Por tudo o que realizou, como jogador, Zico é e sempre será um ídolo, um semideus para a torcida do Fla. Mas agora como dirigente, precisa demonstrar ser também um profissional hábil, exemplar e capaz de conduzir o clube a novos períodos de glória, como fazia com a bola nos pés.Algumas de suas idéias e iniciativas são, indiscutivelmente, boas e merecem apoio e aplauso — como, por exemplo, resgatar valores éticos e morais perdidos no clube, devolvendo responsabilidade e postura ao departamento de futebol. Idem para a especial atenção à finalização do Centro de Treinamento e à formação de novos valores nas divisões de base. Perfeito. Nota 10.
Mas o mesmo já não se pode dizer da hesitante política de contratações, que levou a investimentos (?!?) em atletas medíocres como Val Baiano, Borja e um claudicante Leandro Amaral, até chegar à óbvia conclusão de que eles não seriam solução — forçando a uma desabalada correria, com os devidos custos inflacionários, atrás de jogadores de verdade, como Deivid e Diogo. Que, é forçoso destacar, só estarão completamente entrosados e em forma quando o time não tiver mais chance alguma de defender o seu título atual. Bola fora, portanto, e nota baixa no quesito. Nota zero.
Notas à parte, pelo pouco tempo que tem à frente de um clube complexo e apaixonado como o Flamengo, ainda é injusto fazer qualquer julgamento definitivo do trabalho de Zico. Mas até para que ele possa crescer como dirigente, deve encarar as críticas, quando bem fundamentadas, como oportunas e bem-vindas. Simples, assim.
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