A partir de 1º de janeiro de 2016, os ‘ricos' Flamengo e Corinthians
ficarão ainda mais ricos. Se hoje os contratos de transmissão dos dois
no Brasileiro valem R$ 120 milhões, eles saltarão para R$ 170 milhões a
partir dessa data. Um aumento previsto em acordo assinado com a TV Globo
e que causa preocupação até mesmo em Brasília. O Governo não descarta
intervir na situação para evitar uma ‘espanholização' do futebol
brasileiro.
O
fenômeno costuma ser citado para mostrar como o distanciamento
financeiro entre Real Madrid e Barcelona e os demais afetou o equilíbrio
técnico da Liga Espanhola.
Não existe um consenso, mas, entre os
dirigentes, o receio é de que o cenário se repita no país. Ao mesmo
tempo em que se mostram temerosos, eles confessam que não será possível
mudar o panorama em virtude dos contratos firmados pelos principais
times com a Globo e adiantamentos realizados com a emissora.
Ainda assim, uma alternativa para tentar alterar isso tem sido o Governo.
No
último mês, o presidente do Náutico, Glauber Vasconcellos, chegou a
ligar para o secretário de futebol do Ministério de Esportes, Toninho
Nascimento, para expor a queda de receita de TV que o clube teve com o
rebaixamento para a Série B: de R$ 20 milhões para R$ 3 milhões. Ao lado
de outros colegas, ele tentou ainda uma reunião com Marco Polo Del Nero
na CBF. O encontro terá de aguardar o fim da Copa, no entanto.
A ‘espanholização', reclamam, caminha a passos largos.
"O
Governo está muito preocupado com essa situação. Se continuar a se
agravar, será uma absurdo, isso acaba com o fair play, o jogo limpo que
se fala. Existe uma preocupação grande do Governo, pelo menos do
Ministério do Esporte, sobre essa questão. Se prosseguir esse cenário, é
possível que isso passe a ser um assunto estudado dentro do Governo
porque não pode Flamengo e Corinthians ganharem R$ 250 milhões", afirmou
Toninho Nascimento.
As novas cotas de R$ 170 milhões da dupla não incluem o pay-per-view, modalidade em que eles também são os que mais faturam.
"Resumidamente,
não pode ter uma competição em que um clube ganhe R$ 28 milhões e outro
R$ 180 milhões. Fica inviável esse campeonato. Os ingleses fazem muito
bem com uma divisão de 50%, 25% e outros 25%. Então, há uma preocupação
dentro do Ministério do Esporte para ficar de olho nessa situação",
completou.
O presidente do Flamengo, Eduardo Bandeira de Mello, nega qualquer interesse em ver os adversários com times fracos.
Nenhum comentário:
Postar um comentário