quarta-feira, 11 de setembro de 2013

Após protestos contra a diretoria, Mano dá receita para paz: ‘Vencer’



Mano Menezes jogo Flamengo contra o Cruzeiro (Foto: Paulo Fonseca / Ag. Estado)
No início, eram quatro. Depois, passou para 10. Na noite desta terça-feira, o número já chegou a cerca de quatro, cinco dezenas. A marola de protestos de parte da torcida do Flamengo, aos poucos, começa a virar onda. A tímida cobrança depois da goleada sofrida para o Corinthians ganhou corpo e se voltou para a diretoria no último domingo, quando a delegação desembarcou no Aeroporto Santos Dumont. Na noite desta terça, novo ato, desta vez na portaria principal da sede da Gávea, com direito a arremesso de laranjas e novos ataques a toda cúpula rubro-negra. Com alvos direcionados, o time tem sido poupado da ira, mas é o principal responsável por tentar selar a paz.

Mano Menezes sabe que é dentro de campo que a resposta terá que ser dada e indica a melhor receita.

- Vencer. Só vencer. Podemos fazer tudo certo no futebol. Se a bola não entrar na casinha, a análise pós-jogo sempre será ruim. O resultado tem uma parte muito importante na análise que se faz do trabalho de todo mundo. Para o torcedor que faz isso com paixão, mais ainda. Sabemos que a parte principal é da gente. A direção se propôs a fazer um trabalho de recuperação do clube, mas eu já disse isso: você pode ser muito bem-intencionado, mas se a parte dentro decampo não funcionar o torcedor não vai estar satisfeito. E é isso que ele está sentindo nesse momento e externou na manifestação no clube. Não vamos nos envolver em questões políticas, mas vamos fazer o melhor que pudermos para nossa contribuição, que é a principal, dentro de campo, para que as coisas voltem ao normal - afirmou o treinador.

Depois da derrota para o Corinthians, no dia 1º de setembro, apenas quatro torcedores apareceram no aeroporto, chegaram tarde, quase não cruzaram com jogadores e disseram que estavam ali para questionar o diretor executivo do clube, Paulo Pelaipe, e o vice de futebol, Wallim Vasconcellos. A dupla, porém, não estava com a delegação.

Paulo Pelaipe, Eduardo Bandeira de Mello e Wallim Vasconcellos, Cúpula do Flamengo (Foto: Alexandre Vidal / Fla imagem)Paulo Pelaipe, Eduardo Bandeira de Mello e Wallim Vasconcellos 
 
 
No último domingo, derrota por 1 a 0 para o Cruzeiro, e uma dezena de torcedores esteve no Santos Dumont para protestar. Todos eram conhecidos de seguranças do clube e até mesmo de jogadores, alguns deles de organizadas tinham presença efetiva no dia a dia do clube na gestão de Patricia Amorim. Eles proferiram gritos e palavrões destinados a Pelaipe, que não se abalou com as críticas e disse que chegou a ouvir pedido por ingressos.

No terceiro protesto da série, um grupo se reuniu na porta da sede do clube nesta terça à noite com bumbos, bandeiras e cobranças para toda diretoria, principalmente Wallim, Pelaipe, o presidente Eduardo Bandeira de Mello e Bap, conhecido internamente como quem realmente dá as cartas no Flamengo. Sem apelarem para recursos dos Black Bloc - máscaras e violência -, os torcedores mostraram novamente seus rostos conhecidos. A confusão se estendeu para dentro do clube e envolveu personagens políticos da gestão passada, como Capitão Léo e Cacau Cotta, e policiais civis que fazem a segurança de dirigentes da atual diretoria.

A leitura interna é de que o movimento de parte da torcida tem caráter político, e também seria uma retaliação ao corte da farta distribuição de ingressos que marcou diversas gestões passadas. Um tropeço diante do Santos, nesta quinta-feira, no Maracanã, pode fazer a onda ganhar força, com novos adeptos.

Até o momento, a cobrança se direciona mais para quem montou o time que em 19 partidas no Brasileirão conquistou apenas cinco vitórias e soma sete derrotas e o mesmo número de empates.

- O torcedor cobrou a diretoria, é um caso à parte, cabe à diretoria dar uma resposta ao torcedor - analisou André Santos, depois do protesto de domingo.

Mano destacou que o time deve saber como se portar em campo diante do Santos nesta quinta-feira à noite:

- Estamos trabalhando para corresponder. Sabemos a responsabilidade que temos. Só é possível dar uma resposta, como foi contra o Cruzeiro, pela Copa do Brasil, depois contra o Vitória, você sabendo se comportar. Trabalhar sobre pressão e dar uma resposta.


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