Em outros momentos da carreira Felipe já teria chutado o
balde e pedido para sair por não aceitar a reserva. Parecendo viver uma
fase mais madura, o goleiro de 28 anos vem sendo banco de Paulo Victor
desde que teve dengue, em maio, mas encara o período de dificuldades
como um desafio. E é com o mesmo comportamento que fez a diretoria
assinar por quatro anos e dar à torcida segurança novamente no gol que
ele espera retomar a vaga de titular em breve. Sair do clube não passa
por sua cabeça, mas ficar na reserva não o deixa confortável.
Calado desde a semifinal da Taça Rio, contra a coisa maldita ''vasco'', última partida que jogou, Felipe quebrou o silêncio e falou sobre os momentos difíceis pelos quais passou em 2012. Em entrevista exclusiva ao LNET!, o camisa 1 garante que não vai desistir de construir sua história no Flamengo, e fala sobre a relação com o técnico Joel Santana e os boatos de que estaria sem clima no elenco.
Calado desde a semifinal da Taça Rio, contra a coisa maldita ''vasco'', última partida que jogou, Felipe quebrou o silêncio e falou sobre os momentos difíceis pelos quais passou em 2012. Em entrevista exclusiva ao LNET!, o camisa 1 garante que não vai desistir de construir sua história no Flamengo, e fala sobre a relação com o técnico Joel Santana e os boatos de que estaria sem clima no elenco.
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O futebol é dinâmico. Eu sai do time por doença, não foi por
deficiência técnica. O Flamengo não se esforçou para assinar por quatro
anos à toa. As pessoas sabem do que eu posso fazer. Hoje eu não estou
jogando, mas daqui a quatro rodadas tudo pode mudar. Vou continuar
trabalhando, a não ser que falem para eu procurar outro clube - disse
Felipe, que depois de um ano de marcas expressivas, como a de melhor
goleiro do Estadual 2011, a conquista do Campeonato Carioca de 2011
invicto e sete pênaltis defendidos em uma temporada, acabou machucando a
cabeça e pegando dengue.
Confira abaixo os principais trechos da entrevista:
Como esta a sua situação no Flamengo?
-
Eu fico chateado de não jogar, mas vou continuar trabalhando sem criar
problema. Estavam esperando eu arrumar um problema faz tempo porque eu
não estou jogando. Sei do meu potencial e não preciso provar mais nada
para ninguém. Não foi à toa que o Flamengo me comprou. Se eles não
confiassem em mim, eles não fariam isso. Foi uma opção do treinador. Vou
respeitar.
Está insatisfeito na reserva. Vai sair?
-
Assinei por quatro anos e a minha ideia é ficar no Flamengo e
reconquistar o meu espaço. Ninguém fica feliz sem jogar. E eu não estou
feliz, mas não é por isso que eu vou deixar de treinar e cumprir as
minhas obrigações. Vou esperar uma oportunidade, quando ela aparecer, eu
possa voltar bem e voltar ao time.
Felipe fez seu último jogo com titular contra a coisa maldita ''vasco'', na Taça Rio 2012, no qual foi acusado de falhar (Foto: Alexandre Loureiro) |
E se receber uma proposta?
-
Meu pensamento agora não é sair. Tive propostas. Ficar no banco não é
demérito para ninguém. O próprio Marcos já ficou. Depois que eu parei de
jogar, fui procurar saber qual seria a minha situação. Falaram que o
técnico contava comigo. E a diretoria também. Aquilo já bastou. Goleiro
só joga um. O que está jogando agora está jogando bem. O futebol é
dinâmico. Eu saí por doença, não foi por deficiência técnica. As pessoas
sabem do que eu posso fazer. Hoje eu não estou jogando, mas daqui a
quatro rodadas tudo pode mudar. Vou continuar trabalhando, a não ser que
falem para eu sair.
Está sem clima no clube?
-
Eu não estou sem clima, porque eu falo com todo mundo. Uns ou outros
tenho mais afinidade. O pessoal vê que eu não participo do bobinho e
acha que eu estou sem clima. Nunca participei no Flamengo, porque no
Corinthians acabei me machucando.
Qual a relação com Joel?
-
É tranquila. Ele é o treinador e está nos ajudando. Se ele vai sair ou
não, é com a diretoria. Existe muita fofoca. Falaram que ele ia cair
desde a Libertadores.
Está esperando uma chance?
-
Todo mundo quer uma chance. Ano passado tive um ano maravilhoso e esse
ano eu comecei bem. E acabei saindo por lesão. Vou buscar o meu espaço.
Vou continuar trabalhando para, quando aparecer, justificar que
realmente eu poderia estar jogando.
A declaração do Paulo Victor dizendo que não era o seu amigo o surpreendeu?
-
Ele que falou, não é? Eu falo com todo mundo. Sem problema nenhum. Como
ele falou: ele não vai na minha casa. Eu não vou na casa dele. Nem por
isso ele falta com o respeito e eu vou faltar. Cada um sabe do seu
lugar. Cada um quer buscar o seu espaço. Eu acho ele um grande goleiro, é
por méritos que está jogando agora. Esse negócio de amizade é de
profissional mesmo. Sabemos que o Carné e Cesar também podem entrar no
Flamengo.
Como está fisicamente?
- Treinar
nunca é igual a jogar, mas o Cantarele vem fazendo trabalhos simulando
jogos. Se for para jogar, não vai ter nenhum problema.
Qual o seu maior sonho?
- Voltar a atuar pelo time e conquistar a Libertadores.
Goleiro levanta a taça do Carioca de 2011, no qual foi decisivo (Foto: Paulo Sérgio) |
.
Teve problema com Ronaldinho no Flamengo. Ele te chamava mesmo de mão de pau?
-
Isso foi criado. O Love e o Renato sempre chamam os goleiros de mão de
pau. Quando o Renato vai chutar de direita, nós falamos que ele só tem
direita para acelerar o carro. Mas quando o Ronaldo falou, falaram que
eu estava criando problema com ele. O Ronaldo já estava naquela fase de
briga com o Flamengo. Se eu tivesse problema, não convidaria ele para o
aniversário da minha filha. Só convidei ele, o Thiago Neves, o Willians e
o Egídio. Ele sempre me respeitou. O Renato chama a gente de Ortobom.
Minha cama. O Love fica gritando que o gol está vazio. É brincadeira de
treino que acontece.
Esperava passar por tantos problemas?
-
Aconteceram coisas que normalmente não aconteciam. Eu me machuquei duas
vezes neste ano. Eu tomei uma porrada na cabeça no Estadual e fiquei
três jogos fora, o negócio da dengue que eu fiquei um mês parado. São
coisas que não são comuns de acontecer numa temporada. Na passada,
fiquei afastado apenas de um jogo por lesão. Complicado. E agora essa
situação de não jogar. Eu fico chateado.
Há alguma coisa que o tem desagradado?
-
Mesmo de fora o pessoal não consegue me esquecer. Vejo notícias dizendo
que eu não falo com atletas, que eu estou afastado, que estou chateado.
Não tive problema com ninguém. Essa semana saiu uma matéria dizendo que
eu era o terceiro goleiro. Na segunda parte do treino fui treinar
finalização até para pegar mais ritmo de jogo. O pessoal acaba falando
muita coisa e me deixando chateado. Não sabem realmente o que está
acontecendo, e acabam publicando várias coisas. É a primeira entrevista
que eu estou dando após três meses.
E o estado de saúde de seu Pai?
-
Depois dos exames, foi constatado que o problema no joelho do meu pai é
artrose, não um tumor. Foi um alívio para mim. Ele vai vir ao Rio para o
Runco cuidar e para saber quando vai precisar operar.
E
como vê o time do Flamengo para o Brasileiro. Cáceres e Ramon chegaram.
Diego ou Riquelme estão cotados. Será que o time vai melhorar daqui para
frente?
- Tomara. O Cáceres está chegando, o Ramon, o
Diego já tive a oportunidade de trabalhar com ele na Seleção Brasileira
de base. Fomos campeões sul-americanos juntos. O Flamengo está se
reforçando no início do campeonato. Isso é bom para deixar o elenco mais
forte para conquistar o objetivo que é ser campeão.
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