Aos 18 anos, Beatriz Tavares surge como uma das principais promessas do
remo brasileiro para os Jogos Olímpicos de 2016, no Rio, e de 2020,
ainda sem local definido. Com nove medalhas de ouro em torneios
internacionais, dentre elas, o título da Regata Internacional da
Alemanha, a atleta é uma forte candidata a disputar a prova de skiff
duplo peso leve ao lado de Fabiana Beltrame,
maior nome do esporte no país. As duas treinam juntas desde o início do
ano no Flamengo e já tem algumas provas programadas para a próxima
temporada, como etapas da Copa do Mundo e o Pan-Americano de 2015, em
Toronto, no Canadá.
- Meu sonho é ser parceira da Fabiana, que é uma atleta muito
experiente, com anos de estrada e a maior referência do remo no país. Eu
treino completamente focada para o skiff duplo. Ainda é o começo, mas a
largada já foi dada. Esse é o meu maior objetivo e, a cada dia que
passa, eu tenho mais certeza disso. Temos algumas competições juntas
antes dos Jogos, como o Pan e o Mundial, que são importantes testes para
2016 - contou a remadora.
Disciplinada, Beatriz tem uma rotina intensa. Treina de segunda a
segunda em dois turnos (de manhã e à tarde), uma média de cinco horas,
remando cerca de 20km por turno. Folga apenas em alguns domingos, mas
garante que o esforço vale a pena. Na sede de remo do Flamengo, no
bairro da Lagoa, cartão-postal carioca, ela não conteve a emoção ao
reencontrar Fabiana, que se recuperou de uma lesão e conquistou as
medalhas de ouro na etapa da Copa do Mundo em Lucerna e o bronze em Eton. Sem medir as palavras, a jovem rasgou elogios à companheira de treinos e foi às lágrimas.
Beatriz se emociona ao reencontrar Fabiana, após o ouro da companheira (Foto: Alexandre Vidal /FlaImagem)
- A vitória da Fabiana em Lucerna e o bronze em Eton foram muito
significativos. Nosso trabalho é puxado, uma rotina muito árdua, e esse
resultado mostra que temos chances de brigar pelo pódio nas Olimpíadas.
Ela me passa confiança e me dá bons toques. Diz para eu acreditar porque
nós vamos fazer história. Em relação à conduta, a Fabiana não precisa
falar nada, ela é a conduta em pessoa. Tem atitude de atleta de elite,
se preocupa com os horários, a alimentação e tem uma forma extremamente
correta de encarar o treino - disse a atleta, que irá estudar letras na
faculdade no próximo semestre.
O esporte em sua vida começou como um passatempo de criança. Aos 10
anos, Beatriz iria praticar basquete, mas, na última hora, mudou de
ideia. Resolveu iniciar no remo por incentivo de um amigo, que viu nela o
biotipo ideal para a atividade. A modalidade passou a ser levada à
sério aos 15, quando intensificou os treinos e começou a colher os
frutos pelo esforço.
Em busca de um lugar ao sol em 2016, a remadora viajou para a Europa,
onde traçou importantes desafios. O primeiro será o Mundial sub-23, na
Áustria, de 25 a 28 de julho. No segundo, o Mundial Júnior, de 8 a 11 de
agosto, na Lituânia, ela será a única representante do Brasil entre
homens e mulheres.
- Tenho treinado muito forte e estou feliz por isso. A minha preparação
me deixa confiante para os Mundiais. Se tiver uma boa colocação no
sub-23, a minha colocação na categoria júnior vai subir e isso é muito
bom. Melhorei 100% na parte técnica e no meu condicionamento físico. A
gente abre mão de muita coisa para treinar e dar o nosso melhor. O remo é
a minha vida, está sempre em primeiro lugar e eu não me imagino sem -
finalizou.
Beatriz Tavares tem uma rotina intensa: treina 5h por dia, de segunda a segunda (Foto: Carol Fontes)
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