Com a Copa Libertadores e o Campeonato Carioca como maiores objetivos, ele lamenta a possibilidade de ter apenas 50% do que imagina para o seu time titular à disposição para a estreia, domingo que vem, contra o Duque de Caxias, no Maracanã, mas traça planos para escalar a dupla Vágner Love/Adriano e já consegue imaginar os adversários perdendo o sono antes de enfrentar o que considera, na teoria, a melhor parceria de ataque do país.
Ataque: O que você espera do começo deste ano, no qual tem a chance de fazer uma pré-temporada pela primeira vez como treinador?
Andrade: A expectativa é a melhor possível, acima do que eu esperava. O grupo voltou mais maduro e consciente do que precisa ser feito. Apesar de o time ter ficado parado um mês, estou otimista pela vontade com que o grupo voltou a trabalhar, bem animado, com disposição e interesse pelo trabalho. Existe a preocupação pelo fato de 10 dias não ser o ideal, mas essa volta ao trabalho me deixou animado.
Como você está trabalhando as perdas que o grupo teve com as saídas de Zé Roberto, Aírton e Everton?
Foram três jogadores importantes no esquema montado no ano passado. Estamos esperando peças de reposição, pois este ano haverá mais cobrança e responsabilidade maior.
Sem contar os desfalques neste começo de ano...
De início não vou poder contar com Leonardo Moura, Petkovic e não sei como vai estar o Ronaldo Angelim. Sem os outros três, entro sem 50% do time do ano passado.
E como está a situação do Adriano? Ele vai ficar fora da estreia no Carioca por causa da queimadura?
Tomara que não. Ele está aqui com o grupo, foi poupado durante alguns dias, mas acho que não vai ser problema. Temos uma semana para trabalhar antes da estreia contra o Duque de Caxias...
Então amanhã você já começa a montar o time para a estreia?
Já com o Adriano em campo. Vou fazer dois coletivos na semana, um na quarta-feira e outro na sexta. Segunda-feira, vou fazer a parte tática.
O esquema vai ser o mesmo do ano passado, apesar da mudança de jogadores?
A ideia é essa, manter a estrutura. A não ser que os reforços não tenham esse perfil, aí não adianta.
É o caso do Vágner Love para a vaga do Zé Roberto?
Aí, sim, vou ter que mudar alguma coisa. Jogava com um quadrado no meio e posso mudar para um losango. O Zé fazia dupla função. Ajudava a compor o meio. O Vagner Love é um jogador de frente que não tem essa mesma facilidade.
E como vai ser a dupla formada por Vágner Love e Adriano?
Na teoria, dá para afirmar que é a melhor do Brasil. Agora, é esperar que na prática isso se repita, pois tem tudo para dar certo: qualidade e boa técnica de dois goleadores. Acho que vai preocupar muito as equipes adversárias. Elas precisam saber que vão marcar dois jogadores de nível de Seleção. Vai ter zagueiro com dificuldade para dormir ao saber que no dia seguinte vai enfrentar Adriano e Vágner Love.
Além do Love na vaga do Zé Roberto, quais são os jogadores cotados para as vagas de Aírton e Pet, que não deve jogar a estreia?
Tenho peças de reposição. No caso do Aírton, posso recuar Willians e Toró e colocar o Kleberson ou deixar como está e escalar o Fernando. Hoje, o substituto do Pet seria o Erick Flores, e o parceiro do Adriano, se não for o Love, fica entre Gil e Vinicius Pacheco. No lugar do Lée Moura, entra o Everton Silva. Mas ainda estamos atrás de contratações. Se tem o lado negativo de não contratar muito, tem o positivo de manter a base.
Essa chegada atrasada do Petkovic é outro problema para o seu trabalho?
É um complicador pelo que o Pet representa para o grupo. Não tem hoje uma peça pronta para recompor, outro que vai ser o cara sem problema. Até no Brasil é difícil de encontrar um camisa 10 como ele.
Não é à toa que vários clubes estão apostando em veteranos do futebol.
Pode ser uma ‘petmania’. Um jogador de 37 anos deu certo, então as pessoas acreditam que outros possam dar. Eles têm larga experiência, podem contribuir dentro do grupo, como foi o caso do Pet no Flamengo. Ele acabou abrindo o mercado para esse pessoal, assim como Paulo Baier e Ramon, que foram destaques.
Como está o Andrade, agora, campeão brasileiro como técnico?
Não carrego isso comigo. Lido bem com a situação. Sei também que isso já faz parte do passado. Escrevemos uma página, agora é pensar daqui para a frente. Sabe como é o futebol, se não tiver bom resultado no Campeonato Carioca, aqueles que aplaudem agora vão vaiar. É preciso conviver com a realidade. O ano de 2009 ficou para trás.
O que você espera da Copa Libertadores?
Vai ser uma Libertadores difícil. Vamos enfrentar adversários acostumados com a competição. Antes se falava muito em altitude, agora são times tecnicamente qualificados.
Dá para fazer alguma promessa para a torcida do Flamengo?
Eu não sou pessoa de prometer. É difícil fazer qualquer tipo de previsão, dizer que vai ser campeão disso e daquilo. Temos é que montar um time forte, de nível de Libertadores. Corinthians, São Paulo, Cruzeiro e Inter estão se reforçando.
Já tem alguém de olho nos adversários?
O Paulo Henrique já está vendo isso, tanto na Libertadores quanto no Carioca. Estamos esperando um jogo do Caracas em casa para saber qual a atitude deles em campo. O nosso primeiro adversário vamos ter a oportunidade de ver na Pré-Libertadores, pois Universidad Católica e Colón fazem dois jogos de ida e volta para definir quem se classifica.
Como analisa a disputa pelo título do Estadual?
Vai ser um campeonato equilibrado, com todas as equipes se reforçando. Quem ganha com isso é o torcedor, que vai ver grandes jogos, grandes times e lotar os estádios. Acho que a conquista desse Brasileiro foi boa para o futebol carioca.
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