quinta-feira, 6 de junho de 2013

Jorginho: ‘Não podemos perder um jogo como esse. Não tem desculpa


Apontado pelo torcedor como culpado na derrota do Flamengo para o Náutico, por 1 a 0, nesta quarta-feira, em Florianópolis, pela quarta rodada do Brasileirão, Jorginho demorou pouco mais de trinta minutos entre o apito final e a chegada à sala de entrevistas do Orlando Scarpelli. A atuação abaixo da média, somada às críticas pelo pior início do clube no campeonato nos últimos 12 anos, elevou a pressão e gerou pedidos de demissão. Mas o treinador permanece no comando rubro-negro para o duelo com o Criciúma. E continua ciente de que é preciso mudar, com máxima urgência, o panorama atual do time e de si próprio na competição.

Durante a coletiva, Jorginho deu razão aos protestos do torcedor e tratou como inadmissíveis a derrota para o Timbu e a posição na tabela de classificação – penúltimo, com dois pontos, na frente apenas do Atlético-MG, que tem um jogo a menos. Por outro lado, apesar de dizer que não há desculpas para os maus resultados, lamentou os desfalques de Moreno e González, com suas seleções nacionais, e também de Renato, expulso e fora do jogo com o Criciúma.
 

- Temos respeito com nosso torcedor. Eles têm toda razão de vaiar, não podemos perder um jogo como esse. Enfrentamos uma equipe que veio em busca do empate, defensiva. Passamos o segundo tempo em cima e em uma escapada eles fizeram 1 a 0. Não tem desculpa. Estamos mal, numa situação delicadíssima, e o Flamengo não pode ficar do jeito de está. Temos perdido alguns jogadores, como o Moreno e o González, agora o Renato. Vamos tentar ter paciência, calma e não desesperar. É preciso ter equilíbrio, principalmente da minha parte.

Se parar para Copa das Confederações com 10 pontos era a meta após a derrota para Ponte Preta, na segunda rodada, Jorginho tem agora um sonho bem mais modesto. Já na zona de rebaixamento, o Flamengo deseja ao menos ficar os 28 dias sem jogos no Brasileirão com a cabeça fora d´água.

- Sabemos o quanto vai ser difícil. O Criciúma é extremamente forte em casa, mas é possível conseguir os três pontos e sair da zona de rebaixamento. Esse é o nosso objetivo de momento.

Após meses com discurso de exaltação ao elenco montado nos últimos meses – com reforços sem grande repercussão -, o treinador admitiu que o Rubro-Negro  está abaixo de adversários no Brasileirão. Por outro lado, acredita que a situação poderia ser bem mais confortável, levando em conta as próprias atuações contra Santos, Atlético-PR e Náutico.

- Temos que ser realistas. Se nos comparamos com alguns clubes, saímos atrás em termos de contratações. Até por uma limitação financeira. Nossa diretoria tem tentado ser criteriosa, tem feito o melhor possível, trouxe o Moreno e outros jogadores que vinham desempenhando um bom papel. Na realidade, os resultados dizem a situação que nos encontramos. Se tivéssemos ganhado do Santos, e fizemos um grande jogo, o segundo tempo com o Atlético-PR e até mesmo hoje, estaríamos falando de uma maneira diferente.

Por fim, o treinador usou a velha máxima do futebol e adotou discurso até certo ponto óbvio ao dizer que as avaliações sobre seu trabalho são negativas por conta de resultados.

- Existe uma realidade no futebol. Quando você ganha, está tudo certo, é o melhor treinador. Quando perde, não dão crédito ao seu trabalho. Temos um material e estamos tentando tirar o melhor disso.

O Flamengo segue em Florianópolis até a próxima sexta-feira, quando segue para Criciúma, onde encara o time da casa sábado, às 16h20m (de Brasília), no Heriberto Hulse, pela quinta rodada do Brasileirão, a última antes da paralisação para Copa das Confederações.


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