O Flamengo
correu atrás o jogo todo e lutou até o fim, mas o cansaço pesou e a vitória
para os donos da casa parecia que tinha um significado maior. Primeiro pelo
orgulho de bater o líder do NBB e poderoso campeão da Liga das Américas pela
primeira vez na sua história, mas principalmente para retribuir o apoio de
4.500 torcedores que lotaram o ginásio Municipal Professor Hugo Ramos, nesta
terça-feira. Com atuações destacadas de Guilherme Filipin, Jefferson Campos e
Jason Smith, que juntos anotaram 47 pontos, os donos da casa confirmaram a boa
fase e venceram o time carioca por 94 a 90 (45 a 38).
Além de
Jason, cestinha do time paulista com 18 pontos, Filipin, com 16, e Jefferson,
com 13, Daniel Alemão, com dez, e Gustavinho, com nove, também tiveram
participação importante na vitória. Pelo lado rubro-negro, Marcelinho terminou
com cestinha da partida com 28 pontos. Marquinhos, com 22, e Olvinha, com um
duplo-duplo de 19 pontos e 11 rebotes, também se destacaram.
Com a
primeira colocação assegurada desde a vitória sobre o Uberlândia, na
quinta-feira passada, o Flamengo encerra sua participação na fase de
classificação do NBB contra o Basquete Cearense, na quinta-feira, às 20h, no
Ginásio Paulo Sarasate, em Fortaleza. Será o quinto jogo do time carioca em
apenas oito dias.
Apesar de lamentar a ausência mais uma vez
do armador argentino Nicolas Laprovittola, o técnico José Neto
reconheceu a fraca atuação do Flamengo, principalmente no primeiro
tempo.
- O Laprovittola faz falta como qualquer grande
jogador, mas isso não foi determinante para nossa derrota. Fizemos um
primeiro tempo muito ruim e melhoramos um pouco nossa defesa no
segundo tempo. Mas quando se deixa um time aguerrido como Mogi gostar do
jogo, fica difícil e não
tem como recuperar. Levamos 45 pontos no primeiro tempo e isso tem um
peso muito grande - afirmou o treinador rubro-negro.
O JOGO
O JOGO
O
primeiro quarto foi igual, com as duas equipes errando e acertando na mesma
proporção. Ainda sem o argentino Nicolas Laprovittola, que voltou a sentir
dores na coxa direita e sequer foi relacionado para a partida, o Flamengo não
conseguia trabalhar os chutes longos de Marcelinho. O mesmo não acontecia com
os donos da casa. Certeiro nas bolas de três, o ala-armador Jefferson Campos
acertou quatro em seis tentativas e foi o nome da vitória parcial da equipe
paulista por 25 a 23.
O
panorama mudou completamente no início do segundo quarto, e os donos da casa
começaram arrasadores e aproveitando melhor sua rotação. Com uma bola de três
de Jason Smith e uma de dois de Daniel Alemão, o Mogi fez 5 a 0, abriu sete
pontos a parecia que deslancharia no marcador. Mas o Flamengo acordou, reagiu e
voltou para o jogo graças a Marquinhos.
Se o
primeiro período foi de Jefferson Campos para Mogi das Cruzes, o segundo foi
dominado por Jeff Agba. Principalmente no garrafão. Embora tenha anotado apenas
quatro pontos, o pivô americano pegou seis rebotes e foi o principal
responsável pela boa vantagem de sete pontos construída pela equipe paulista
antes do intervalo (45 a 38).
O
confronto ficou mais físico no segundo tempo. Os cariocas começaram melhor, mas
o Mogi seguia com uma defesa bem postada. Ainda assim, os rubro-negros subiram
sua produtividade ofensiva, principalmente em razão do aproveitamento de
Marcelinho, que entrou no jogo de vez e anotou dez pontos no período. Com o
camisa 4 inspirado, a diferença caiu para apenas um ponto na metade da parcial.
Empurrados
por 4.500 torcedores, os donos da casa retomaram o controle da partida nos
minutos finais e só não foram para o último quarto com uma vantagem mais
folgada porque um arremessou um objeto na quadra. Apesar de o baderneiro ter
sido retirado do ginásio, o banco do Mogi foi punido com uma falta técnica e
beneficiou o Flamengo, que diminuiu a diferença para apenas três pontos (62 a
59).
Filipin levou a melhor no duelo contra o americano Tony Washam, que só anotou seis pontos (Foto: Cleomar Macedo)
Filipin levou a melhor no duelo contra o americano Tony Washam, que só anotou seis pontos (Foto: Cleomar Macedo)
A dupla
Marcelinho/Olivinha entrou muito bem no último quarto e não deixava os mogianos
abrirem grande vantagem, mas os donos da casa seguiam aplicados taticamente e
abusavam dos chutes de três. O Flamengo começou a apertar a marcação e fez com
que Mogi desperdiçasse algumas posses. Quando Olivinha converteu um tiro de três
e deixou os cariocas apenas um ponto atrás, a partida pegou fogo de vez.
Com um
controle emocional que muitas vezes não encontrou ao longo do campeonato, o
time paulista conseguiu, pelas mãos do ala e capitão Guilherme Filipin, abrir
10 pontos. No fim do confronto, mais uma vez um torcedor atrapalhou a partida e
arremessou um antisséptico bucal na quadra. O objeto foi recolhido pelo
delegado da partida e o time pode sofrer punições futuras. Mesmo assim, os
donos da casa não perderam o foco, se mantiveram firmes e, mesmo com o Flamengo
convertendo diversos lances-livres no final, conseguiram segurar a vantagem
e venceram por 94 a 90.
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