terça-feira, 16 de junho de 2015

Arena multiuso: Flamengo sai esperançoso depois de reuniões com autoridades

As últimas semanas se mostraram positivas para as pretensões do Flamengo em ter sua arena multiuso, que será a casa do basquete e de outras modalidades, na sede da Gávea. No período, três reuniões foram realizadas. A primeira marcada pelos vice-presidentes de Patrimônio, Wallim Vasconcellos, e de Esporte Olímpicos, Alexandre Póvoa, com o secretário de Esportes do Rio de Janeiro e ex-diretor de futebol do Rubro-Negro, Marcos Braz. Na segunda-feira, mais um encontro com o subsecretário administrativo e financeiro da Casa Civil do município, Guilherme Schleder, e, nesta terça, outro com o prefeito Eduardo Paes. Em todas as reuniões, o sentimento é de que o projeto "vai andar". 

- Estamos muito confiantes porque o prefeito já se declarou diversas vezes, publicamente, a favor do projeto, e todos os secretários com quem conversamos entenderam a necessidade de termos um ginásio de porte médio na cidade, se possível já pronto para as Olimpíadas. Contamos agora com eles, já que a cidade olímpica já conta com o Flamengo. Nós fazemos reuniões periodicamente com as autoridades. Estivemos com o Secretário Marcos Braz na sexta passada (...) Descrevemos toda a importância do mesmo para a cidade e de todas as dificuldades que equipes de alto nível como o basquete do Flamengo e o vôlei da Unilever (Rio de Janeiro) têm passado por conta da inexistência de um ginásio de médio porte em plena Cidade Olímpica. O Secretário Marcos Braz nos recebeu com enorme gentileza e passou a nos prestar total apoio. Imediatamente marcou uma segunda reunião, na segunda-feira com o Secretário – Chefe da Casa Civil Guilherme Schleder, para falar dos dois assuntos. Foi outro ótimo encontro, onde apresentamos todo o histórico e documentação do projeto. Todos concordaram de como seria importante viabilizá-lo, rigidamente dentro dos trâmites legais, para que fique pronto até meados de 2016, para que possa ser usado para o treinamento de seleções que estejam no Rio de Janeiro. Se houver celeridade na aprovação, ainda dá tempo. Eles teriam uma reunião em breve com o prefeito Eduardo Paes para tratarem da questão - respondeu Póvoa, por e-mail.

Arena Multiuso do Flamengo (Foto: Divulgação) 
Imagem mostra como ficará a quadra da arena multiuso (Foto: Divulgação)
 
Pndências

Dentre as últimas aprovações de que o clube precisava para o início das obras, uma já está garantida, a do Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan). Agora, ainda restam quatro liberações para que o sonho vire realidade: Secretaria de Urbanismo, CET-Rio, Corpo de Bombeiros e Secretaria do Meio Ambiente.

- Falta a aprovação desses quatro órgãos ligados à Prefeitura e a expedição do alvará para começarmos as obras imediatamente, em um projeto que será financiado integralmente por recursos privados  - disse Póvoa, lembrando que o projeto já está correndo na CET-Rio, será enviado ainda nesta semana aos Bombeiros e só entrará na secretaria de Meio Ambiente quando as três aprovações anteriores estiverem 100% fechadas.

Projeto Arena Multiuso Gávea Flamengo (Foto: Divulgação) 
Projeto da arena multiuso está mais perto da aprovação (Foto: Divulgação)

Mesmo no estágio de análise do processo, Marcos Braz também adotou o tom otimista de Póvoa e disse acreditar que um moderno ginásio, com capacidade para 3.500 torcedores, será importante para a cidade do Rio de Janeiro.

- Estou bastante animado. O prefeito não faz qualquer objeção à arena, mas claro que tudo tem que ser feito dentro da lei. Não existe pressão, existe conversa. A secretaria de esportes está levantando toda a documentação para que o processo caminhe para um final feliz. A questão não é clubística. Se o projeto fosse do Vasco, eu também ajudaria. O Rio de Janeiro não tem uma arena deste tipo, que pode ser utilizada para três esportes (futsal, handebol e basquete). Temos a Arena da Barra, que é cara, e o Maracanãzinho, que custa R$ 300 mil para um evento simples. O ginásio do Tijuca, que é agradabilíssimo, infelizmente tem problemas estruturais. O Rio de Janeiro precisa dessa arena na Gávea - disse o político, que preferiu não estipular prazo para o surgimento da nova instalação na sede da Gávea.

Relação com a associação de moradores

Contrária a alguns projetos no local, como o shopping idealizado em 1996 pelo então presidente do Flamengo Kleber Leite, a associação de moradores do Leblon não deverá ser um empecilho desta vez. Em conversa com a reportagem do GloboEsporte.com, a presidente da AMA-Leblon, Evelyn Rosenzweig, declarou ver com bons olhos a construção da arena, por ter uma finalidade esportiva. Porém, pede contrapartidas ao bairro.

- Nós somos contra a construção do shopping, que é finalidade comercial, desviando da finalidade do terreno. A arena, seja de basquete ou outra, é uma atividade desportiva e não podemos ser contra. Pode ser algo bom para o bairro do Leblon, que precisa de revitalização. Mas o bairro precisa de uma contrapartida. O que o patrocinador vai dar em troca? O Leblon está caindo aos pedaços. No entorno do clube tem escuridão, falta de segurança, escolas precisando de melhorias, calçadas horrorosas, acesso ruim para as crianças. De qualquer forma, precisamos entender que o clube também é importante para o bairro. Ninguém quer uma outra selva de pedra ali (conjunto de prédios localizado em frente do clube). Vi o videozinho do projeto inicial, com uma arena fechada, bem feita, modelagem moderna. Vejo com bons olhos. Mas esse é meu entendimento, não posso falar por todos os moradores do bairro.

Arena Multiuso do Flamengo (Foto: Divulgação)Imagem mostra como ficaria a fachada da arena multiuso do Flamengo (Foto: Divulgação)

Segundo Póvoa, o Flamengo mantém um relacionamento próximo com a associação de moradores para mostrar o andamento e os benefícios do projeto para a região.

- Cabe ressaltar que estamos conversando periodicamente com as associações dos moradores para mostrar a evolução do projeto, explicar a sua importância e os enormes benefícios que o mesmo trará para o bairro. A concepção arquitetônica externa e a modernidade do equipamento certamente irão fazer daquele ponto mais uma atração turística na cidade, tão carente de espaços esportivos dessa estirpe. Lembrar também que, até as Olimpíadas, duas estações de metrô, a apenas duas quadras do ginásio, estarão em pleno funcionamento e serão usadas pelo público, como ocorre o acesso a praças esportivas em qualquer cidade civilizada do mundo, com o mínimo de impacto para o trânsito (ainda contando com todas as vagas do próprio Flamengo, Lagoon e dos clubes no entorno), além dos ônibus na Lagoa, Ataulfo de Paiva e Jardim Botânico.

A arena multiuso, com capacidade para cerca de 3.500 pessoas, custará cerca de R$ 25 milhões, investimento que será feito por uma rede de lanchonetes. A contrapartida para o investidor seria a exploração do ponto comercial privilegiado em todos os eventos. Ao anunciar o projeto, o clube colocou entre seus objetivos poder oferecer as novas instalações para delegações envolvidas com as Olimpíadas do Rio, em 2016.

No dia 31 de março de 2015, foram publicadas no Diário Oficial 12 exigências a serem cumpridas pelo Flamengo para poder iniciar as obras. O clube, pouco depois, obteve a liberação do Iphan. Ainda restam, contudo, outros documentos, como o parecer da CET-Rio, que analisará o impacto no trânsito da região.

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