O lema do primeiro ano de mandato da Chapa Azul à frente do Flamengo é o
da reestruturação. Mas enquanto a equação das dívidas em meio à
reformulação do elenco rubro-negro estão na pauta da diretoria, o
departamento de futebol também sofre mudanças. Em entrevista ao site Falando de Flamengo,
o vice de futebol Wallim Vasconcellos revelou que o Conselho Gestor do
clube, formado por Eduardo Bandeira de Mello e alguns de seus
vice-presidentes, foi extinto após a renúncia de Flávio Godinho ao cargo
de vice de relações externas. Ele deixou a instituição no início de
agosto, alegando compromissos profissionais no exterior e por achar que
suas opiniões já não eram tão ativas, e foi substituído recentemente por
Plínio Serpa Pinto. Segundo Wallim, as reuniões entre a cúpula seguem
acontecendo apesar da medida, mas de forma informal.
- Com a saída do Godinho, o Conselho Gestor do Futebol acabou.
Oficialmente o conselho gestor do futebol não existe mais, porém para
qualquer decisão, mesmo que informalmente, eu opto por compartilhar com
Bap (Luiz Eduardo Baptista, vice de marketing), Bandeira e Tostes (vice
de finanças). As decisões técnicas são tomadas por mim, Pelaipe (diretor
executivo de futebol) e Mano, e compartilhadas com o presidente
Bandeira, com o Bap que é a pessoa de marketing que monta os projetos
para trazer o profissional, e o Tostes que viabiliza a parte financeira -
explicou Wallim, que formava o Conselho Gestor ao lado de Godinho, Bap e
Bandeira de Mello.
Outra bandeira da atual presidência é a construção de um estádio na
sede do clube, na Gávea. A arena teria capacidade para cerca de 25 mil
pessoas e o projeto ganhou força com o imbróglio na relação com o
Consórcio Maracanã. Porém, a ideia, uma das plataformas da campanha da
Chapa Azul para as eleições do clube, não saiu do papel, já que não
houve liberação do governo estadual. Mas Wallim não desistiu do
planejado e, convocando a torcida rubro-negra, sugeriu pressão nas urnas
para as eleições do Governo do Estado do Rio de Janeiro no ano que vem.
- A Gávea, o Governador já disse que não pode. Não dá autorização para
fazer nada aqui. Eu sempre fui a favor, vou bater nessa tecla, que ano
que vem sendo ano de eleição, acho que se o Flamengo for contrariado em
seus interesses a torcida do Flamengo deve responder nas urnas. Nosso
pleito é legítimo. Se é feito para outros e não é feito para o Flamengo,
é a única maneira de o Flamengo mostrar sua força, é na hora das
eleições. Esta é minha opinião enquanto pessoa física. Se o presidente
concorda eu não posso afirmar. Mas eu como pessoa física terei esta
postura. Acho que é legítimo termos nosso estádio aqui - defendeu,
opinando que ainda com o novo estádio preferiria o Maracanã devido à
maior capacidade.
O vice de futebol do Fla também falou pela primeira vez sobre a
dispensa de Renato Abreu por motivos de indisciplina. Sem especificar
casos específicos, disse que houve uma "mudança comportamental"
recorrente do jogador, que "desestabilizava o grupo". E que a diretoria
optou pela dispensa do atleta antes do anúncio de Mano Menezes para que
não relacionassem a saída a pedido do treinador, que já convocou o
apoiador quando esteve à frente da seleção brasileira.
- A questão do Renato foi disciplinar. Já tínhamos decidido
internamente que o clube não tinha mais interesse no Renato. Os
jogadores tiveram um período de férias, justamente quando contratamos o
Mano, que seria apresentado no dia em que os jogadores estavam
retornando das férias. Para não acontecer de apresentarmos o Mano e no
dia seguinte demitirmos o Renato, e assim criar a notícia de que o Mano
dispensou o Renato, o Pelaipe ligou para o procurador do atleta e avisou
para ele que o Flamengo não teria mais interesse na permanência do
jogador e que esse fato não tem nada a ver com a chegada do novo
técnico. O jogador ajudou bastante ao Flamengo, o clube é grato pelo que
ele fez, mas o tempo dele aqui acabou. Sem ressentimentos. Conversei
com o procurador do Renato sobre a mudança comportamental, que já vinha
sendo recorrente, e isso desestabilizava o grupo. Se não temos
disciplina em qualquer grupo ou empresa, seguindo as normas e as
condutas estabelecidas, certamente teremos problemas.
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