Ex-goleiro não pode mais fazer faxina na cadeia e só sairá da cela para tomar banho de sol
Uma carta enviada pelo ex-goleiro Bruno Fernandes a um
apresentador da TV Alterosa, afiliada do SBT em Minas Gerais, fez o
atleta ser punido pela administração da penitenciária Nelson Hungria, em
Contagem, no mesmo estado, onde está detido há dois anos. Segundo a
Secretaria de Estado de Defesa Social (Seds), o jogador foi suspenso do
trabalho de faxina que vinha realizando na pavilhão para tentar reduzir o
tempo de cadeia.
O documento foi entregue por Bruno na quinta-feira pela manhã aos
advogados Francisco Simim e Rui Pimenta. À tarde, a defesa do ex-goleiro
levou a carta até o programa de TV. Em seu texto, Bruno faz referência a
Deus, nega ligação com o desaparecimento de Eliza Samudio e diz que
Bruninho, filho dele com a ex-amante, tem, sim, um pai.
"Te confesso, pelo ‘sangue cristão de Jesus', que nunca desejei,
ordenei ou determinei a quem quer que seja o desaparecimento de Eliza
Samudio! Inclusive, gostaria de acrescentar que o Bruninho tem, sim, um
pai, aliás, sempre haverá esse compromisso perante a sociedade",
escreveu o ex-jogador.
Em outro trecho da carta, Bruno diz que está pagando pelo crime que
não cometeu e que seu "erro foi ter confiado em algumas pessoas". "Sei
que estou pagando já há dois anos pelo um possível crime que não cometi,
nem ordenei, e Deus é minha testemunha. O único erro da minha vida foi
ter confiando em algumas pessoas", escreveu.
Caso será analisado
Segundo a secretaria, o goleiro vai passar na segunda-feira por uma Comissão Disciplinar do Complexo Prisional, órgão que analisará a suspensão ou fixará o prazo do recolhimento de Bruno a sua cela. O advogado Francisco Simin disse que vai recorrer caso a decisão na segunda seja negativa. "Bruno e nós (advogados) não fizemos nada de errado. Essa decisão da punição é injusta", frisou o defensor do goleiro.
Segundo a secretaria, o goleiro vai passar na segunda-feira por uma Comissão Disciplinar do Complexo Prisional, órgão que analisará a suspensão ou fixará o prazo do recolhimento de Bruno a sua cela. O advogado Francisco Simin disse que vai recorrer caso a decisão na segunda seja negativa. "Bruno e nós (advogados) não fizemos nada de errado. Essa decisão da punição é injusta", frisou o defensor do goleiro.
A Seds ainda afirmou que vai notificar a Ordem dos Advogados (OAB-MG)
sobre o caso. "Eles podem falar com quem quiser e vamos provar que
estamos certo", desabafou Francisco Simim.
‘Foi a única forma de defesa do Bruno até hoje', diz advogado
A
Seds informou que, a partir de agora, Bruno só poderá sair da sua cela
para usufruir das duas horas diárias de banho de sol. No entanto, o
ex-goleiro não ficará em cela individual.
Para o órgão, Bruno ‘cometeu um erro disciplinar ao ignorar as regras
de segurança do Complexo Penitenciário Nelson Hungria e enviar, fora
dos trâmites legais, uma carta ao público externo à unidade, por meio de
seu advogado".
O texto da a carta não passou pelo crivo de departamento específico
que registra as correspondências destinadas aos presos e aos familiares
deles.
No entanto, para Francisco Simim, advogado do ex-goleiro, não houve
infração, e a punição é uma arbitrariedade. "Não fizemos na ditadura.
Somos advogados do Bruno e podemos levar a palavra do nosso cliente.
Nada saiu da penitenciária escondido. Essa carta foi a única forma de
defesa do Bruno até hoje", ressaltou Simim.
Nenhum comentário:
Postar um comentário