Está lá no "manual do futebol": centroavante vive de gols. E neste quesito, ninguém tem sido mais efetivo do que Hernane
no Brasil. Goleador máximo do Carioca, da Copa do Brasil e do país na
temporada passada, o Brocador até passou em branco nas duas primeiras
partidas de 2014, mas pagou a dívida com juros diante do Macaé. Foram
cinco toques na bola, quatro gols, e lá está o atacante do Flamengo,
mais uma vez, no topo da tabela de artilheiros do estadual - ao lado de
Edmílson, do Vasco. Números incontestáveis, e que levantaram a questão
nesta segunda-feira, no Ninho do Urubu: por que não pensar na Seleção?
Hernane
pensa, e não nega isso. Com números mais expressivos do que os
centroavantes convocados por Felipão no último ano, o Brocador admite o
sonho de disputar a Copa do Mundo no Brasil, mas evita fazer lobby por
isso. Para ele, a única forma de convencer o treinador da Seleção a ter
uma oportunidade é com gols. Desde janeiro de 2013, foram 40. Marca que
deixa para trás Fred (17), Leandro Damião (14), Pato (18) e Jô (26),
todos já chamados por Scolari.
Hernane foi o dono do jogo de domingo, contra o Macaé e vencido pelo Fla (5 a 2) (Foto:Fabio Castro/Agif/Agência Estado)
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Quero fazer o meu trabalho bem feito. Sei que ele (Felipão) está
olhando alguns jogadores, mas, com Seleção ou não, tenho que fazer um
bom trabalho. Sei que pode acontecer. Ajudando o Flamengo, vou estar me
ajudando. As coisas vão acontecer no momento certo. Se eu falar que não
(sonho), estaria mentindo. Todo jogador tem esse sonho, comigo não é
diferente. Todo mundo tem essa expectativa. A parte da convocação fica
com o Felipão. Vou deixar as coisas acontecerem - disse Hernane.
O
Brocador garantiu que não se sentiu pressionado por passar em branco
diante de Duque de Caxias e Friburguense, mas confessou que já estava
ficando com saudade de comemorar seus gols. Desta vez, comemorou com
dancinhas e já traçou o bicampeonato da artilharia do Carioca como uma
das metas para 2014.
- Sem dúvidas, vou em busca da
artilharia novamente. Fiquei dois jogos sem marcar, mas já foram quatro
gols e dá para pensar na artilharia do Carioca. Não tinha incômodo, mas o
atacante tem que sempre pensar em fazer gols. Era ansiedade mesmo,
vontade de fazer o gol e sair para o abraço, comemorar com a torcida.
Imbatível
no Brasil, Hernane colocará seu poder de foco à prova a partir da
semana que vem em gramados internacionais. Sem nunca ter disputado uma
partida fora do Brasil, o Brocador acredita que a Libertadores pode
consolidar ainda mais sua importância para o Fla e até aproximá-lo da
Seleção.
- A Libertadores é um algo a mais que
precisamos fazer. Vai me fortalecer ainda mais. Centroavante tem que
provar todo dia. Se não fizer gols, vão dizer que não presta, que era
sorte.
Por fim, o atacante do Flamengo falou pela
primeira vez da proposta do Al Jazira, dos Emirados Árabes, recebida no
início do ano e que quase o tirou da Gávea.
- Tive
uma proposta, conversei com meu empresário e vi que existia a
possibilidade de sair. Mas eu queria ficar, jogar a Libertadores. Estou
muito feliz e o resto deixei com ele, que sabe qual é o meu pensamento.
Estou bem focado. Já viajei (para o exterior), mas nunca joguei uma
partida internacional. Queria ficar para Libertadores, que é muito
importante.
Na quarta-feira, às 17h (de Brasília), o
Flamengo encara o Boavista, em Moça Bonita, pela sexta rodada da Taça
Guanabara. Hernane não estará em campo. Com a proximidade da estreia na
Libertadores, Jayme de Almeida optou por escalar somente reservas e
poupar os titulares para o Fla-Flu de domingo.
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