No Brasil, Hernane
não precisa provar mais nada a ninguém. Artilheiro do país na temporada
passada e com quatro gols em três partidas em 2014, já é conhecido pelo
faro de gol e conquistou o respeito dos adversários. O desafio agora é
além das fronteiras. Aposta do Flamengo para Libertadores, o atacante
nunca disputou uma partida fora do Brasil e tem se preparado para não
decepcionar. A estreia está marcada: dia 12, contra o León, no México. E
o Brocador promete uma versão mais catimbeira para não sofrer com a
marcação mais pegada de outras escolas latino americanas.
No
primeiro mês do ano, Hernane procurou se cercar de pessoas que têm
experiência com a competição continental e não se privou de fazer um
questionário a respeito do que o espera em campo. Até mesmo Jayme de
Almeida se preocupou em ter um papo particular para falar das
características de marcadores que o Brocador terá pela frente. A postura
de Emerson Sheik, do Corinthians, na final da Libertadores de 2012
passou a ser exemplo.
- Converso bastante com
jogadores mais experientes, como o Léo Moura. O próprio Jayme também
falou comigo. Procuro pegar um pouco de cada um desses para ficar um
pouco mais malicioso. Vai ter provocação, lances que acontecem na área.
Preciso me preparar o máximo possível para quando o jogo estiver difícil
trazer ao menos um ponto ou gol. Isso vai ser importante na
Libertadores. Temos que ter catimba. O Emerson Sheik fez isso e muito
bem. Vamos tentar mexer no ponto fraco deles e trazer um bom resultado.
Adversário
da estreia, o León não vive boa fase no Campeonato Mexicano - é apenas
14º entre 18 times. A informação foi bem-vinda, mas o Brocador não se
ilude e espera dificuldades.
- Temos que saber tirar proveito disso, mas não podemos ir para lá achando que vamos ganhar de qualquer jeito.
Se
Hernane trabalha para não sofrer com a pressão de uma Libertadores, sua
característica principal ele não pensa em mudar: a simplicidade. Os
quatro primeiros gols do ano, diante do Macaé, foram marcados com
somente um toque na bola. E, sempre que possível, assim continuará
sendo.
- O centroavante tem que estar pronto para
este último toque. Na área, você é muito bem marcado. O Romário fazia
isso muito bem. Não procuro fazer como o Baixinho, que era um craque,
excelente jogador, mas preciso ser um bom finalizador. Procuro me
espelhar em grandes jogadores, e o Romário é um deles. Fez história por
onde passou. Isso de dar somente um toque na bola, quando eu menos
esperava a bola sobrava. Pelo meu posicionamento, não tem muito o que
fazer. É um toque, ou, no máximo, dominar e finalizar. Pelo pouco que
joguei com o Romário no Jogos das Estrelas, vi o posicionamento. Ele
sempre estava sozinho para finalizar.
Sem Hernane em
campo, o Flamengo defende a liderança na Taça Guanabara na quarta-feira,
às 17h (de Brasília), contra o Boavista, em Moça Bonita. O Brocador
volta no Fla-Flu de sábado, véspera da viagem para o México.
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