Os jogadores do Flamengo voltaram ao trabalho nesta segunda-feira sob o olhar atento da presidente Patricia Amorim. No dia em que o clube comemora 115 anos, a mandatária foi ao Ninho do Urubu para cobrar uma reação no Campeonato Brasileiro e incentivar o grupo. Patricia teve a companhia do vice-presidente geral, Hélio Ferraz. À beira do campo principal, observou o treino físico dos atletas e trocou breves palavras com alguns deles, como Petkovic, Correa e Kleberson.
Escalados para a entrevista coletiva, o meia Renato e o atacante Deivid contaram que não houve uma reunião. Ao deixar o CT, Patricia disse apenas que esteve lá para dar uma “espetada”, uma injeção de ânimo. Mais cedo, durante os festejos pelo aniversário do clube, na Gávea, afirmara que não entrava em campo, que não fazia gol e que não escalava o time, mas que pagava os salários e fazia a parte dela. Portanto, cobraria o mesmo dos atletas. Os jogadores entenderam a mensagem.
- O barco é de todos. O Flamengo é como um oceano. Se o barco entrar nele e afundar, todos vão cair. Não adianta eu pensar que fiz um campeonato bom e o time cair. Cada um tem sua responsabilidade, a presidente tem a dela fora de campo, que é cumprir com os compromissos, e nós dentro de campo. Sabemos que estamos pecando, os resultados não são o que ela ou que os torcedores querem. Procuramos lutar o tempo todo. Não vivemos só de vitórias. Temos de sentir na pele as situações delicadas e tentar sair delas. Estamos sentindo na pele e vamos trabalhar para sair desta situação – disse o meia Renato, um dos líderes do grupo.
Suspenso, Renato não participou da derrota por 4 a 1 para o Atlético-MG, no último sábado. O resultado aumentou o risco de rebaixamento do Rubro-Negro, que tem 40 pontos, em 14º lugar, bem perto do Z-4.
Deivid também recebeu a opinião da presidente com naturalidade. Ele assegura que o grupo sabe lidar com a pressão.
- Fiquei sabendo (das palavras de Patricia Amorim). Não tive o contato com ela, mas isso é normal. Temos de respeitar a presidente, ela também quer sair desta situação. Nós estamos no mesmo barco. Não tenho dúvidas de que vamos sair. Quando faço gol, eu venho (dar entrevistas), venho quando ganho título, mas quando perco eu venho também. Dou a cara para bater. Não corro do pau. Comigo não tem problema. Jogador que não está pronto para pressão, tem de jogar em time pequeno ou mudar de profissão – afirmou o atacante, que também cumpriu suspensão contra o Galo.
Nesta terça-feira, o grupo vai treinar em tempo integral. Pela manhã, às 10h. À tarde, às 16h30m. O próximo adversário é o Guarani, um rival direto. O Bugre é o 17º, com 37 pontos. A partida será no Engenhão, às 19h30m.
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