A Polícia Civil do Rio apreendeu neste sábado aproximadamente 8 mil ingressos para o jogo Flamengo e Grêmio que seriam vendidos irregularmente por uma quadrilha. Segundo a direção do clube carioca, as entradas foram reservadas para menores de 12 anos e idosos com mais de 65 anos, que têm direito à gratuidade para a partida.
Durante a tarde, chegou a se cogitar a possibilidade dos bilhetes serem colocados à venda para o público. Mas a diretoria do Flamengo descartou a comercialização.
- A polícia apreendeu o que não sabia. Esses 8 mil ingressos são usados como acessos para gratuidades destinadas a crianças e idosos. Tudo já foi esclarecido ao delegado. Eu e o Delair (Dumbrosck, vice-presidente geral do Flamengo) estivemos com ele e explicamos que não são ingressos para venda comum. Mesmo assim, policiais vão acompanhar todo o acesso dessas pessoas ao estádio - afirmou Flávio Pereira, coordenador de arrecadação do Flamengo.
Pereira considerou que houve um mal entendido.
- Nós estamos cumprindo duas leis. A estadual, que diz que menor de 12 anos e maior de 60 não pagam, e a federal (Estatuto do Torcedor), que diz que todos têm que entrar no estádio com ingresso para cumprir o seguro-torcedor, cuja apólice é o próprio bilhete. Quem comprou os 8 mil ingressos foi o próprio Flamengo para cumprir a lei. Tanto que eles já foram devolvidos (pela polícia ao clube). Tudo não passou de um mal entendido e não haverá venda de qualquer outra carga nas bilheterias - garantiu.
Operação prende dez pessoas
Dez suspeitos de integrarem uma quadrilha que pretendia comercializar irregularmente os bilhetes foram presos neste sábado. Seis foram identificados pela polícia como empregados de uma firma especializada em confeccionar ingressos. Os outros quatro seriam cambistas. Todos serão indiciados por crime contra economia popular e formação de quadrilha. Os presos podem ser condenados a até cinco anos de prisão.
O montante de cerca de 8 mil ingressos foi apreendido em uma sala dentro do estádio do Maracanã (Zona Norte). A Polícia acreditava que eles seriam repassados para cambistas, que venderiam as entradas por preços abusivos.
A operação começou com a participação de 60 policiais, coordenados pela Delegacia de Defesa do Consumidor (Decom), com apoio da DRFA (especializados em roubo e furto de automovéis) e da Core, a coordenadoria de recursos especiais. As buscas foram feitas em endereços no Maracanã, Guadalupe (Zona Norte), Centro do Rio e nos municípios de São Gonçalo e Nova Iguaçu. Segundo a Polícia, o esquema montado pelos cambistas funcionaria há dez anos.
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