O juiz Marcello do Amaral Perino, da 42ª Vara Cível de São Paulo, que já havia concedido duas liminares a torcedores da Portuguesa contra a decisão do STJD (Superior Tribunal de Justiça Desportiva) de retirar quatro pontos do clube pela escalação irregular do meia Héverton no Campeonato Brasileiro, concedeu mais duas liminares parecidas nesta sexta-feira. A diferença em uma delas, uma ação civil coletiva ajuizada pela Associação Brasileira do Consumidor, é a determinação para que a CBF pague multa de R$ 500 mil em caso de descumprimento.
Perino escreveu na decisão que, para determinar o valor da multa, levou em consideração "o poderio econômico da ré". Segundo o juiz, o dinheiro deverá ser revertido para o Fundo de Defesa dos Direitos Difusos. A CBF só teria de cumprir a decisão a partir do dia 20 de fevereiro, data final para publicação da tabela do Série A.
- O torcedor brasileiro, na realidade, salvo quando comprovada a má-fé, fraude ou prática de crime, quer ver acolhido e respeitado o resultado obtido em campo - escreveu o juiz na sentença.
A outra liminar concedida na sexta-feira foi ajuizada pelo advogado Bruno Henriques Capelo. Assim como nas duas liminares anteriores, Perino se justificou dizendo que a decisão da Justiça desportiva desrespeitou o artigo 35, “caput”, e parágrafo 2º do Estatuto do Torcedor. Perino entende que a data da publicidade da decisão da suspensão de Héverton “se deu em momento posterior ao jogo contra o Grêmio (9/12/2013), conforme demonstrado na exordial, de forma que o referido atleta estava em condições regulares para participar da partida contra o time gaúcho – 06/12/2013”.
Enquanto isso, MP investiga conduta da Lusa
A decisão da 42ª vara cível nada tem a ver com a investigação do Ministério Público sobre a escalação de Héverton. Para o promotor Roberto Senise Lisboa, há "indícios fortes" de que alguém da Portuguesa recebeu dinheiro para que o jogador fosse escalado contra o Grêmio.
Ciente da investigação do MP, o presidente da Portuguesa, Ilídio Lico, afirmou na segunda-feira que desconfia da postura de dois funcionários do clube no "caso Héverton".
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