Os clubes atenderam ao pedido de Rubens Lopes, a paz foi feita, e o Flamengo estreará no Campeonato Carioca no Maracanã. Na manhã desta terça-feira, o presidente da Federação de Futebol do Estado do Rio de Janeiro (Ferj) cancelou uma reunião com os clubes e ameaçou tirar o jogo do Rubro-Negro no domingo, contra o Caxias, do principal estádio do Rio.
Com a presença de Patrícia Amorim (Flamengo), Roberto Dinamite (Vasco) e Roberto Horcades (Fluminense), clubes e Federação chegaram a um acordo. Somente o Botafogo não enviou seu mandatário, mas foi representado pelo vice geral, Antônio Carlos Mantuano.
Foi feito um acordo com a Suderj para que nas duas primeiras rodadas não aconteça a setorização do estádio, que divide as arquibancadas verdes e amarelas em duas (A e B). Com as novas regras, o torcedor só poderá circular no setor onde comprou ingresso.
A partir da primeira rodada, os ingressos só serão vendidos na bilheteria do Maracanã até três horas antes do início da partida. Duas horas antes de cada jogo será feita uma triagem: só quem estiver com ingresso na mão poderá ficar no entorno do estádio.
Preços novos vão valer na primeira rodada
O aumento no preço dos ingressos foi mantido. Mas os clubes terão de apresentar um levantamento e enviar justificativas para o Ministério Público, que pode até fazer com que os preços voltem para os valores do ano passado.
O preço mínimo pelo regulamento é de R$ 20, mas para os clássicos no Maracanã serão cobrados R$ 30 para cadeira comum (50% de aumento em relação ao ano passado), R$ 40 pelas cadeiras amarela e verde (33% de aumento), R$ 50 pela cadeira branca (40% de aumento) e R$ 150 pela cadeira especial (25% de aumento).
Patricia Amorim foi a maior defensora do aumento. Ela apresentou um estudo para mostrar que o preço médio do ingresso no Rio é apenas o nono do país.
- Para visitar o Maracanã, o turista paga R$ 20. E o ingresso para um jogo entre um grande e um pequeno é de R$ 20. Isso sem contar a meia-entrada, que faz o preço cair pela metade. O torcedor do Paraná paga R$ 50 para ver um clássico entre Coritiba e Atlético-PR. No Rio, o ingresso mais barato será R$ 30.
Roberto Dinamite foi o único presidente dos grandes a ser contra o aumento.
- Fui voto vencido. Pensava que o ingresso mais barato geraria um público maior e compensaria o lado financeiro - disse.
Roberto Horcades também defendeu os novos preços.
- Acho até errado falar em aumento. É mais uma atualização de preços. Não houve mudanças nos últimos dois anos - disse.
Os clubes se comprometeram a fazer um estudo de venda de ingresso pela internet.
Segundo Rubens Lopes, o evento de mais cedo não ocorreu porque os quatro grandes não enviaram seus presidentes e nem mesmo "dirigentes graduados que pudessem tomar as decisões necessárias". O encontro, marcado para discutir as exigências feitas pela Suderj - a respeito da venda de ingressos e do conforto para os torcedores - foi reagendado para o fim da tarde, quando enfim houve entendimento.
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