segunda-feira, 10 de maio de 2010

Rogério Lourenço começa a conviver com o ‘problema Adriano’



A linha dura do Flamengo não resiste a Adriano. Se na primeira falta do Imperador a presidente Patrícia Amorim anunciou multa e punição com a reposição do treino perdido, neste fim de semana a comissão técnica teve de administrar o problema de outra forma.

O atacante estava relacionado para o jogo contra o São Paulo e seu nome constava na lista dos quartos reservados no hotel em que a delegação se concentrou. Porém, ele não quis jogar e convenceu Rogério de que ainda padecia de dores musculares.

- Adriano fez um treinamento na sexta normal e vários jogadores que alegaram desgaste não fizeram. Ele trabalhou também no sábado. Após o treinamento, disse que se sentia cansado e queria ser preservado para o jogo de quarta (contra o Universidad de Chile). Pelo fato de ele ter feito o trabalho de sexta e sábado não vi a necessidade de colocá-lo no treino de domingo e sim deixá-lo descansar – justificou o treinador.

Entretanto, além do notório problema da má forma física do Imperador, o que por si só já recomendaria que ele participasse do treino matinal de domingo, outra questão ficou no ar. Na ausência anterior, Adriano foi penalizado financeiramente e teria de repor a atividade. Até o momento não o fez. E dificilmente o fará.

Se for convocado para a Copa do Mundo nesta terça-feira, o camisa 10 se apresentará à seleção brasileira dia 21 de maio e só terá mais os jogos contra o Universidad de Chile pelas quartas de final da Libertadores antes de o contrato terminar, no fim deste mês – na segunda rodada do Brasileiro, contra o Vitória, o Flamengo deve entrar em campo com time misto.

Apesar de Patrícia Amorim e o empresário Gilmar Rinaldi darem declarações de que há (boas) chances de o compromisso ser renovado, a antiga diretoria trabalhava com a informação de que o Imperador não continuaria na Gávea no segundo semestre sob hipótese alguma.

Posturas diferentes para o mesmo problema

Enquanto isso, o recém-efetivado Rogério Lourenço aprende a lidar com o estilo Adriano de ser. As regras do jogo são ditadas pelo atacante e cabe ao clube decidir a linha que vai seguir. Logo que foi contratado, em maio de 2009, Cuca decidiu enfrentá-lo e o criticou publicamente por causa da constante ausência dos treinamentos. Os dois tiveram problemas de relacionamento e, apoiado pelo restante do grupo, Adriano venceu a batalha com sobras. Naquela época, Kleber Leite era o vice de futebol e as versões para as ausências do craque do time variaram de diarreia a festas dos filhos.

Quando Marcos Braz assumiu, o departamento mudou o jeito de tratar as repetidas faltas de Adriano. Simplesmente avisava, via assessoria de imprensa, que o liberou. Sem muitas explicações.

- Não adianta nada mentir porque uma hora a verdade vem à tona. Por isso, ele sempre está liberado - costumava dizer o dirigente.

Patrícia Amorim assistiu de longe ao que considerou "bagunça" e há pouco mais de duas semanas resolveu agir. Tomou as rédeas do futebol e avisou que todos os funcionários do clube teriam o mesmo tratamento. Do menor ao maior salário. Agarrando-se a isso, puniu Adriano quando ele não foi ao treino do dia 1º de maio alegando que a mãe Rosilda tivera um grave problema. Neste ano, Adriano soma 13 ausências - justificadas ou não - a treinos em que era prevista a sua participação.



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