O "Seleção SporTV" desta quarta-feira recebeu a visita de Thiago Lacerda. Acostumado a viver grandes dramas na televisão e no teatro, o ator falou sobre o maior trauma do futebol brasileiro: a derrota por 7 a 1 na semifinal da Copa do Mundo de 2014. Na opinião dele, os dirigentes não aprenderam nada com a vergonha vivida no Mundial do ano passado, já que pouco foi alterado na estrutura organizacional do esporte mais popular do país.
– Sou fã de esporte, fui atleta. O que me angustia é a ideia de que o futebol brasileiro não entendeu o que aconteceu no Mineirão naquele dia. A Alemanha, em 2002, perdeu a Copa para o Brasil em casa e naquele momento pararam: "Vamos repensar, zerar e começar de novo". Não era para ganhar em 2006, era para ganhar em 2014, em 2018. É a mentalidade e cultura de uma gente que percebe que tem algo acontecendo, entende o que é e se movimenta para transformar. O futebol brasileiro não entendeu o que aconteceu. Vai passar muito tempo até processar de verdade o que aconteceu. Não se transformou como deveria depois daquele jogo. O futebol não é só esporte, é patrimônio cultural do Brasil. Se você chegar no Marrocos e falar Dilma Rousseff, ninguém sabe quem é. Mas fala Pelé. Fala Ronaldo. O futebol brasileiro precisa ser cuidado como patrimônio cultural e não está sendo. Enquanto os jogador não tiverem voz ativa, forem decisões políticas e o talento não participar ativamente da transformação, teremos um patrimônio cultural refém de gente que está lá para sugar o sangue do nosso talento – declarou ele.
Flamenguista, Thiago Lacerda enxerga o novo modelo de administração do clube rubro-negro como um modelo a ser seguido pelos demais. Com confiança no presidente Eduardo Bandeira de Mello, afirma que o clube está quebrando paradigmas e espera resultados esportivos futuros.
– Quero parabenizar a gestão do Eduardo Bandeira, outro dia encontrei com ele e agradeci pessoalmente. No futebol não cabe mais amadorismo, tem de mexer com a estrutura intelectual. O que o Flamengo vem fazendo é isso. Peço ao torcedor paciência para entender que o que está acontecendo é para daqui cinco ou seis anos o Flamengo se tornar clube da envergadura que deve ser. Saneamento financeiro e política de responsabilidade de contratação são benefícios para o futebol brasileiro. O Flamengo está rompendo um paradigma. Se os outros clubes não acompanharem o que ele está fazendo, vão ficar pra trás. O clube está estabelecendo lei de responsabilidade e transparência de contas, uma coisa que devia se propagar – afirmou ele.
Apesar dos cortes de gestão, o Flamengo conseguiu investir em contratações para o segundo semestre. Primeiro, fez um grande investimento em Paolo Guerrero. Sem custos, contratou nomes como Emerson Sheik, também ex-Corinthians, e Alan Patrick, ex-Palmeiras.
– O Flamengo hoje ser campeão brasileiro não é mais importante do que sanar suas dividias e se tornar um clube responsável, projetando o futuro, para em três ou quatro anos ter um orçamento que vai mudar o futebol brasileiro. Com responsabilidade e com contas abertas. Isso é sério e precisa ser propagado – comentou, com bastante entusiasmo.
Atualmente na 16ª posição com sete pontos no Brasileirão, o Flamengo recebe o Atlético-MG, sábado, às 16h30, no Maracanã.
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