Do alto de seus recém-completados sete anos de existência, o Horizonte, do Ceará, está prestes a disputar o jogo mais importante de sua história. Depois de despachar Asa e Guarani, times que vão disputar a Série B do Brasileirão em 2011, o Galo do Tabuleiro, como é conhecido o clube cearense, agora terá pela frente ninguém menos que o Flamengo na terceira fase da Copa do Brasil. O feito da equipe é motivo de orgulho para todos no Horizonte. Para o presidente, Paulo Wagner, o sabor é ainda mais especial. Afinal, o clube que dirige vai encarar o time de seu coração.
Por telefone, Paulo Wagner contou ao GLOBOESPORTE.COM que se apaixonou pelo Flamengo quando viu jogar a geração de Zico e companhia. Engana-se, entretanto, quem acha que o coração de Paulo estará dividido quando a bola rolar para Horizonte x Flamengo.
- É uma satisfação muito grande enfrentar o Flamengo, pode ter certeza. Mas se tiver que morrer alguém, que morra o Flamengo. A gente sabe que é muito difícil ganhar, mas temos um grupo forte. É difícil, mas não impossível - declarou o presidente.
Palco do jogo contra o Flamengo tem capacidade para 10.500 pessoas
Horizonte fica na região metropolitana de Fortaleza, a 40 km da capital. O time manda seus jogos no estádio Domingão, que fica na cidade. Apesar de a capacidade ser de 10.500 pessoas, Paulo Wagner já confirmou que é lá que o Galo do Tabuleiro vai duelar com o Urubu. A CBF vai sortear em 7 de abril os mandos de campo para os confrontos da fase de oitavas de final, que não começarão a ser disputados antes do dia 13.
A opção de levar o jogo para o Castelão está fora de cogitação, uma vez que o estádio da capital acaba de ser fechado para as obras visando à Copa de 2014. O estádio Presidente Vargas, segundo maior de Fortaleza, passa por reformas e ainda não foi liberado pelas autoridades para receber partidas, nem mesmo do Campeonato Cearense.
- Vai ser no Domingão mesmo. Estamos estudando a possibilidade de usar mais um lance de arquibancadas, só para este jogo, onde caberiam mais 5 mil pessoas. Mas ainda não sabemos se será possível - explicou Paulo Wagner, que também já foi presidente do Ferroviário e assumiu o Horizonte em dezembro de 2009, a convite do prefeito da cidade.
Festa pelo título da Copa Fares Lopes 2010, que valeu a vaga na Copa do Brasil (Foto: Divulgação)
A Prefeitura de Horizonte, por sinal, é a maior patrocinadora do clube desde que ele se tornou profissional, em 2004. O primeiro título, o da Segundona Cearense, aconteceu em 2007. Desde então, o Horizonte não deixou mais a elite do futebol local. Ano passado, mais duas conquistas: a do Campeonato do Interior e a da Copa Fares Lopes, que valeu a classificação para a Copa do Brasil de 2011.
Salários dos atletas variam entre R$ 600 e R$ 4 mil
O elenco atual não tem grandes craques, nem mesmo aqueles em fim de carreira. Os salários variam entre R$ 600 e R$ 4 mil. O time tem como técnico Roberto Carlos, auxiliar que assumiu há pouco mais de um mês como interino, após a demissão de Erasmo Forte, e foi mantido no cargo até hoje.
Sem procurar adotar discurso politicamente correto, o presidente apontou a força do grupo como grande virtude do Horizonte.
- A cada jogo, um atleta é decisivo. Contra o Guarani, foi Diego Palhinha, que fez os dois gols (no empate por 2 a 2, em Campinas, que valeu a classificação - gols ao lado). Outro dia foi o goleiro... Este grupo se fechou e é este o ponto forte da gente - garantiu Paulo Wagner.
A campanha do Horizonte no Campeonato Cearense é até bem razoável. No primeiro turno, o time se classificou para a fase semifinal, mas foi eliminado pelo Ceará, que viria a ser campeão. No segundo turno, o desempenho já não é assim tão bom. O Galo aparece em sétimo lugar, com sete pontos, três abaixo do Ferroviário, último time dentro do G-4. Restam seis rodadas e o mandatário Paulo Wagner acredita que há tempo para uma reviravolta.
- Dos cinco jogos do returno, quatro foram fora de casa. Agora isso vai ser compensado nos últimos jogos, e acredito que a gente pode se recuperar dentro da nossa casa - explicou.
Para o Flamengo, o confronto com o Horizonte oferece, por dois motivos, a sensação de déjà vu. Na segunda fase, o Rubro-Negro enfrentou outro cearense, o tradicional Fortaleza. Já na rodada de abertura, o rival foi o alagoano Murici, cujo presidente é flamenguista. Em ambas as ocasiões, não houve freio para o bonde rubro-negro.
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