sexta-feira, 3 de agosto de 2012

Olympikus tem 14 dias para cobrir oferta da rival Adidas




No próximo dia 17, o Flamengo será informado pela Olympikus se a fornecedora cobrirá a proposta milionária de R$ 350 milhões por dez anos de contrato feita pela Adidas. Essa, pelo menos, é a data com a qual o clube trabalha para saber se terá um novo parceiro de material esportivo a partir de 1 de janeiro de 2015.

A atual fornecedora, entretanto, considera que a data limite é de 25 de agosto. E mesmo tendo uma diferença de oito dias entre os prazos estipulados, a Olympikus promete se manifestar antes desse período.

– Não é um planejamento simples. A empresa tem de levar em conta a projeção do mercado para depois da Copa, que é quando o novo contrato vai estar ativo. Mas estamos confiantes de que vai dar tudo certo. O (Pedro) Grendene esteve na Gávea, conversou com a Patricia e temos só que colocar no papel agora – explicou Tullio Formicola, diretor do grupo Vulcabras, que é dona da marca, ao LANCE!.

Ainda não foi determinado um valor em caso de renovação. Por enquanto, o grupo trabalha com os dois caminhos lógicos: cobrir a oferta da concorrente ou deixar o clube após cinco anos.

Outras fontes ligadas à empresa disseram que ainda haverá uma outra reunião interna este mês antes de definir sobre o futuro da parceria com o Flamengo.

Dentro do clube, há uma corrente favorável à Adidas, pois a entrada da empresa significaria a injeção de dinheiro novo no clube. Entre os pontos previstos no contrato oferecido, há o pagamento de R$ 25 milhões de luvas pela assinatura.

A proposta da Adidas ao Flamengo poderá fazer com que o clube se consolide como detentor do maior contrato de patrocínio esportivo do Brasil. O valor de R$ 350 milhões por dez anos é, proporcionalmente, quase duas vezes maior do que os R$ 18 milhões desembolsados pela Olympikus por ano até 2014, e pouco mais de duas vezes superior ao acordo do Corinthians com a Nike, de R$ 82,5 milhões por cinco temporadas.

Grupo nega que crise interfira em renovação

O grupo Vulcabras, que é dono da marca Olympikus, enfrenta dificuldades no mercado desde o ano passado. Só no primeiro trimestre deste ano, a empresa registrou prejuízo de R$ 37,9 milhões. Apesar do faturamento de R$ 1,5 bilhão em 2011, o grupo chegou a ter uma dívida líquida de  1 bilhão no primeiro trimestre do ano passado. A companhia deixou de gerar caixa e se endividou com bancos para conseguir capital de giro nesse período.

A Vulcabras está se reestruturando e faz corte no quadro de funcionários. Em 2012, só no Rio Grande do Sul, foram 800 pessoas demitidas da empresa.

Nesse contexto, a decisão de manter ou não Flamengo como parceiro nos próximos anos não está vinculada ao processo de corte nas despesas.

– O grupo já detectou os problemas e está fazendo uma reformulação na empresa. E isso está longe de ser um impeditivo na continuidade da parceria com o Flamengo. O faturamento do grupo continua alto – explicou Tullio Formicola, diretor do grupo.

Além da Olympikus, a empresa gerencia as marcas Azaléia, AZ, Dijean, Funny, Opanka, OLK, Reebok e Botas Vulcabras.




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