O Conselho Deliberativo do Flamengo vota nesta terça-feira o contrato
de patrocínio de três anos com a Peugeot. Apresentada na véspera, a
parceria não teve os valores divulgados pelo vice de marketing Luiz
Eduardo Baptista, o Bap. Informações dão conta de que o acordo renderá
R$ 10 milhões por temporada, com variáveis que podem chegar a R$ 15
milhões - total entre R$ 30 e R$ 45 milhões. A tendência é de aprovação
unânime, o que não significa a entrada de dinheiro no cofre de imediato.
As penhoras assustam o clube, e a verba que virá da montadora de
automóveis francesa corre risco.
- As penhoras são instrumentos legítimos de quem conseguiu na Justiça
cobrar dívidas que gestões anteriores não honraram. Nos candidatamos com
a premissa de honrar os compromissos para que o Flamengo seja
respeitado. Não questiono as penhoras, o que é definido por lei,
cumpra-se. Caso aprovado, o que for determinado pela Justiça nós vamos
cumprir. Temos que trabalhar duro para melhorar a situação do Flamengo.
Trabalhamos para que seja sanado. Uma caminhada de mil passos começa com
o primeiro. O contrato da Peugeot não se sobrepõe à Justiça – disse
Bap.
A marca da Peugeot será exibida na parte frontal da camisa rubro-negra
apenas até abril. A partir daí, o nome da empresa passará para as
costas. O espaço mais nobre do uniforme ficará disponível para outro
anunciante a partir de maio.
No início do mês, as penhoras causaram a retenção de, pelo menos, R$
3,8 milhões da primeira parcela do dinheiro da Adidas. A diretoria teve
que agir, pagou R$ 8 milhões em impostos atrasados e conseguiu a
liberação de parte da verba. O novo baque deixou a diretoria e o vice de
finanças Rodrigo Tostes em alerta para futuros depósitos. Tostes ainda
estuda o terreno para se pronunciar sobre a abalada saúde financeira do
Rubro-Negro, onde está há pouco mais 15 dias. Tempo suficiente para, ao
menos, constatar a asfixia de dinheiro. Até o momento, calcula-se que o
total de penhoras já bateu a casa dos R$ 58 milhões.
A Adidas chegou a ser notificada sobre a ação de penhora. O clube
começou a ter o dinheiro retido no segundo semestre do ano passado. Os
débitos correspondem ao não pagamento de impostos de 2007-08-09, e
também pendências de pagamentos relacionados ao ano de 2004, além de
outras derrotas sofridas na Justiça. O problema gerou atraso no
pagamento de salários. No fim de 2012, de um pedido de R$ 27 milhões de
adiantamento, entraram no cofre R$ 17 milhões, sendo que o restante
ficou retido pela Justiça.
- Estamos em negociações com credores e com a Fazenda Nacional. A
penhora é um instrumento legal e temos que respeitar – afirmou o
presidente Eduardo Bandeira de Mello.
A nova gestão do Flamengo espera o resultado da auditoria contratada
para desvendar o caos financeiro do clube. A empresa Ernst & Young
vai apresentar um diagnóstico da real condição dos cofres rubro-negros, o
que deve ocorrer em abril.
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