O torcedor do Flamengo conta os minutos para voltar a ver o time no
Maracanã. É ansiedade de criança, como se fosse desembrulhar um
presente. Os rubro-negros, o time e o palco não se juntam desde 5 de
setembro de 2010. Naquele dia, num empate sem gols com o Santos, diante
de pouco mais de 40 mil pessoas, eles se despediram. O reencontro, num
Maraca novinho e moderno, será neste domingo, contra o Botafogo, pela
nona rodada do Brasileirão, às 18h30m (de Brasília). Há quem diga que
não é o mesmo estádio. Mas, vá lá, a saudade é maior do que qualquer
comparação.
Aos que forem, um conselho: aproveitem. Até o fim do primeiro turno, o
Rubro-Negro só jogará por ali mais uma vez. Depois do clássico com o
Botafogo, a equipe de Mano Menezes
estará no palco novamente em 11 de agosto, pela 13ª rodada, contra o
Fluminense. O mando de campo é tricolor. A partir daí, só jogos em
Brasília, no Mané Garrincha: contra Atlético-MG, Portuguesa, São Paulo,
Grêmio e Vitória.
Mano Menezes espera por rotina maio no Rio no segundo turno (Foto: Cezar Loureiro / Agência O Globo)
Mano entende a necessidade que o clube tem de fazer receita com
partidas na capital federal e respeita o acordo firmado, mas espera que
no segundo turno a frequência de jogos no Rio seja bem maior.
- Nós vamos cumprir o que acordamos como clube. O Flamengo tratou e
assinou o compromisso para fazer jogos em Brasília, precisa cumprir e
vai cumprir. Para o segundo turno é outra situação. Logicamente,
dependendo da condução de como for, de fazer algo positivo no Maracanã,
queremos jogar mais no Maracanã. O Rio de Janeiro é a cidade do Flamengo
– disse.
Enquanto isso, o técnico e o departamento de futebol investem na
logística para tentar minimizar o desgaste com viagens. Na próxima
quarta, o Flamengo visita o Bahia, em Salvador. De lá, parte para
Brasília, local do jogo contra o Atlético-MG no dia 4 de agosto. Como na
outra quarta vai enfrentar a Portuguesa na capital federal, a delegação
nem voltará ao Rio.
- A gente vai minimizando esse desgaste com um número menor de
deslocamentos. Se torna mais natural a permanência e trata-se de fazer
uma estrutura que dê sustentação para se permanecer em Brasília.
Neste domingo, Mano comandará o Flamengo no Maracanã pela primeira vez.
Não chega a estar emocionado, mas considera um momento importante da
carreira.
- É um dos maiores palcos do futebol do mundo, em função disso foram
jogados grandes clássicos entre seleções, clubes brasileiros, clubes do
mundo todo. E a gente vai vivenciar essa experiência agora comandando um
clube do Rio pela primeira vez. É o retorno do Flamengo ao Maracanã
depois da reconstrução. Estamos trabalhando muito duro para fazer um
grande clássico, cuidando para que a nossa parte seja bem feita. Me
causa uma satisfação fazer parte disso. A gente sabe exatamente a
responsabilidade que é jogar jogos assim. Estamos trabalhando porque
sabemos da expectativa que se cria num retorno como esse. Espero que o
Flamengo esteja preparado para fazer um grande jogo.
Mano não acredita que seus jogadores, mesmo os mais jovens, sintam o
peso do reencontro com o estádio, mas prevê a cobrança do torcedor por
empenho.
- Ao longo da história, mesmo com grandes ídolos, o torcedor do
Flamengo sempre exigiu uma coisa. Sabemos o que é. É disposição,
determinação, a raça, como o torcedor gosta de ver. A gente não pode
abrir mão disso. É o que vai construir novos ídolos. Esses meninos que
têm essa chance têm o entendimento disso. Temos de ter organização
tática, capacidade técnica. Sem outros atributos, não vamos conquistar o
torcedor como queremos.
O Flamengo é o 15º na tabela do nacional, com nove pontos.
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