O zagueiro Paulo André, um dos líderes do movimento Bom Senso FC e
que atualmente atua no Shangaï Shenhua, da China, usou uma rede social
nesta segunda-feira (28) para explicar os motivos pelos quais é contra o
atual modelo do projeto de lei de responsabilidade fiscal do esporte
(LRFE), que propõe parcelar as dívidas dos clubes. Segundo ele, os
dirigentes e a chamada "bancada da bola" só estão apressados na sua
aprovação, pois a proposta exige apenas uma vez por ano a apresentação
da Certidão Negativa de
Débito (CND) como garantia total de uma gestão
transparente no futebol nacional. O jogador também critica a
possibilidade de ninguém ser punido por apropriação indébita, caso a
medida seja implantada da forma está.
- No caso específico dos débitos de que
trata a LRFE, se o Governo aceitar parcelar a dívida, os dirigentes que
cometeram irregularidades não mais poderão ser acionados por crime de
apropriação indébita. Traduzindo burramente, se alguém deve dinheiro ao
banco e a entidade, sabendo da dificuldade do devedor em quitar a
dívida, resolver parcelá-la, assunto encerrado. Basta a pessoa cumprir
as condições propostas e o pagamento em dia que ninguém poderá acusá-la
posteriormente. Dói só de
pensar que mais de R$ 4 bilhões sumiram no futebol e nenhuma alma será
punida, com dos torcedores que são punidos diariamente por verem
seus times capengando por aí.
Caso
o Congresso Nacional e a Presidente Dilma, que representam o povo
nesse debate, optarem por tomar o caminho de parcelar a dívida e
consequentemente isentar os dirigentes pela infração, Paulo André espera
que a decisão seja
tomada com a plena garantia de que medidas severas e eficazes serão
tomadas para punir os clubes e dirigentes infratores de forma direta,
através de uma fiscalização rigorosa. Ele também pede para os cidadãos
não acreditarem na promessa de alguns dirigentes que dizem lutar por uma
punição mais dura que a do Bom Senso FC.
- Não caiam no papo do Sr. Vilson de Andrade,
espertalhão, que diz que eles (dirigentes de clubes) defendem uma
punição mais dura do que a que propõe o Bom Senso. “90% da proposta
deles (jogadores) está incluída na dos clubes. Eles falam em perda de
pontos, nós falamos em rebaixamento. Essa é a grande diferença”, disse,
com gigantesca cara de pau, o atual presidente do Coritiba. Ele sabe
que, do jeito que está, a LRFE não punirá ninguém. Dizer que há
severidade em apresentar a CND uma vez por ano para garantir que os
clubes que não pagarem em dia as parcelas do “financiamento” sejam
rebaixados de divisão é coisa de quem está mal intencionado. E achar que
isso é suficiente para moralizar o futebol brasileiro é uma ofensa à
inteligência alheia. Há
presidentes de clubes de futebol que agem como se estivessem acima do
bem e do mal!
Entre
outros pontos defendidos pelo Bom Senso e ausentes na proposta dos
clubes, o jogador cobra o controle do déficit; a garantia do cumprimento
dos contratos
de trabalho; o limite do custo
futebol; a padronização das
demonstrações financeiras; e a reavaliação do endividamento, sob pena de
punição esportiva. Em resposta ao Secretário do Ministério do Esporte,
que deseja rápida aprovação do projeto diante do risco de muitos clubes
não chegarem ao fim do ano, Paulo André afirmou que vários clubes estão
há muitos anos se apropriando do Imposto de Renda e INSS de
atletas para contratar mais jogadores e
aumentar suas dívidas à espera do “perdão” do Governo. Segundo ele, a
presidente Dilma e Congresso Nacional têm uma ótima oportunidade para
melhorar a gestão do futebol brasileiro através de uma gestão
transparente, diminuindo assim as chances de corrupção
Secretário Toninho Nascimento deseja rápida aprovação da LRFE (Foto: Reprodução SporTV)
- É preciso
restringir a possibilidade de erro, de corrupção e defender melhores
práticas de gestão que refletirão diretamente na qualidade do produto
final, dos clubes e do espetáculo do futebol brasileiro. A
Presidente e o Congresso Nacional estão entre a cruz e a espada: Ou se
apoiam numa possível benção do voto do torcedor apaixonado (desprovido
de razão) e deixam passar tudo como está (inclusive via MP – um
absurdo), ou se aproveitam da maior oportunidade de se reformar e de se
modernizar o futebol brasileiro, optando por incluir as emendas
levantadas pelo Bom Senso à LRFE para garantir de verdade uma gestão
melhor e mais transparente no nosso futebol. Esta decisão deverá sair
esta semana e nós acompanharemos de perto para saber quem está jogando
para quem.
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