sábado, 5 de março de 2011

Clube dos 13 antecipa licitações: apostas na mesa



O Clube dos 13 vai lançar na segunda-feira os editais das licitações de mais quatro grandes propriedades ligadas à imagem do Brasileiro. Depois de lançar no dia 25 de fevereiro o edital para vender os direitos de TV aberta, o próximo passo será vender os direitos para TV fechada, pay per view, internet e telefonia celular. O vencedor da primeira licitação, a TV aberta, será conhecido na próxima sexta-feira, dia 11. As quatro licitações seguintes serão definidas nos dias 23 (os dois tipos de TV) e 24 (internet e celular).

Os editais seriam lançados ontem, mas pequenas mudanças recomendadas pelo departamento jurídico da entidade atrasaram a redação definitiva dos textos. O LANCE! apurou que a soma dos preços mínimos das quatro propriedades deve ficar pelo menos em R$ 600 milhões, a valores de hoje.

Comos R$ 500 milhões da TV aberta e a venda futura de mais três propriedades, o Clube dos 13 deve arrecadar R$ 1,3 bilhão por ano, mas pode chegar a R$ 1,4 bilhão. Esse valor é o mesmo que a Globo paga por todas as propriedades pelo triênio 2009-2011.

O lançamento foi adiantado em relação ao cronograma original.

Inicialmente, cada edital só seria lançado depois de encerrada a concorrência anterior.

Mas a crise no C13 fomentada pelo Corinthians e pela TV Globo levou o C13 a mudar de estratégia.

Ao divulgar os valores mínimos que garantem um contrato bilionário, o C13 põe pressão sobre os presidentes dos clubes dissidentes.

Em cada clube, há conselheiros que defendem que ficar com o C13 é melhor do que aderir à Globo.

Uma segunda consequência da concorrência é aumentar o número de empresas vencedoras e que, em tese, estarão dispostas a brigar para não perder um direito que conquistaram.

As duas ações terão impacto na estratégia de negociação da TV Globo, cujo diretor da área de eventos esportivos, Marcelo Campos Pinto, tem se reunido em particular com ao menos 14 dos 20 filiados do Clube dos 13 (leia nesta página), para fechar acordos individuais. Os clubes e os torcedores têm agora maior poder de comparação.

MAIS 3 LICITAÇÕES

 Encerrada a primeira fase das licitações, com cinco produtos, o Clube dos 13 ainda terá mais três propriedades, de menor valor.

Uma delas são os direitos internacionais de transmissão pela TV, hoje em poder da TV Globo. A Traffic, que é a maior comerciante de direitos internacionais de TV do Brasil, certamente entrará na disputa.

A segunda propriedade, que deve reunir muitos interessados é a comercialização das placas dos estádios, a chamada publicidade estática. Novas tecnologias devem ser adotadas, valorizando o produto.

Por fim, o Clube dos 13 tentará vender o nome do Campeonato Brasileiro, como já fez com a Petrobras em 2009. Mas, para isso precisará de um acordo com a CBF, que hoje parece improvável.

Especialistas de mercado avaliaram que esses produtos em conjunto podem alcançar de R$ 120 milhões a R$ 200 milhões por ano.

DISPUTA NA JUSTIÇA

 As empresas que se tornarem vencedoras das licitações do Clube dos 13 podem tentar anular no Cade e na Justiça qualquer acordo realizado entre a Globo e clubes dissidentes. A visão dessas empresas é que o C13 tem autorização de todas as equipes para negociar em seu nome. Quem ganhar vai exigir explorar a imagem de todos os clubes.

Além disso, pelo estatuto do C13, o clube precisa se desfiliar para poder negociar em separado. E respeitando os prazos, não há como se desfiliar antes do fim do processo de licitação.

O presidente do Clube dos 13, Fábio Koff, declarou que não irá processar nenhum clube filiado, porque esse não é o espírito do Clube dos 13.

TIME DA GLOBO

  Preocupada em fechar com o máximo de clubes no menor período de tempo possível, a Globo montou uma equipe para ajudar o diretor da Globo Esportes, Marcelo de Campos Pinto.

Nos últimos dias, a Globo já conversou com 14 clubes e pretende anunciar os primeiros acordos antes do anúncio do resultado da licitação do Clube dos 13, da qual a emissora não irá participar.

O diretor fica responsável pelos clubes maiores e pelas negociações mais importantes nas demais agremiações.

Seus assistentes cuidam da parte mais técnica e do detalhamento dos acordos que Campos Pinto consegue fechar.


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