Apontado pelo torcedor como culpado na derrota do Flamengo para o
Náutico, por 1 a 0, nesta quarta-feira, em Florianópolis, pela quarta
rodada do Brasileirão, Jorginho demorou pouco mais de trinta minutos
entre o apito final e a chegada à sala de entrevistas do Orlando
Scarpelli. A atuação abaixo da média, somada às críticas pelo pior
início do clube no campeonato nos últimos 12 anos, elevou a pressão e
gerou pedidos de demissão. Mas o treinador permanece no comando
rubro-negro para o duelo com o Criciúma. E continua ciente de que é
preciso mudar, com máxima urgência, o panorama atual do time e de si
próprio na competição.
Durante a coletiva, Jorginho deu razão aos protestos do torcedor e
tratou como inadmissíveis a derrota para o Timbu e a posição na tabela
de classificação – penúltimo, com dois pontos, na frente apenas do
Atlético-MG, que tem um jogo a menos. Por outro lado, apesar de dizer
que não há desculpas para os maus resultados, lamentou os desfalques de
Moreno e González, com suas seleções nacionais, e também de Renato,
expulso e fora do jogo com o Criciúma.
- Temos respeito com nosso torcedor. Eles têm toda razão de vaiar, não
podemos perder um jogo como esse. Enfrentamos uma equipe que veio em
busca do empate, defensiva. Passamos o segundo tempo em cima e em uma
escapada eles fizeram 1 a 0. Não tem desculpa. Estamos mal, numa
situação delicadíssima, e o Flamengo não pode ficar do jeito de está.
Temos perdido alguns jogadores, como o Moreno e o González, agora o
Renato. Vamos tentar ter paciência, calma e não desesperar. É preciso
ter equilíbrio, principalmente da minha parte.
Se parar para Copa das Confederações com 10 pontos era a meta após a
derrota para Ponte Preta, na segunda rodada, Jorginho tem agora um sonho
bem mais modesto. Já na zona de rebaixamento, o Flamengo deseja ao
menos ficar os 28 dias sem jogos no Brasileirão com a cabeça fora
d´água.
- Sabemos o quanto vai ser difícil. O Criciúma é extremamente forte em
casa, mas é possível conseguir os três pontos e sair da zona de
rebaixamento. Esse é o nosso objetivo de momento.
Após meses com discurso de exaltação ao elenco montado nos últimos
meses – com reforços sem grande repercussão -, o treinador admitiu que o
Rubro-Negro está abaixo de adversários no Brasileirão. Por outro lado,
acredita que a situação poderia ser bem mais confortável, levando em
conta as próprias atuações contra Santos, Atlético-PR e Náutico.
- Temos que ser realistas. Se nos comparamos com alguns clubes, saímos
atrás em termos de contratações. Até por uma limitação financeira. Nossa
diretoria tem tentado ser criteriosa, tem feito o melhor possível,
trouxe o Moreno e outros jogadores que vinham desempenhando um bom
papel. Na realidade, os resultados dizem a situação que nos encontramos.
Se tivéssemos ganhado do Santos, e fizemos um grande jogo, o segundo
tempo com o Atlético-PR e até mesmo hoje, estaríamos falando de uma
maneira diferente.
Por fim, o treinador usou a velha máxima do futebol e adotou discurso
até certo ponto óbvio ao dizer que as avaliações sobre seu trabalho são
negativas por conta de resultados.
- Existe uma realidade no futebol. Quando você ganha, está tudo certo, é
o melhor treinador. Quando perde, não dão crédito ao seu trabalho.
Temos um material e estamos tentando tirar o melhor disso.
O Flamengo segue em Florianópolis até a próxima sexta-feira, quando
segue para Criciúma, onde encara o time da casa sábado, às 16h20m (de
Brasília), no Heriberto Hulse, pela quinta rodada do Brasileirão, a
última antes da paralisação para Copa das Confederações.
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