar que isso é suficiente para moralizar o futebol brasileiro é uma ofensa à inteligência alheia. Há presidentes de clubes de futebol que agem como se estivessem acima do bem e do mal!

Secretário nacional de Futebol e Defesa dos Direitos do Torcedor, Toninho Nascimento (Foto: Reprodução SporTV)Entre outros pontos defendidos pelo Bom Senso e ausentes na proposta dos clubes, o jogador cobra o controle do déficit; a garantia do cumprimento dos contratos de trabalho; o limite do custo futebol; a padronização das demonstrações financeiras; e a reavaliação do endividamento, sob pena de punição esportiva. Em resposta ao Secretário do Ministério do Esporte, que deseja rápida aprovação do projeto diante do risco de muitos clubes não chegarem ao fim do ano, Paulo André afirmou que vários clubes estão há muitos anos se apropriando do Imposto de Renda e INSS de atletas para contratar mais jogadores e aumentar suas dívidas à espera do “perdão” do Governo. Segundo ele, a presidente Dilma e Congresso Nacional têm uma ótima oportunidade para melhorar a gestão do futebol brasileiro através de uma gestão transparente, diminuindo assim as chances de corrupção

Secretário Toninho Nascimento deseja rápida aprovação da LRFE (Foto: Reprodução SporTV)

- É preciso restringir a possibilidade de erro, de corrupção e defender melhores práticas de gestão que refletirão diretamente na qualidade do produto final, dos clubes e do espetáculo do futebol brasileiro. A Presidente e o Congresso Nacional estão entre a cruz e a espada: Ou se apoiam numa possível benção do voto do torcedor apaixonado (desprovido de razão) e deixam passar tudo como está (inclusive via MP – um absurdo), ou se aproveitam da maior oportunidade de se reformar e de se modernizar o futebol brasileiro, optando por incluir as emendas levantadas pelo Bom Senso à LRFE para garantir de verdade uma gestão melhor e mais transparente no nosso futebol. Esta decisão deverá sair esta semana e nós acompanharemos de perto para saber quem está jogando para quem.



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