segunda-feira, 25 de abril de 2011

Horizonte de alma lavada: bastidores e estrutura do adversário do Fla


Paulo Wagner, presidente do Horizonte (Foto: Janir Junior / GLOBOESPORTE.COM)
O Horizonte tem apenas sete anos de existência, mas na sua curta história já se orgulha de alguns feitos. O time disputa a Primeira Divisão do Campeonato Cearense desde 2007, foi campeão do Interior em 2010 e, agora, está no centro das atenções depois de ter empatado por 1 a 1 no jogo de ida contra o Flamengo pelas oitavas de final da Copa do Brasil. Com folha salarial de R$ 90 mil, salários pagos em dia, um presidente/torcedor no melhor estilo paizão, dois estádios, sede para hospedar atletas e pousada para concentração, o clube está de alma lavada.

- Depois do empate com o Flamengo meu telefone não parou de tocar com propostas para diversos jogadores. Eles confiam em mim, sabem que eu sei o que é melhor para eles. A projeção destes jogos mexeu com tudo - admitiu o presidente Paulo Wagner.

No jogo desta quarta-feira, às 21h50m, em Horizonte, o Flamengo encontrará um estádio acanhado, mas que é orgulho entre dirigentes e torcedores do time cearense. Com capacidade para 10.500 pessoas, apenas oito mil ingressos foram colocados à venda para o duelo com o Rubro-Negro. As arquibancadas são apenas nas laterais do campo, uma delas bem próxima ao gramado, a outra a cerca de dez metros de distância. A torcida rubro-negra deverá ser maioria.

Estrutura Horizonte (Foto: Janir Júnior / Globoesporte.com)Estádio Domingão, em Horizonte (Foto: Janir Júnior / Globoesporte.com)

O gramado está longe de ser um desastre, mas foi bastante prejudicado pelas constantes chuvas que assolam Horizonte nos últimos dias. As partes mais danificadas são as pequenas áreas. Os vestiários são bem simples, assim como os bancos de reservas.

Com quatro torres de refletores nas extremidades do campo, a iluminação não é a ideal. Alguns espaços não ficam bem iluminados. O acesso ao estádio é feito através de ruas estreitas, algumas de barro. Árvores completam a paisagem atrás das balizas e também no entorno do Domingão.


Estrutura Horizonte (Foto: Janir Júnior / Globoesporte.com)
Perto do Domingão, no bairro Queimadas, fica a sede do Horizonte, que serve de moradia para dez jogadores, que neste domingo estavam fora por conta da partida contra o Ferroviário. Cômodos com camas, televisões, refeitório, tudo simples, sem luxo. Entre bicicletas, alguns uniformes de treino surrados são pendurados em um varal.


- Temos o Estádio Domingão e outro menor, o Clenilsão, com capacidade para quatro mil torcedores. Além disso, nossa sede fica em uma casa alugada, temos outro espaço para os atletas de base. E usamos uma pousada como concentração. Nossa folha salarial é de R$ 90 mil - revelou o presidente, que também se orgulha do futsal, bicampeão cearense.

Paulo Wagner presidiu o Ferroviário durante seis anos. Depois de toda a pressão, pensou em abandonar o futebol, mas mudou de decisão e assumiu o Horizonte, clube que recebe apoio da prefeitura local. Paulo é muito amigo do prefeito Manoel Gomes de Farias Neto, conhecido com Nezinho.

- É muita dor de cabeça. Ia largar o futebol, mas mudei de ideia com o Horizonte. Mas tem as recompensas, como estes jogos com o Flamengo - afirmou o dirigente

Diego Palhinha, um dos destaques da equipe, é só elogios para Paulo Wagner.

- Ele é muito humilde, trata todos muito bem.

Paulo Wagner organizou um churrasco entre amigos neste domingo. De bermudão do Horizonte e sem camisa, ele tomou ducha para enfrentar o calor; depois, durante 90 minutos, ficou na arquibancada sob chuva torrencial. No fim, estava de alma lavada.

- Sou torcedor mesmo - afirmou o presidente, ensopado, ao descer da arquibancada para cumprimentar jogadores e técnico depois da vitória de 3 a 1 sobre o Ferroviário.



Nenhum comentário:

Postar um comentário